Abertura da Copa das Confederações é marcada por falhas operacionais

Torcedores reclamam por falta de comida e bebida dentro do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, durante o jogo de abertura da Copa das Confederações entre Brasil e Japão, neste sábado (15/6).

Uma série de problemas fez o torcedor sofrer na abertura da Copa das Confederações no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

O principal e mais escancarado foi a falta de comida em diversas lanchonetes espalhadas pelos corredores de acesso às arquibancadas superiores. Cerca de meia hora antes do jogo entre Brasil e Japão, nenhuma delas tinha sido abastecida com hot dog, batatas e tortas de queijo, produtos anunciados nas placas.

A torcedora Aneliza Bella, 32 anos, conta que a comida da lanchonete do setor A acabou antes do início da partida. Na metade do primeiro tempo, ela ficou sabendo que havia chegado mais cachorro quente para vender, mas descobriu, após 20 minutos na fila, que o alimento havia acabado. Aneliza também tentou comprar um chocolate no valor de R$ 7 com uma nota de R$ 20 que apresentou ao caixa, mas não conseguiu porque o estabelecimento não tinha troco.

Também não há mais cerveja gelada no setor A do estádio e desde o início do jogo não tem água para vender.

Nos camarotes, o acordo fechado entre a Fifa e a cervejaria patrocinadora oficial do evento também gerou reclamações. Segundo informações da Fifa, a compra de cerveja só poderia ser feita até os 15 minutos que antecedem o término do segundo tempo. A proposta é inspirada nos jogos da liga americana de basquete NBA, que veta a venda de bebidas alcoólicas no quarto final da partida, para incentivar um consumo responsável.

No entanto, os torcedores reclamam que a bebida só foi servida até o fim do primeiro tempo do jogo. Segundo os garçons, ainda havia cerveja disponível, mas a quantidade havia sido limitada. Eles continuaram a servir vinhos branco e tinto.


A situação chegou a afetar mulheres grávidas, de cinco e sete meses. A lanchonete, naquele momento, vendia apenas cerveja e chocolate. Durante o desenrolar da partida, os alimentos chegaram, mas acabaram rapidamente mais uma vez, o que irritou os torcedores.

Outro problema ocorrido foi com os elevadores. Diversos deles não funcionaram em vários momentos entre 13h e 18h, quando a partida terminou. Jornalistas que precisavam descer para o setor de entrevistas foram afetados e tiveram que usar escadas de emergência. Um voluntário, procurado pela reportagem, disse que pelo menos 70% das máquinas já havia apresentado algum defeito neste sábado.

A internet e a telefonia celular apresentaram falhas também. Na área de imprensa, os repórteres que ocuparam as bancadas mais altas sofreram com o baixo sinal da internet. Até prevendo algum tipo de problema, foram disponibilizados cabos para conectar nos computadores. Quem tentava usar o celular também encontrava muita dificuldade. Por volta das 17h, no intervalo da partida, torcedores relataram à reportagem que desde 15h tentavam se comunicar com familiares do outro lado do estádio e não conseguiam.










Os voluntários, apesar de toda a atenção dispensada, mostraram certa desinformação em algumas situações. Alguns torcedores tiveram problemas com acentos e  um dos funcionários, erradamente, informou que os lugares não eram marcados. Prontamente foi corrigido por um companheiro ao lado, que mostrou os locais corretos para os torcedores.

Houve também quem tenha comprado ingresso e, ao chegar no Mané Garrincha, não encontrado seu lugar. Explica-se: o assento marcado nos bilhetes de torcedores não existiam nas arquibancadas. Segundo a Fifa, houve uma falha na hora da impressão. As pessoas com esses problemas foram realocadas.

Muitos torcedores encararam uma gingatesca fila para retirar os ingressos que compraram pela Internet. A espera chegou a duas horas.

Os problemas em Brasília, uma das cidades da Copa do Mundo de 2014, começaram na quinta-feira. Faltou material para produzir credenciais e também houve uma falha no sistema. Os transtornos causaram o fechamento do centro de credenciamento, provocando longas filas no dia seguinte.