Rio sempre lindo

O Rio de Janeiro realmente continua lindo. Talvez, ainda mais lindo.

Mais lindo porque está mais estruturado e profissional para receber turistas. Não precisa nem ler sobre isso, é só caminhar pela orla carioca ou mesmo frequentar alguns pontos turísticos e sentir orgulho de ser brasileiro perante aquela quantidade de estrangeiros.

Aliás segundo alguns taxistas, o número de turistas brasileiros e estrangeiros cresceu muito com a Copa e com a chegada em 2016. Se percebe muitos ônibus turísticos na cidade.

No geral, aquele jeitinho carioca também continua agradando alguns e não tanto outros. Mas se tirar esse charme carioca, talvez não continue assim tão lindo. Falando em taxistas, para minha surpresa, apesar da fila gigante no aeroporto Santos Dumont numa sexta-feira à noite, eles estão educados, organizados e respeitam o caminho, sem tentar levar o passageiro por caminhos mais longos até o endereço pedido.

Aliás, há alguns anos, os taxistas cariocas eram a propaganda negativa para o Rio, que além de mal educados, trabalhavam com carros velhos, sujos e cobravam preços exorbitantes. Mas, nota-se uma grande mudança. Pelo menos nos 4 dias que estive por lá e usei bastante taxis não percebi nada irregular.

Enfim, para que ler jornal se você pode ter uma boa conversa com estes taxistas. Soube coisas interessantes, como, por exemplo, que a frota carioca tem, hoje, quase 40 mil carros e que o salário deles pode chegar entre 8 e 12 mil reais, com direito a não ter patrão e ainda poder parar num quiosque para um suco ou mesmo um mergulho no meio do dia de trabalho. Também soube que quase 40% desta frota de taxis é de motoristas mais velhos que já estariam aposentados porém preferem sair para a rua e aproveitar para conhecer novas pessoas e, ganhar um bom dinheiro. Mas, também, você pode esperar um pouco mais pelo táxi que vai parar para você, afinal, hoje, eles escolhem o passageiro. É para rir mesmo.

Outra boa notícia é que a Prefeitura apoia os taxistas a trocarem de carro para manterem uma frota mais nova. E uma nova lei municipal que entra em vigor em breve, não permite que os carros amarelos de taxi não podem ultrapassar mais que 6 anos de uso e nem estarem batidos ou sujos. Isso é perfeito e mostra seriedade em receber bem. E, os taxistas que não respeitarem a Lei serão proibidos de pararem em lugares públicos como aeroporto, rodoviárias e outros. A fiscalização é intensa.

Infraestrutura de primeiro mundo para ir ao Corcovado. São mais de 500 vans novas com ar condicionado saindo de pontos diferentes da cidade direto ao pé do Cristo. Não precisando ficar horas na fila para pegar o trenzinho.

Os preços, bem, continuam absurdos. Em especial os hotéis e passeios turísticos estão bem mais caros que uma viagem à Europa. Uma boa opção são os apartamentos de temporada, cujos preços equivalem a um hotel médio. Entretanto, você tem que se preocupar com horário de check in e check out para entrega das chaves, pois não existe recepção e nem ninguém a sua disposição, mesmo já existindo boas e estruturadas empresas que fazem esse trabalho.

Estive no Rio recebendo um amigo egípcio de Alexandria. É impressionante a surpresa, tanto dele, como também das pessoas quando sabem que ele veio de tão longe. Um dos taxistas ficou impressionado quando falei que era egípcio e disse que nunca tinha pego um turista do Egito em seus quase 40 anos de trabalho. O meu amigo egípcio ficou feliz por ter sido o primeiro.

Além dos hotéis, se você quer ir ao Pão de Açúcar só de acesso custa em torno de 50 reais. Um voo de helicóptero, de 12 minutos sobrevoando praias, Corcovado e Lagoa, não sai por menos de R$ 540,00. Realmente um passeio indiscutivelmente lindo, porém bem salgado. Mas a estrutura que atende esses serviços não é mais tão cambaleante como antes. As pessoas que trabalham falam inglês e se percebe que tem um treinamento para atender com eficácia os turistas.

Nas praias, pelo menos em Copacabana, Ipanema e Leblon que são as mais turísticas, se vê muito policiamento. Aliás, em toda a cidade se percebe carros de polícia em várias esquinas, dando um ar maior de segurança. Andando no calçadão de Ipanema fui abordado por um rapaz me oferecendo cadeira na areia. Alguns passos depois um fiscal me questionou se a pessoa anterior tinha me pedido dinheiro. Disse que não, apenas cadeiras. Ou seja, mostra uma intensa fiscalização para proteger turistas.

E o Rio é lindo demais. Esta máxima é verdadeira. Tanto a parte natural como também as ruas dentro dos bairros que vão contando histórias. Para um egípcio então, que vive no meio de um deserto, ver aquelas ruas floridas e com inúmeras arvores é fascinante. Na verdade, esta viagem que foi para receber este amigo que veio de longe, o Egito e, que tinha um grande sonho – conhecer a Cidade Maravilhosa, ganhamos os dois. Eu também pude curtir e me deslumbrar com este nosso Rio de Janeiro.

O povo carioca é digno de um parágrafo à parte. É só sentar em um café ou bar da orla e prestar atenção no povo local que passa ou senta ao seu lado. Os papos são variados e alguns deles parecem até um programa de humor carioca. Muitas mulheres chegam com seus cachorros e os deixam latindo, sem nenhuma preocupação, com quem passa ou está ao lado. Ou, então, quando puxam conversa com as mesas do lado como se fossem velhas amigas. É hilário.

A mistura de raças, do Leblon à Rocinha, é outro ponto importante. São pessoas exóticas, bonitas ou, ainda com muita personalidade. Uma verdadeira torre de babel.

A sensação de tranquilidade, liberdade e diversão tornam o Rio ainda muito mais atrativo. Nós paulistas estamos tão perto dos cariocas e mal percebemos estas atrações e oportunidades.

Vamos ao Rio...