A manutenção do turista brasileiro no país e a vinda de estrangeiros para jogar aqui é outra das vantagens apontadas por Herculano. “Quando você vai para o Uruguai ou Las Vegas, o que mais vê são brasileiro jogando. Então, todo esse dinheiro que eles estão gastando lá com passagem, hospedagem, alimentação, shows, etc, poderia estar sendo gasto aqui”, argumento o parlamentar. “Além disso, o Brasil é naturalmente belo, nosso povo é acolhedor, quando tivermos os cassinos, quem não vai querer vir pra cá?”, argumentou.
O presidente da Associação Brasileira de Resorts, Luiz Daniel Guijarro, disse que a legalização dos cassinos permitiria um aumento das taxas de ocupação dos resorts no País e dobraria o faturamento do setor. Segundo ele, mesmo com a crise, em 2015 o segmento de resorts deverá fechar com R$ 1,8 bilhão de receita, quase R$ 100 milhões a mais do que no ano passado. As projeções feitasm, caso os cassinos sejam legalizados, apontam que a receita seria de R$ 2,16 bilhões. “Há um espaço para crescimento, se a gente considera a probabilidade de ter cassinos, já que, com esse segmento, vamos dar um salto de ocupação. É um segmento que traz uma linearidade, diferente do lazer e de eventos corporativos que são sazonais”, disse Guijarro.
Potencial econômico
O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, Alexandre Sampaio, informou que o jogo ilegal no Brasil movimenta R$ 18 bilhões. Para ele, o País tem um potencial em várias cidades do interior e será benéfico para a economia se os cassinos forem legalizados. “Só com os cassinos, o setor de turismo teria mais 400 mil postos de trabalho e ganharia mais investimentos internacionais”, prevê Sampaio ao defender a possibilidade de cassinos nas capitais, mas ressaltando que o foco seja a interiorização dos empreendimentos.
Para o presidente da Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux, Márcio Santiago, o Ministério do Turismo deveria ser responsável pela regulação, fiscalização e arrecadação dos impostos relacionados aos cassinos. “O Brasil é o 4º país que joga nos cassinos de Las Vegas. Nós saímos daqui para jogar lá fora. São divisas que o Brasil deixa de receber”, lamentou.
Desenvolvimento dos municípios
O vice-presidente Institucional da Associação Nacional dos Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo, Tenielson Campos, afirmou que a legalização dos cassinos no Brasil é uma saída para levar o desenvolvimento onde não existe o turismo e que não se restrinja apenas aos resorts. “O cliente chega do aeroporto, vai direto para o resort e faz tudo ali. Isso não pode ficar só lá dentro, é preciso gerar oportunidade para o empreendedor local”, defendeu.
O assessor da presidência do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Walter Ferreira, acredita que os cassinos no Brasil poderão ser um atrativo para o país perante os demais países quando não houver mais os grandes eventos em pauta. “É preciso se preocupar com a imagem do Brasil no exterior quando não tivermos mais a mídia espontânea (como a Copa e as Olimpíadas). Olhando experiências internacionais, essa pode ser uma fonte de recurso para a promoção internacional permanente. A Embratur precisa de recursos perenes para bancar essa promoção no exterior”, salientou.
Para Ferreira, todas as formas que buscam desenvolver o turismo no Brasil interessam ao governo. “Nosso País fideliza: 78% das pessoas que nos visitam voltam. Com o fim dos grandes eventos, essas podem ser as novas saídas.”
As sugestões levantadas na audiência pública serão encaminhadas para a Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, que analisa a liberação de outros jogos de azar como bingos e jogo do bicho.
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