As 98 atividades destacadas serão impulsionadas pelo incremento substancial do fluxo turístico no país. De acordo com o Ministério do Turismo, o número de visitantes estrangeiros tende a crescer progressivamente até 2014. Só no ano da Copa, o país espera receber 8 milhões de visitantes, sendo 600 mil apenas no mês do Mundial. O número de brasileiros que devem viajar internamente durante o evento pode chegar a 3 milhões.
Para o gerente de Serviços do Sebrae, Vinícius Lages, a Copa do Mundo é um catalisador de dinâmicas de inovação, gestão e novos modelos de negócios. “Quando eventos desse porte chegam a um país promovendo uma série de oportunidades de negócios e estabelecendo requisitos técnicos e gerenciais a serem cumpridos, temos a chance de trazer o futuro para o presente, acelerando processos que ocorreriam mais lentamente”, ressalta.
O evento apresenta boas oportunidades para as agências de viagem, tanto emissivas quanto as de receptivo. No caso das primeiras, é preciso destacar a relevância do fluxo de turistas domésticos durante o evento. Jogos não somente da seleção brasileira, como também de outros países tradicionais do futebol, podem despertar o interesse dos brasileiros e motivar viagens internas, proporcionando uma demanda extra no período dos jogos para as empresas.
Pacotes oficiais - No turismo receptivo, há duas maneiras distintas de as agências se beneficiarem das oportunidades da Copa. Em primeiro lugar, elas devem se credenciar nas operadoras internacionais que, por sua vez, são agentes credenciados do Tour Operator Programme (TOP) da Match/Fifa. Os participantes desse programa têm o direito de vender, em seus países de origem, pacotes oficiais com ingressos para os jogos da Copa do Mundo 2014. A Match, empresa responsável por assegurar acomodações à Federação Internacional de Futebol (Fifa), também contrata e reserva unidades habitacionais nos meios de hospedagem das cidades-sede.
As oportunidades também podem ser aproveitadas pelas pequenas empresas que fornecem serviços técnicos ou operacionais a outros empreendimentos do setor, como limpeza e manutenção, terceirização de mão de obra e lavanderia. Outras atividades rentáveis são as de apoio ao turismo, mais direcionadas aos próprios turistas, na promoção de passeios diversos, assim como aqueles serviços que colaboram para a competitividade de destinos turísticos, como as lan houses e as casas de câmbio.
Outra análise que o mapeamento traz é em relação ao nível de presença das pequenas empresas nas atividades analisadas, dando escala de densidade de 0 a 1. Nesse contexto, destacam-se os restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas como lojas de conveniência, cafeterias, sorveterias, padarias e confeitarias (0,98), serviços de aluguel de imóveis por temporada (1,00), serviços de barco-hotel (1,00), serviços de recreação para crianças (1,0), serviços de aluguel de câmeras fotográficas (0,99) e aluguel de equipamentos recreativos e esportivos (1,0).
Regras - As empresas do setor do turismo terão que atender a 139 requisitos entre eliminatórios e classificatórios. Os requisitos eliminatórios são aqueles, geralmente, de caráter obrigatório, como Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), inscrição municipal, alvará de funcionamento e participação no Cadastur (cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor do turismo). Segundo análise da FGV, no caso do turismo, os requisitos eliminatórios possuem uma incidência maior e são mais relevantes nas negociações envolvendo empresas do setor e outros atores ligados à organização do evento.
Os requisitos classificatórios são os que agregam valor à empresa. São de três tipos: documentação específica, gestão e sustentabilidade. Na documentação específica, destacam-se o licenciamento junto à autoridade sanitária competente e o Certificado Aventura Segura da Abeta. Nos requisitos de gestão está o benchmarking (busca de melhores práticas) e realização de treinamento interno e externo. Nos requisitos de sustentabilidade, destacam-se o apoio da empresa no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo e a contratação prioritária de mão de obra e de fornecedores locais.
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