Hoje o meu artigo é uma releitura de uma parábola, ou melhor, uma metáfora, que aprendi na escola e igualmente muito citada por minha avó.
Esta metáfora serve para demonstrar a intolerância critica.
O radicalismo de um mundo cheio de preconceitos
Na verdade um mundo parcial onde todos são juízes, um mundo de idiossincrasias, de apóstolos midiáticos raivosos, de comportamentos humanos inadequados, através de uma auto-afirmação questionável.
Mas vamos à historia; Numa aldeia do interior vivia um velho com o seu neto e um burro chamado Risonho. O burro, além de animal de carga era estimado e muito apreciado pelos moleques da região que viam no Risonho mais que um burro, um amigo das burricadas
Como era seu costume, semanalmente, o velho ia ao povoado vender a sua produtividade e abastecer a sua dispensa. Depois de aparelhar o burro, pensou: desta vez vou levar o meu neto como companhia, vou preparar ele para no futuro e dar continuidade às necessidades familiares.
O sol ainda não tinha raiado, mas o velho já tinha vencido algumas léguas, feliz, continuava cantarolando lado a lado com Risonho e com o neto adormecido e montado no burro.
Na entrada do povoado, ainda distante do seu destino o velho se apercebeu de olhares e comentários críticos dirigidos a ele.
- “Olha para isso! o velho a pé e o moleque em cima do burro, é uma vergonha”
Triste e sentido, o velho pediu para o neto desmontar e ele montou no Risonho a contragosto.
Mais adiante os comentários continuaram.
- "Que falta de humanidade, a criança a pé e o velho montado no burro; Que desumanidade!"
Diante de tantas críticas o velho pediu para o neto subir no burro com ele e assim continuaram o seu caminho.
Achando que as críticas tinham parado, o velho feliz comentava com o neto no resultado final da sua viagem.
Mas logo as criticas voltaram!
- “Que crueldade! Os dois sentados no infeliz burro que mal pode andar! É uma vergonha a desumanidade das pessoas com os animais, deviam ter vergonha na cara".
Desapontado com as criticas agressivas o velho resolveu colocar o burro nas costas e finalizar o seu destino.
Sem entender o porquê, o neto continuou a seu lado carregando também parte da carga.
Mas, este não foi o final da Historia, logo as criticas voltaram e pior, chacotas e risadas das pessoas que acenavam com o dedo na testa, significando que eles eram loucos.
- “É hilário, dois idiotas a pé com o burro nas costas"
O mundo está ficando louco.
Moral da historia: está difícil coexistir com as diferenças, com a intolerância da nossa sociedade.
Resultado: o não reconhecimento das diferenças está levando ao ódio, à radicalização, à violência gratuita no nosso cotidiano
O primeiro artigo da Declaração Universal dos direitos do Homem, diz que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos...
Quando a sociedade é omissa e perde a capacidade de se relacionar, o radicalismo cede lugar à força e à violência...
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