E, finalmente chego a Shiraz, outra importante e famosa cidade iraniana. Em média quase 1000 km da capital Teerã. Mais preparada para o turismo. Percebe-se esta diferença com a cidade anterior Isfahan, também importante e turística.
Soube, através de um morador de Isfahan, que estas duas cidades Isfahan x Shiraz, se confrontam como SP e Rio. Isfahan acha que trabalha mais que Shiraz e, vice-versa.
A movimentação é grande e intensa nos locais populares. Inúmeras lojas de roupa, comida, eletrônicos, sapatos e casas de sucos por todos os lados. E cinemas claro. Iraniano adora cinema e tem uma produção local muito grande. Filmes estrangeiros não têm vez por aqui e só são assistidos baixando pela internet .
Visitei um complexo, que para os locais nada mais é que um castelo e não um verdadeiro complexo. O Gran Bazzar é como em outras cidades do Oriente Médio, onde se vende de tudo -de tapetes a galinhas e, sempre abarrotado de gente. Por todos os lugares que já viajei nestes últimos quatro anos aqui no Oriente Médio, o Gran Bazzar de Luxor, no Egito, foi o que mais me chamou atenção. Eram carroças que passavam pelo Bazzar lotado de pessoas, sem nenhum cuidado, assustando turistas como eu. Tudo surreal. Aliás, o Egito é meio surreal e, eu adoro.
Voltando a Shiraz conheci alguns museus, mais para fugir do sol escaldante, literalmente de deserto, mas que merecem ser vistos.
Depois de dois dias fui a Persepolis, há 50 km daqui. Um ponto importante e turístico sobre a história do Irã e alguns outros pontos importantes do Irã.
Descobri que adoro viajar, mas não gosto de fazer turismo. Se o turista vai para a direita eu pego caminho contrário. Procuro parecer com o povo local, e parecer o menos possível um turista.
Não ando com mapas e máquinas fotográficas. Não tiro fotos, eu as roubo! Pois uso meu celular como se estivesse ligando para alguém, e posso mostrar melhor sobre os costumes e cultura local.
E o máximo da minha alegria é quando alguém me para pedindo uma informação sobre determinada direção. Aqui no Iran está acontecendo muito, além de me perguntarem sobre direção, ontem quando os cumprimentei em farsi e quis pagar a entrada do Museu, não queriam me cobrar, e me disseram que iraniano não paga. Eu acho que falaram isso.
Foi como quando, anos atrás, fui passar um mês na Argentina para estudar espanhol. Aluguei casa, andava de ônibus, fazia mercado e academia. Na ultima noite perguntei a um taxista quanto custava uma corrida de táxi para o aeroporto, porque iria para casa. Ele virou pra mim e perguntou: "Você não é argentino?" Perfeito! Primeiro pelo acento espanhol. E depois por passar por um local. Para alguns pode parecer besteira. Mas para mim, uma realização pessoal!
Amanhã, sábado, embarco para Bandar Assad, outra cidade rumo ao sul do Iran. Uma cidade já no golfo Pérsico.
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