O ESTADO DA INDÚSTRIA
O depoimento destes experientes profissionais traça um panorama da realidade, das preocupações, das previsões e dos desejos que acredito serem de todos que militam no mercado de eventos.
Com a palavra: ANA CLAUDIA BITTENCOURT – Presidente da ABEOC Brasil e diretora da Yes Agência – Porto Alegre/RS; CÉLIO ASCHAR JR. – Chairman da AMPRO e diretor da Aktuellmix – São Paulo/SP; CELSO ANTUNES – Diretor da Hype Eventos e Ativação de Marca – São Paulo/SP; CIRCE JANE TELES DA PONTE – Presidente do Sindieventos Ceará; DAIANA BISOGNIN LOPES – Diretora da F&B Eventos – Londrina/PR; DJANIRA DIAS – Diretora da 2D Promoções e Eventos e promotora do Tempero no Forte – Salvador/BA; EDUARDO SANOVICZ – presidente da ABEAR e ex-presidente da Embratur – São Paulo/SP; ELIANA AZEREDO – Diretora da Capacitá – Porto Alegre/RS; ELZA TSUMORI – Presidente do For/Eventos e diretora da Casa Barcelona – São Paulo/SP; FABIANA SCHAEFFER – Diretora da Netza Comunicação Integrada – São Paulo/SP; FERNANDO GUNTOVITCH – Presidente da The Group – São Paulo/SP; GERARD BOURGEASEAU – Diretor da Windsor Hotéis e ex-presidente da Riotur – Rio de Janeiro/RJ; GUILHERME RODRIGUES ALVES – diretor da GAEL Grupo de Ativações e Experiência Live – Rio de Janeiro/RJ; JULIO URBAN – diretor da Idealiza Eventos – Curitiba/PR; MAURICIO MAGALHÃES – Vice presidente da Ampro e diretor da TUDO; NATASHA DE CASTRO CAIADO – VP Strategic Planning da WISH International Events Management – São Paulo/SP; ODELIA AVNY – Diretora de Marketing da SAP Brasil; RAIMUNDO PERES – Membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo e ex-diretor executivo do Salvador da Bahia CVB e Foz do Iguaçu CVB; RONALDO FERREIRA JUNIOR – Presidente do Comitê de Relações Sustentáveis da Ampro e diretor da Agência Um – São Paulo/SP; SERGIO PASQUALIN – Presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo e ex-diretor do Expo Center Norte – São Paulo/SP; TATIANA MARQUES – Vice-presidente da ABEOC/PE e diretora da TM Cerimonial e Eventos – Recife/PE e TONI SANDO – Presidente da UneDestinos e do São Paulo CVB.
1. O que você gosta mais sobre a indústria de eventos?
CÉLIO ASCHAR JR. - O mercado de eventos é desafiador e instigante. Não tem formas e formatos estabelecidos. Cada projeto é criado do zero e se torna único e alguns inesquecíveis.
CELSO ANTUNES - Dinamismo. É um ramo onde a rotina não faz parte e que nos permite estar sempre experimentando formatos novos e diferentes - sempre buscando as melhores soluções para propor novas formas de comunicação entre diferentes públicos.
CIRCE JANE - A grande satisfação no network que se promove com a cadeia produtiva e os diversos promotores dos eventos com os quais lidamos ao longo do tempo.
DJANIRA DIAS - A dinâmica. O fato de ser uma das principais ferramentas de comunicação do marketing “ao vivo”, que gera interatividade direta entre uma marca e seu público. O desafio entre a criação e o planejamento, até a implementação e a mensuração de resultados. Transformar uma ideia, um projeto, em um produto/serviço e atender às expectativas.
EDUARDO SANOVICZ - O envolvimento das pessoas, o desafio de surpreender a todos a cada edição de cada evento que vai ao ar, a organização de sucessivas ações de atenção a gente diferente, todos os dias. A certeza de que um dia nunca é igual ao outro.
ELIANE AZEREDO - A agilidade que a indústria tem, a capacidade de transformar e a capacidade de entrega que um evento pode dar ao cliente. O cliente consegue enxergar um resultado rápido.
ELZA TSUMORI - Ver in loco acontecer "a comunicação", usando todos os sentidos que os seres humanos possuem para interagir.
