Inovação, IA e liderança humana marcam debates na GBTA 2025

Pautas discutidas na Convenção, que já tem data marcada para ocorrer em 2026, apontam o futuro do setor de viagens corporativas

Delegação latino-americana na GBTA

A GBTA Convention 2025 chegou ao fim nesta quarta-feira (24), em Denver (EUA), reunindo 5.400 participantes e 1.141 travel buyers de todo o mundo, segundo a organização do evento. Com uma programação centrada em inovação, liderança e o futuro das viagens corporativas, o evento reforçou seu papel como o maior e mais relevante ponto de encontro do setor no cenário global, consolidando-se como o principal fórum global de inovação, liderança e tendências no setor de viagens corporativas. 

A delegação brasileira powered by ALAGEV esteve presente acompanhando de perto os conteúdos mais transformadores da convenção. Para Luana Nogueira, diretora executiva da associação, “participar da GBTA é fundamental para que o Brasil acompanhe o ritmo das grandes transformações do setor. A inovação está cada vez mais conectada a lideranças mais conscientes, tecnologia aplicada com propósito e à capacidade de se adaptar com velocidade - e é exatamente isso que encontramos aqui”.

Entre os destaques, a palestra “Business Travel Trends and Leadership” reuniu líderes do setor com uma mensagem clara: o futuro das viagens corporativas exige menos controle e mais propósito. Em um cenário de crescente instabilidade geopolítica, pressão por resultados e mudanças regulatórias, os líderes globais foram unânimes em afirmar que “o futuro é humano” - uma liderança pautada por empatia, visão e integridade será cada vez mais valorizada frente aos modelos tradicionais baseados em controle, carisma ou anos de experiência.

Já o keynote Jeremy Gutsche, com o tema “Create the Future - How to Innovate in Times of Chaos, AI & Change”, desafiou os participantes a romperem com os padrões herdados do passado e buscar sua próxima grande oportunidade em meio ao caos. Em uma apresentação vibrante, Gutsche mostrou como muitas das decisões que tomamos hoje são moldadas por estruturas antigas - inclusive na forma como empresas tratam inovação, tecnologia e gestão de viagens. Com exemplos provocativos, ele afirmou que “a inteligência artificial não é o futuro - é o presente mal aproveitado” e que a maioria das empresas falha não por falta de tecnologia, mas por insistir em replicar decisões passadas.

Em uma das falas mais inspiradoras do evento, o psicólogo e especialista em liderança John Amaechi reforçou em sua palestra “The Promises of Giants - Leadership at its Finest” que, em um mundo impulsionado por dados e algoritmos, “a liderança real é simples, humana e exige esforço constante.” Para ele, a transição para o futuro não será guiada por fórmulas prontas, mas por líderes que entendem seu impacto, valorizam o outro e sabem navegar em ambientes incertos com clareza e propósito.

A GBTA 2025 deixou claro que o setor de viagens corporativas não é apenas uma engrenagem operacional, mas um espaço de transformação, onde decisões sobre pessoas, tecnologia e sustentabilidade se entrelaçam. E, nesse novo cenário, o Brasil tem papel estratégico como mercado emergente, inovador e conectado ao mundo.

Pesquisa apresentada: 

A 7ª edição da pesquisa global sobre viagens corporativas, conduzida pela Wakefield Research em parceria com a SAP Concur foi apresentada durante a Convenção. O levantamento ouviu mais de 5 mil pessoas em 29 países, entre viajantes de negócios, gestores de viagens e CFOs, e trouxe dados reveladores sobre o comportamento dos viajantes, as novas demandas por conforto e tecnologia, e os desafios enfrentados pelas empresas.

A apresentação foi conduzida por Misty Duran, diretora sênior de estratégia de marketing de viagens, e contou com a presença de uma delegação brasileira organizada pela ALAGEV. Segundo Luana Nogueira, diretora executiva da entidade, “o estudo reforça que viajar a trabalho nunca foi só sobre deslocamento. É sobre pessoas, propósito, conexões. Estar na GBTA com a delegação brasileira é uma oportunidade de aprendizado e alinhamento global com as principais práticas do mercado”.

