Nasce A Ideia de Fazer Feiras de Negócios

“É longo o caminho que vai do projeto à coisa” Molière

Meus caros leitores, finalmente o estande na U.S World Trade Fair 1957, de fato foi aprovado pela Casa Civil, a pedido do próprio Presidente. Os três mil metros quadrados transformaram o estande brasileiro no maior da Feira. Agora com toda a papelada aprovada, Caio partiu para os Estados Unidos para pegar a assinatura de Snitow.

A reunião com Snitow tinha sido maravilhosa, e quando Caio já se preparava para ir embora, Snitow o convidou para um drink, pois queria saber com detalhes como ele estava se saindo como “Promotor de Feira”. Depois de algumas lamentações do próprio Caio, a respeito da indiferença dos industriais e executivos brasileiros com relação à U.S World Trade Fair e da desconfiança que nutriam a respeito desse novo negócio, Caio esperava escutar de Snitow, que de fato fazer Feira no Brasil era inviável. Para sua surpresa, Snitow respondeu que justamente por isso, ele tinha que fazer Feiras no Brasil, para criar nos empresários e industriais o que ele chamava de “mentalidade de Feira”.

“Caio querido”, falou Snitow, levantando-se da mesa: “o Brasil já começou a sua industrialização e nada deterá o desenvolvimento desse país”. Caio então apelou para o último argumento, com o intuito de convencer Snitow do quão impossível era fazer Feira no Brasil falando num tom, que vazava bom senso: “se o brasileiro, como estou vendo, não paga para mostrar o que faz, você quer que eu cobre ingresso para o brasileiro ver o que os outros fazem?”, “vão me chamar de louco”. Snitow abraçou Caio, ignorando completamente o argumento do pupilo e disse: “fique tranquilo, Eu lhe ensinarei tudo o que eu sei sobre Feiras, conte comigo”. Dizendo isso, Snitow virou as costas e andou na direção oposta da do Caio que se deixou ficar ali parado por mais alguns segundos, observando a maneira elegante de Snitow andar. Na verdade, estava muito emocionado com a generosidade desse grande amigo.

A conversa com Snitow, tinha colado na sua cabeça e por mais que quisesse se distrair com outras coisas, a bendita conversava voltava sempre, como um disco arranhado numa vitrola que engasga a agulha, impedindo-a de mudar de faixa. Dentre os argumentos de Snitow o que mais o tinha tocado foi que as Feiras de Negócios existiam no mundo inteiro desenvolvido, e que elas tinham que existir em qualquer país industrializado.

Ali sentado, preso ao assento do avião por algumas horas, colocou sua imaginação para funcionar, e começou a pensar como seria fazer uma Feira no Brasil. Primeiro pensou, que seria preciso fazer uma Feira que chamasse a atenção de todo mundo, e não de um público especializado. Embora não soubesse ainda fazer Feiras, conhecia muito bem o gosto dos brasileiros e sabia que ele teria bilheteria só se as Feiras tivessem mulheres bonitas, e imediatamente pensou em fazer uma Feira de Moda. Refletiu mais e achou que se essa Feira tivesse shows seria melhor ainda. E obrigatoriamente tinham que ser chiques, ter charme e muito fuxico, ter muito disse-me-disse.

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