Donald Trump retorna à Casa Branca, como o 47º presidente dos Estados Unidos da América e sua posse foi alvo de atenções e prestígio global, independentemente de sua vertente ideológica, afinal, estamos falando de uma das maiores potências capitalistas do mundo.
Como responsável por projetar o rito de posse foi constituído um Comitê do Congresso sobre Cerimônias reforçado por um grupo particular ligado ao republicano, afinal não ocorreu apenas um dia de evento, e sim, quatro, incluindo um comício, três bailes, um serviço religioso e fogos de artifício.
Para os eventos não oficiais, o comitê inaugural arrecadou mais de US$ 170 milhões e espera receber, no final, US$ 200 milhões - mais de 1 bilhão de reais. Para se ter uma ideia da receita, um ingresso para jantar com Trump pode custar US$ 1 milhão.
O eventos começaram, de fato, no sábado 18 de janeiro, com fogos de artifício realizados no Trump National Golf Club, na Virgínia, bem como a recepção do gabinete e o jantar do vice-presidente.
No domingo, a agenda foi organizada com uma cerimônia de oferecimennto de coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido no Cemitério Nacional de Arlington. Além disso, um comício na Capital One Arena, em Washington, que foi encerrado com Trump no palco dançando e cantando a música Y.M.C.A. junto com o grupo Village People, seguido de um jantar à luz de velas.
A posse, na segunda-feira dia 20 de janeiro, no evento chamado de "Inauguration Day", teve início com um culto na igreja de St. John. Posteriormente os casais Trump e Vance se dirigiram à Casa Branca, sendo recepcionados por Joe Biden e Kamala Harris para uma recepção com chá e café antes de se deslocarem juntos para o Capitólio para a posse.
Para esse trajeto os mandatários usaram o “The Beast” (“A Fera”, em português). O nome é dado ao veículo oficial da Presidência dos EUA, que tem blindagem resistente a explosões e ataques químicos, além de sistemas de visão noturna e comunicação.
O local da cerimônia teve uma alteração, tendo a Rotunda do Capitólio, espaço que fica logo abaixo da famosa cúpula do edifício, como plano B, diante das severas condições climáticas em Washington D.C, com temperaturas abaixo de zero, em substituição ao tradicional juramento e discurso a céu aberto, para uma multidão que ficaria concentrada em frente à fachada Oeste do Capitólio.
O local reuniu um número significativamente menor de pessoas em comparação com a multidão que tradicionalmente comparece ao National Mall, área aberta que se estende do Congresso norte-americano até o Obelisco, nas posses presidenciais dos EUA.
Pensando em gerar maior engajamento de seus eleitores, Trump encorajou seus apoiadores a assistirem a uma transmissão ao vivo na Capital One Arena, um ginásio poliesportivo com capacidade para cerca de 20.000 pessoas, que recebeu transmissão simultânea de todo o roteiro de posse.
O dia da posse é, por tradição, dedicado em grande parte à pompa e circunstância. Um presidente deixa a Casa Branca, e outro chega.
Historicamente, governantes de outras nações não são convidados para a posse presidencial dos EUA, por questões de segurança. No entanto, em 2025, Trump quebrou o protocolo e convidou líderes da extrema direita, bilionários e empresários. O presidente Lula não foi convidado e o Brasil se fez representante, como é de praxe, pela embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti.
Vale ressaltar a grandeza e respeito de Joe Biden, que participou de todo o rito de posse de Trump, retomando, assim, o decoro histórico de presença do ocupante anterior do cargo. Essa tradição havia sido quebrada durante a 46ª cerimônia presidencial do próprio Biden, que não contou com a presença do magnata Trump.
Também estiveram presentes o ex-presidente Barack Obama, sem a companhia de Michelle Obama, que já havia antecipado sua ausência. Além de Biden e Obama, o democrata Bill Clinton e o republicano George W. Bush, também marcaram presença na posse.
O discurso de posse é um dos ritos mais eloquentes, que é seguido desde a primeira cerimônia, em 1789, quando George Washington assumiu a Presidência.
Porém, antes ocorre o juramento, tanto do vice, quanto do presidente eleito. Primeiro, o vice-presidente tomou posse, com o mesmo juramento usado desde 1884, que também serve para senadores, deputados e outros funcionários públicos federais.
Depois foi o momento de Trump. Por tradição, o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos administra o juramento de posse ao presidente eleito. Geralmente, são usadas bíblias para isso, mas essa não é uma regra. Na posse de Trump elas foram usadas.
Outro protocolo é um discurso do presidente eleito para a população, por mais que, tecnicamente, essa não seja uma exigência. E na tribuna, Trump fez seu discurso. E posteriormente, ele também usou da palavra em outro espaço para seus convidados.
Após esse momento, já com o encerramento da cerimônia, Joe e Jill Biden deixaram o Capitólio, sendo ciceroneados pelo casal Trump e seguiram para a Base Conjunta Andrews, onde se despediram da equipe”.
Um almoço foi oferecido aos convidados da cerimônia no Statuary Hall do Capitólio com cardápio minimalista e com escolha de vinhos americanos, começando com vinho espumante da Gruet Winery do Novo México.
Vejam a composição do Menu, que foi divulgado:
Primeiro prato:
• Bolinho de caranguejo com tartar de tomate, molho de louro, vegetais em conserva, romanesco, endro e óleo de cebolinha; Vinhos Chardonnay “reserva” da vinícola Veritas de Monticello, Virgínia
Segundo prato:
• Bife de costela com cenouras “Thumbelina”, brócolis, molho de ervas de cenoura, molho de trufas de vinho tinto e gratinado de batata; Vinhos Cabernet Sauvignon de Mount Veeder, em Napa Valley, Califórnia
Terceiro prato:
• Terrine de maçã com sorvete de creme azedo e caramelo salgado; Champanhe Korbel Russian River Valley Natural de Sonoma County, Califórnia.
Ocorreram também performances artísticas em três momentos distintos, com músicas de enaltecimento nacionalista.
O cantor de ópera Christopher Macchio ficou responsável por cantar o hino dos Estados Unidos e Carrie Underwood cantou “America The Beautiful”, na finalização da cerimônia. O Coro das Forças Armadas e o Glee Club da Academia Naval dos Estados Unidos também fizeram parte da programação de posse.
O dia também foi marcado pelas primeiras assinaturas de medidas governamentais e ordens executivas, muitas até polêmicas, mas em alinhamento com suas convicções e promessas.
O desfile presidencial também ocorreu em ambiente fechado, no Capital One Arena, em vez da área externa, como é tradição.
O dia terminou com três bailes, o Commander in Chief, o Liberty Inaugural e o Starlight e Trump se comprometeu a ir a cada um deles.
Ufa... ainda bem que isso só ocorre a cada 4 anos... só de acompanhar, eu já fiquei cansada, imagina para as equipes da organização.
Como balanço final, podemos sinalizar que o Cerimonial foi impecável, só com um pequeno deslize no momento da apresentação da cantora Carrie Underwood, 41 anos, com a conhecida canção, "America The Beautiful", à capela: a artista demorou um minuto para iniciar sua interpretação, aguardando a organização do coral que a acompanhou. E frações de segundos, a gente sabe que podem parecer uma eternidade. Porém a voz de Carrie é excepcional e foi muito aplaudida ao final.
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