Um dos principais dados do estudo aponta que 89% dos entrevistados afirmam que os orçamentos para viagens de negócios aumentaram ou foram mantidos em 2025. No entanto, esse crescimento vem acompanhado de cortes significativos: empresas estão restringindo benefícios como voos diretos, classe executiva, viagens que não envolvem contato com clientes e o modelo blended travel. Apesar disso, a disposição para viajar está em alta. O índice de profissionais dispostos a viajar nos próximos 12 meses chega a 97%, sendo que 70% se dizem “muito dispostos”, o maior número registrado desde 2021.

O levantamento também revela que 55% dos viajantes consideram as viagens essenciais para o bom desempenho de suas funções, enquanto 39% reconhecem que, embora não indispensáveis, elas contribuem diretamente para a produtividade. Quanto à frequência, 51% dizem estar viajando na medida certa e apenas 19% gostariam de viajar mais, número significativamente menor do que os 39% registrados em 2022.

A pesquisa mostra ainda que os viajantes esperam mais conforto nas viagens corporativas do que nas de lazer. Hotéis de alta qualidade, carros privativos e restaurantes sofisticados estão entre os itens mais valorizados. Nesse contexto, 85% afirmam estar dispostos a pagar do próprio bolso por melhorias nas viagens. Esse comportamento é ainda mais presente entre os mais jovens: 93% da Geração Z e 88% dos Millennials se mostram dispostos a investir na própria experiência.

A Inteligência Artificial foi um dos destaques da apresentação. Para Misty Duran, “o futuro da IA nas viagens corporativas não é apenas sobre eficiência, é sobre criar jornadas personalizadas, contínuas e humanas que libertem os profissionais para focar no que realmente importa”. Ainda assim, apenas 17% dos viajantes se dizem entusiasmados com sugestões automatizadas baseadas em preferências. A maioria ainda prefere manter controle sobre suas decisões. 

A IA tem maior aceitação em tarefas como remarcações antes ou durante a viagem, curadoria de opções de hospedagem e transporte no momento da reserva e apoio na elaboração de relatórios de despesas. Os viajantes também apontam exigências claras quanto ao uso dessa tecnologia: proteção de dados pessoais, ausência de penalidades caso o sistema sugira algo fora da política corporativa, treinamento adequado e possibilidade de utilizar ferramentas alternativas sem IA.

Outro ponto de atenção revelado pelo estudo é a preocupação com o uso indevido da IA. Para 41% dos gestores de viagem e 34% dos CFOs, existe a possibilidade de que colaboradores utilizem ferramentas de inteligência artificial para tentar fraudar despesas. Essa percepção também é compartilhada por 22% dos próprios viajantes. E, quando questionados sobre quem é mais fácil de enganar - um humano ou um robô -, 56% responderam que seria mais fácil burlar um ser humano.

Por fim, 86% dos viajantes acreditam que seus travel managers ainda podem fazer mais. As principais demandas incluem mais conforto durante as viagens, melhor comunicação sobre mudanças nas políticas, acesso facilitado às opções de transporte e hospedagem sustentáveis, além de maior atenção à segurança em todos os momentos da jornada. O relatório completo da 7ª Pesquisa Global de Viagens Corporativas está disponível no site da SAP Concur.

Alagev abre pré-inscrição para delegação brasileira na GBTA Convention 2026

Ainda segundo Luana Nogueira, diretora executiva da Alagev, “tivemos mais um ano de muito sucesso, não apenas pela qualidade do evento, mas pelo impacto da delegação brasileira, que cresce em relevância a cada edição. O engajamento e a energia deste grupo foram tão positivos que já antecipamos a pré-inscrição para 2026”. 

A próxima edição da GBTA Convention já tem data e local definidos: será realizada de 3 a 5 de agosto de 2026, em Chicago (EUA). Profissionais interessados em integrar a delegação Alagev no próximo ano já podem garantir sua vaga na pré-inscrição oficial. Ao liderar a participação brasileira nos principais fóruns internacionais do setor, a ALAGEV reafirma seu compromisso em conectar o mercado local às tendências globais, fomentar o desenvolvimento de lideranças e impulsionar a profissionalização das viagens corporativas no Brasil.

Fonte: Assessoria
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