Uma série de problemas fez o torcedor sofrer na abertura da Copa das Confederações no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O principal e mais escancarado foi a falta de comida em diversas lanchonetes espalhadas pelos corredores de acesso às arquibancadas superiores. Cerca de meia hora antes do jogo entre Brasil e Japão, nenhuma delas tinha sido abastecida com hot dog, batatas e tortas de queijo, produtos anunciados nas placas.
A torcedora Aneliza Bella, 32 anos, conta que a comida da lanchonete do setor A acabou antes do início da partida. Na metade do primeiro tempo, ela ficou sabendo que havia chegado mais cachorro quente para vender, mas descobriu, após 20 minutos na fila, que o alimento havia acabado. Aneliza também tentou comprar um chocolate no valor de R$ 7 com uma nota de R$ 20 que apresentou ao caixa, mas não conseguiu porque o estabelecimento não tinha troco.
Nos camarotes, o acordo fechado entre a Fifa e a cervejaria patrocinadora oficial do evento também gerou reclamações. Segundo informações da Fifa, a compra de cerveja só poderia ser feita até os 15 minutos que antecedem o término do segundo tempo. A proposta é inspirada nos jogos da liga americana de basquete NBA, que veta a venda de bebidas alcoólicas no quarto final da partida, para incentivar um consumo responsável.
No entanto, os torcedores reclamam que a bebida só foi servida até o fim do primeiro tempo do jogo. Segundo os garçons, ainda havia cerveja disponível, mas a quantidade havia sido limitada. Eles continuaram a servir vinhos branco e tinto.
A situação chegou a afetar mulheres grávidas, de cinco e sete meses. A lanchonete, naquele momento, vendia apenas cerveja e chocolate. Durante o desenrolar da partida, os alimentos chegaram, mas acabaram rapidamente mais uma vez, o que irritou os torcedores.
Outro problema ocorrido foi com os elevadores. Diversos deles não funcionaram em vários momentos entre 13h e 18h, quando a partida terminou. Jornalistas que precisavam descer para o setor de entrevistas foram afetados e tiveram que usar escadas de emergência. Um voluntário, procurado pela reportagem, disse que pelo menos 70% das máquinas já havia apresentado algum defeito neste sábado.
A internet e a telefonia celular apresentaram falhas também. Na área de imprensa, os repórteres que ocuparam as bancadas mais altas sofreram com o baixo sinal da internet. Até prevendo algum tipo de problema, foram disponibilizados cabos para conectar nos computadores. Quem tentava usar o celular também encontrava muita dificuldade. Por volta das 17h, no intervalo da partida, torcedores relataram à reportagem que desde 15h tentavam se comunicar com familiares do outro lado do estádio e não conseguiam.
Houve também quem tenha comprado ingresso e, ao chegar no Mané Garrincha, não encontrado seu lugar. Explica-se: o assento marcado nos bilhetes de torcedores não existiam nas arquibancadas. Segundo a Fifa, houve uma falha na hora da impressão. As pessoas com esses problemas foram realocadas.
Muitos torcedores encararam uma gingatesca fila para retirar os ingressos que compraram pela Internet. A espera chegou a duas horas.
Os problemas em Brasília, uma das cidades da Copa do Mundo de 2014, começaram na quinta-feira. Faltou material para produzir credenciais e também houve uma falha no sistema. Os transtornos causaram o fechamento do centro de credenciamento, provocando longas filas no dia seguinte.
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