FABIANA SCHAEFFER - Do dinamismo, criatividade, da visão estratégica e do realismo.
GUILHERME RODRIGUES ALVES - A diversidade de ferramentas para atingir o objetivo.
JULIO URBAN - Networking, o conhecimento de pessoas de multissegmentos e a experiência de vida que proporciona.
MAURICIO MAGALHÃES - A dinâmica. Incrível, é uma indústria do eventual-planejado o que requer planejamento sofisticado, operação que loucamente busca o erro zero, e que o orgasmo tá na conquista da perfeição.
ODELIA AVNY - O foco na experiência do participante.
RONALDO FERREIRA JUNIOR - É o fato de lidarmos com o lado positivo das coisas. Não lidamos com problemas, temos sempre um bom desafio pela frente. É um privilégio entender, participar e compartilhar das estratégias das grandes organizações que nos contratam. É muito legal criar bons motivos para mover exércitos corporativos.
SERGIO PASQUALIN - A própria diversidade dos eventos que pode atender todos os setores da economia , portanto é um setor transversal a todos os outros .
TATIANA MARQUES -O trabalhar sendo partícipe direto e colaborativo das diversas cadeias produtivas que fazem o desenvolvimento de uma marca, de uma imagem institucional, de um lugar, de um país. A pluralidade e a dinâmica do setor.
TONI SANDO - As pessoas que trabalham com prazer, envolvidos com o cliente e com o produto.
2. O que você sente ter mais impactado a indústria nos últimos 12 meses?
ANA CLAUDIA BITTENCOURT - A crise econômica afetou a todos os segmentos e com a indústria de eventos, não foi diferente. Algumas questões no ambiente macroeconômico representaram riscos, como a alta da inflação, das taxas de juros e a situação da economia mundial como um todo, mas o fortalecimento da moeda americana foi o que mais impactou o mercado de eventos nacional neste período.
CIRCE JANE - O impacto maior se deu pela crise econômica que obriga as empresas a inovar as ações perante o mercado.
DAIANA BISOGNIN LOPES - A inflação com aumento dos preços, principalmente alimentos e bebidas e o aumento da influência das redes sociais e novas tecnologias nos eventos.
DJANIRA DIAS - Nos últimos 12 meses vários setores foram impactados e a indústria de eventos não ficou de fora. Considero que um novo estudo do dimensionamento da área de eventos, mostrará uma diferença de 2013 e 14 para 2015. As ferramentas que envolvem relacionamento, tiveram seu impacto, já que a “crise” provoca cortes e a importância da ferramenta na mente dos empresários ainda não tem a força necessária no comparativo com outras ferramentas da comunicação, como a mídia por exemplo.
Para o mal, o cenário econômico e político, impactando negativamente a capacidade de investimento das organizações.
ELIANE AZEREDO - A indústria de eventos vinha crescendo muito nos últimos anos, especialmente as áreas empresariais e institucionais, mas nos últimos meses nossos clientes têm diminuído os investimentos, o mercado de eventos como todo a comunicação sempre sente muito com qualquer mudança na economia, é o primeiro a ser cortada as verbas. Mas felizmente o que ainda esta acontecendo são cortes de verbas e não cancelamento dos eventos.
ELZA TSUMORI - A profunda preocupação com o futuro dos seus negócios, capaz de ofuscar a criatividade e de não enxergar e focar as melhores oportunidades.
FERNANDO GUNTOVITCH - Sem duvidas foi a tecnologia e a possibilidade de maior acesso a informação que elas nos trouxe. Tanto para o cliente, que agora consegue captar melhor o comportamento do seu público, quanto pro público, que ganha acesso, centralização das informações e uma possibilidade de voz ativa junto a marca
GUILHERME RODRIGUES ALVES - Incertezas econômicas e grandes eventos mundiais
JULIO URBAN - A indecisão na política e a falta de planejamento do governo brasileiro, gerando expectativas erradas e falhas na condução da politica econômica, câmbio e viagens internacionais que afetam diretamente de forma negativa nosso negócio.
MAURICIO MAGALHÃES - A miopia dos clientes, tudo virou uma planilha e um preço. Acabou a inteligência estratégica da compreensão que eventos são uma linguagem de comunicação. E nos dias de hoje com a possibilidade de virar conteúdo “multiplicável” passa a ser uma excelente ferramenta.
