Festuris: especialista alerta a hotelaria sobre a importância dos eventos

Consultora Vaniza Schuler disse ainda que a hotelaria poderia ser uma grande parceira no levantamento de informações sobre o turista de negócios.


Durante o Salão MICE ABEOC Brasil, realizado dentro da programação do Festuris, a consultora Vaniza Schuler analisa alguns erros cometidos na hotelaria referente aos eventos. “Em primeiro lugar, registramos não só no Rio Grande do Sul, como em vários outros estados, a dificuldade de fazer um pré-bloqueio”, diz. Segundo ela, em um processo de captação, é preciso apresentar garantias para a entidade promotora que naquele período da realização do congresso e outros, os meios de hospedagem, de acordo com o perfil dos participantes, terão vagas disponíveis e também uma estimativa de valor. “O mercado nacional e internacional funciona desta forma. Ainda que seja um referencial de tarifas, sujeito a mudanças, claro, mas nada para engessar. Somente para garantir os leitos naquele período”, avalia.

Na opinião da especialista, os convention bureaux estão tendo dificuldade em conseguir estes documentos, absolutamente fundamentais, podendo invalidar o processo de candidatura de uma cidade. “Isto acontece também em hotéis que têm centros de eventos. E a carta, muitas vezes está em português e o valor em moeda real, para demandas de fora do país. Precisamos ter um padrão de apresentação de proposta em inglês e em dólar, com todas as precauções necessárias para os empresários”. Outra demanda, na opinião de Vaniza, é a de que os meios de hospedagem sempre têm a visão do corporativo e social. Fazem investimentos fantásticos em espaços não adequados aos eventos associativos, como feiras, por exemplo, e as necessidades de espaços modulados. “As paredes removíveis é um gasto pequeno perto do montante já feito. E muitas vezes, seduzido por um arquiteto, o piso bonito, como o mármore, vai arranhar ao colocar uma estrutura desta”, aconselha.

A consultora disse ainda que a hotelaria poderia ser uma grande parceira no levantamento de informações sobre o turista de negócios. “É difícil ter um perfil deste tipo de cliente, algo útil para todo o setor. Cada empreendimento é uma amostra segmentada, e uma aplicação de pesquisa seria fundamental. É preciso entender melhor a necessidade dele. Mas os principais quesitos desejados são, em resumo, silêncio, tomadas, uma boa ducha e iluminação indireta. E vejo melhorias feitas em banheiras de hidromassagem e piscina”, revela Vaniza. Outro erro, diz ela, é tirar o room service. A solução seria a de fazer uma parceria com um restaurante ou tele-entrega, sem que o hóspede tenha de descer até o lobby para buscar a sua refeição. “O enxugamento de custos causa impacto no conforto e na qualidade apresentada”.

Outro problema, conforme a palestrante, é a crise de identidade. Existem hotéis executivos sendo usados pelas operadoras de turismo que trabalham com baixo custo. O executivo que está trabalhando precisa de silêncio e de uma boa internet. “Outra forma de fazer a diferença, muitas vezes, está em o hotel oferecer o transporte até o evento. É falta de entendimento de como funcionam os valores e as necessidades do mercado, do turista de negócio, do de eventos e a dinâmica de um congresso. Existe erro de entendimento”, conclui.