Fiquei refletindo muito nos últimos dias sobre quem trabalha na área de eventos e quais são os seus desafios.
Trabalho na área há mais de 20 anos e vejo que somos profissionais muito dinâmicos, além de precisarmos ser bons administradores, temos que ser bons conciliadores. A área de eventos é muito maleável, a toda hora pode mudar e quem trabalha com mudanças e alterações sabem muito bem que equilíbrio é fundamental para dar continuidade ao trabalho, sem que se percam informações no meio do caminho.
Quando pensamos que esta tudo pronto chega um alteração, uma mudança ou um cancelamento. Situações diárias de grande estresse é parte do nosso dia a dia, por isso saber lidar com situações estressantes e gerenciar tais fatores é de grande importância.
Outro desafio é a qualificação do profissional de eventos. Hoje ainda é difícil conseguir boa literatura da área e instituições de ensino que ofereçam cursos voltados para o nosso setor. Na última reunião de planejamento da Abeoc Nacional, na palestra da Jeanine Pires expus esta dificuldade e a sugestão foi criar um grupo para amenizar esta nossa dificuldade e para que possamos ter uma troca de informações atualizadas do setor. O grupo já está no Facebook chamado EVENTOS BRASIL, com um bom número de participantes e várias informações importantes.
Também neste semestre conversei com algumas instituições de ensino que estão criando cursos de gestão de eventos de extensão e a distância. Confio que nossa área ainda tem muito que crescer e que nossa realidade hoje será muito diferente do nosso futuro. Acredito muito que teremos um futuro brilhante, com profissionais qualificados e com maior investimento em educação.
Outro desafio e a fidelização de nossos clientes. Há poucos dias atrás, conversei com um grande amigo que estava fazendo a 53ª edição de um evento para seu cliente, o que é uma exceção em nosso segmento é muito difícil esse nível de fidelidade entre cliente e fornecedor, a cada dia a preocupação com preço e só preço aumenta, até onde isso levará as empresas? Por exemplo, quando vamos para questões referente a licitações onde serviço é medido em uma tabela de preço mínima e máxima, onde valores são fechados por preços tão baixos que fica difícil entender como a empresa conseguirá fazer o evento. Além dos preços baixos, se junta a falta de exigências básicas como, por exemplo, o atendimento ao cadastramento no CADASTUR, tornado obrigatório pela Lei nº 11.771, aprovada em 2008, com o objetivo de fixar atribuições da organização dos eventos, bem como de outros agentes produtivos do setor, observando suas especificidades.
As Organizadoras de Eventos são conceituadas como empresas que “têm por objeto social a prestação de serviços de gestão, planejamento, organização, promoção, coordenação, operacionalização, produção e assessoria de eventos”. Nosso objetivo é sensibilizar os administradores públicos de que o Governo Federal, através do Ministério do Turismo, possui um cadastro efetivo e eficaz, que precisa ser valorizado através de sua cobrança no momento em que os serviços elencados na LGT são contratados. Somente assim conseguiremos organizar o mercado, desenvolver a cultura da profissionalização e da preocupação com a total legalidade das empresas, principalmente na prestação dos serviços, como a organização de eventos e evitando a injusta concorrência com agentes não regulamentados e não enquadrados na única Lei que normatiza o Organizador de Eventos, garantindo dessa forma o devido uso dos recursos públicos.
Sei que teríamos muitos outros desafios para elencar aqui, mas coloquei alguns. Continuaremos conversando, pois tenho certeza que assunto não irá faltar.
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