Solenidades Fúnebres e Conclave

Que o Papa Francisco, em sua sabedoria empática, continue nos guiando no plano celestial e que seu sucessor, seja bem-aventurado na missão de conduzir a igreja católica, de forma que os ensinamentos de Cristo, continuem vivos e atinjam o cerne da humanidade, por um mundo com mais amor e paz.

Quando me perguntam quantos tipos de eventos realizei, em mais de 80 possibilidades, sou categórica em afirmar que 99% deles e que não tinha a menor esperança de realizar o 1% restante.

Isso porque o Conclave é um tipo de evento restrito e somente quem tem acesso ao seu planejamento e execução é a cúria da igreja católica.

Com a exibição do filme Conclave, ganhador do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado (Peter Straughan) e com um total de oito indicações, incluindo Melhor Filme , muitas pessoas tiveram a oportunidade de conhecer seu planejamento e trâmites, mesmo com elementos considerados mais ficcionais... será? Tenho minhas dúvidas...

Por Conclave compreende-se uma atividade de caráter religioso, no qual são debatidos problemas de ordem moral e/ou ética, ligados à religião e à sociedade. É composto por autoridades do setor. Designa o processo eleitoral instituído pelo Papa Nicolau II em 1059. Resulta da junção das palavras cum + clavis, que significam “com chave”, ilustrando a maneira utilizada pelos cardeais para eleger um novo papa: ficam “trancados à chave” no Vaticano, em isolamento, até a eleição estar completa, conforme Nakane, Esteves, 2024, pag.68 do Manual de Cerimonial e Protocolo, da coleção Conecta Eventos, editora Reflexão.

O conclave é um dos ritos mais antigos e solenes da Igreja Católica, constituído há mais de 750 anos. Mais do que uma eleição, é encarado como um momento de profunda comunhão e oração, em que os cardeais buscam refletir e acolher a vontade de Deus para a liderança espiritual da Igreja.

Em meio a consternação e sentimentos profundos de tristeza, já que o Papa Francisco, em função de sua postura terna e conciliatória, conseguiu atrair uma raridade consensual por sua figura, sempre disposta ao diálogo e mantendo-se fiel aos seus valores e princípios da ordem franciscana, será um momento do compêndio de muitos ritos envolvendo um cerimonial meticuloso e pouco disponível para inovações.

Uma série de protocolos e procedimentos são seguidos. Eles foram estabelecidos na Constituição Apostólica "Universi Dominici Gregis", estipulada pelo papa João Paulo 2º em 1996. Essas diretrizes regulamentam desde a constatação oficial da morte até a preparação para a eleição do novo pontífice.

Há destaques para os seguintes ritos:

Celebração do funeral. Durante nove dias consecutivos, os cardeais celebram missas em sufrágio da alma do pontífice, seguindo o "Ordo Exsequiarum Romani Pontificis", rito litúrgico específico para as cerimônias fúnebres do papa.

Destruição dos símbolos do pontificado. O anel do pescador, usado pelo papa, e o selo de chumbo, utilizado na expedição das cartas apostólicas, devem ser destruídos, simbolizando o encerramento do pontificado.

Preparação para o conclave. Os cardeais devem garantir que a Domus Sanctae Marthae (Casa de Santa Marta) esteja devidamente preparada para hospedar os cardeais eleitores. Paralelamente, a Capela Sistina deve ser organizada para a realização da eleição do novo papa. Durante todo o processo, há um enclausuramento oficial, sem acesso a qualquer tipo de comunicação externa, para concentração plena no rito de escolha.

O colégio de cardeais conta com 252 membros, sendo 125 eleitores. Entre eles, oficialmente, todos podem ser eleitos papas. Cardeais não-votantes e outros religiosos também podem ser escolhidos, apesar de na história recente apenas cardeais terem sido eleitos, uma tradição que sinaliza sua manutenção.

A eleição acontece dentro da Capela Sistina, no Vaticano. O voto é secreto e depositado em uma urna. O número de votos do escolhido não é divulgado.

Antes do início das votações, os cardeais fazem juramentos de confidencialidade e participam de missas e momentos de oração. Para ser eleito, o novo papa precisa obter dois terços dos votos.

Os cardeais entram em conclave em no mínimo 15 dias e no máximo 20 dias após a morte ou renúncia de um Papa. Eles passam em cortejo da Capela Paulina até a Sistina. Em seguida, as portas são fechadas, as chaves retiradas, e o isolamento é assegurado pelo cardeal camerlengo no interior, e pelo prefeito da Casa Pontifícia no exterior.

A figura do Cardeal Camerlengo é de suma importância em toda a execução dos ritos, já que é um dos cargos cuja validade não termina quando um papa morre. O camerlengo continua despachando os assuntos cotidianos da Santa Sé e prestando contas ao Colégio dos Cardeais, como ele faria ao pontífice se este estivesse vivo e por isso assume toda a liderança dos acontecimentos que agora estarão sob os olhos do mundo.

Após cada rodada de votação, as cédulas são queimadas. Se nenhum papa for escolhido, a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina é preta. Quando finalmente houver um vencedor, a fumaça será branca o sinal mais esperado pelos fiéis de todo o mundo, indicando que habemus papam (temos um papa).

Logo após a eleição, o novo papa é levado a uma sala anexa à Capela Sistina para vestir as vestes brancas do pontífice. Em seguida, é conduzido até a sacada da Basílica de São Pedro, onde é apresentado publicamente e dá sua primeira bênção à cidade de Roma e ao mundo a tradicional urbi et orbi, um momento de muita expectativa, então.

Que o Papa Francisco, em sua sabedoria empática, continue nos guiando no plano celestial e que seu sucessor, seja bem-aventurado na missão de conduzir a igreja católica, de forma que os ensinamentos de Cristo, continuem vivos e atinjam o cerne da humanidade, por um mundo com mais amor e paz.

Que assim seja, louvado seja!

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