Quais seriam as lições aprendidas com os episódios de Petropolis?

Nosso processamento de decisões em meio à tempestades é falho e por que isso acontece? Como podemos nos preparar para responder certo às ameaças? Neste breve artigo, levanto questões simples, mas introdutórias para você raciocinar melhor e mais eficazmente de agora em diante.

O que podemos aprender com a tragédia de Petrópolis?

Como você agiria e qual decisão tomaria se estivesse naquele ônibus sendo submerso pelas águas? Como tomar uma decisão correta em meio a uma crise?

As decisões que tomamos deveriam responder em primeira análise à resposta ao perigo inicial e em questões de segundos deveríamos agir e não titubear.

O processo decisório na sua mente é falho, pois você sempre estará impregnado com suas percepções de fatos passados, similares ou até mesmo de uma falsa noção da realidade fática e não com a percepção e dimensão real daquele momento.

As crises podem ser simultâneas e múltiplas e em várias direções e nosso mindset deve se ajustar aos casos inéditos, bem como as repetições de casos deformados pelo tempo.

Numa crise, não devemos tentar segurá-la com as nossas próprias mãos e sim, manobrá-la, pois ela já está acontecendo e poderá evoluir rapidamente, de igual modo como as águas de um rio caudaloso.

Todos nós erramos quanto estamos dentro da crise, nossa ativação decisória é no sentido de controlá-la, mas manobrar é a solução mais adequada até que as águas acalmem-se...O que podemos fazer no máximo é gerenciar as operações de mitigação, mas nunca tentar resolver pelos nossos instintos, mas sim, pelo racional evitando que o emocional nos envolva.

Agora, por outro lado, as pessoas precisam saber o que fazer numa crise, serem orientadas minimamente, o que decidir, como decidir. em que momento decidir, para onde ir e o que fazer quando chegar no local de apoio, não bastando uma plaquinha numa esquina ou num poste isolado, e tudo isso pode durar dias ou semanas.

A comunicação e a informação devem ser inteligíveis, devem atingir a mente de todos e ser rápida. As pessoas devem ser treinadas, exercícios de simulação devem ser constantes, pelo menos 2 vezes ao ano como num mutirão de sobrevivência.

E por fim, as ações operacionais devem ser organizadas previamente, a Cooperação Interagências precisar ser muito bem estruturada, não é um ajuntamento de profissionais somente é preciso mais do que isso, é preciso planejamento antecipado, quem é o gestor do projeto, o que cada agência faz, qual sua função, qual a metodologia e os objetivos iniciais, depois a secundária e a terciária, qual será planejamento da logística, os insumos e materiais, e muitas outras ações se sucederão.

Numa crise, um dos fatores mais importantes e relevantes é a capacidade de gestão de pessoas, pois em muitos casos as instituições e agencias poderão sucumbir o pacto de cooperação nas medida em que cada unidade tem seus métodos, suas doutrinas e estas, não estão horizontalizadas e nem difundias de forma a equalizar todo sistema operacional.