NATASHA DE CASTRO CAIADO - As mudanças. Hoje todos falam em crise, mas quando há qualquer modificação no mercado, a primeira área afetada é a nossa. Ai a criatividade aflora, subprodutos, novos sistemas, há uma reinvenção geral.
ODELIA AVNY - Hoje sinto que a área de eventos precisa aliar o foco na experiência do cliente x ROI do evento. O que vem gerando uma pressão em cima dos fornecedores, tendo que entregar com uma qualidade ainda melhor.
RAIMUNDO PERES - A crise econômica e política brasileira reduzindo o número de eventos na área corporativa e o número de participantes na área congressual.
RONALDO FERREIRA JUNIOR - É claro que todos nós sofremos o impacto da crise, mas parece que especialmente o nosso mercado se transformou em um alvo onde é politicamente correto iniciar os cortes. E isso é complicado, pois representamos a força da 1ª marcha do carro.
SERGIO PASQUALIN - O desaquecimento da economia foi o fator que mais impactou nestes últimos 12 meses.
TONI SANDO - Sem dúvida, o contexto político-econômico. Tanto pelo o que ele significa na prática e no dia a dia, diminuindo o poder de compra da população, quanto para o clima que é gerado, em que pessoas e empresas preferem segurar investimentos, pensando primeiro na reserva a curto-prazo do que em resultados a longo.
3. Se você pudesse mudar uma coisa na indústria, o que seria?
ANA CLAUDIA BITTENCOURT - A nossa principal aposta hoje deveria ser o turismo de eventos e de negócios. Quanto mais eventos com calendário anual fixo tivermos, melhor será, a exemplo do que acontece com destinos já consagrados em todo o mundo.
CÉLIO ASCHAR JR. - Eu acho que deveríamos ter mais cursos e universidades de formação de profissionais de eventos. Temos que capacitar mais pessoas, se queremos evoluir.
CIRCE JANE - Mudaria a consciência dos governantes para uma maior valorização da atividade propulsora que é o setor de eventos.
DJANIRA DIAS - Mais regras éticas para convivência dos “players” no mercado. Uma regulação maior para a forma como são realizadas as concorrências, a nível público e privado. Uma maior discussão entre as entidades afins que operam na indústria. Mentes mais abertas.
EDUARDO SANOVICZ - A existência de muitos espaços redundantes de debate e discussão a respeito do setor. Entendo que precisamos de menos entidades e fóruns e mais pautas a agendas unificadas.
ELIANE AZEREDO - A credibilidade de nosso mercado, precisamos de mais empresários e menos donos de empresas de eventos, precisamos acreditar que esta é uma indústria grande, que faz diferença na economia do Pais , que devemos nos unir como fizeram as grandes agências de publicidade.
FABIANA SCHAEFFER - A banalização do nosso trabalho. A Netza tem 15 anos de experiência, temos ótimos cases de sucesso na história, mas ainda existe o pensamento na indústria de que “evento qualquer um faz”.
FERNANDO GUNTOVITCH - Mais ousadia. Precisamos correr alguns riscos controlados, trazer o diferente, o inusitado. Vejo que ainda existe um certo receio pra inovar e muitos preferem fazer o habitual, sem grandes novidades. Quem sai perdendo, é o mercado de eventos. Em todo o processo existe falha e acerto até se chegar na solução ideal, isso deve ser visto como algo produtivo e não como um tabu.
GERARD BOURGEASEAU - Fortalecer o Setor. O Setor do Turismo não é ouvido. Cortaram 75% das verbas...outros acabam com a Secretária de Turismo.
Nos três níveis de Governo, ainda não entenderam o quanto o Setor de Turismo e principalmente de Eventos, podem ajudar num momento de crise aguda que estamos passando. Temos o Turismo somente nos discursos...na pratica, deixa muito a desejar.
As várias instâncias não têm ouvidos para críticas. Não existe continuidade de ações, poucas estão inseridas num planejamento - (Gov. & Iniciativa privada). Muda o Governante, o próximo joga fora o trabalho do anterior. Ex.: Rio de Janeiro na mudança do ano 2000 para 2001, e a Iniciativa Privada ficou muda e se submeteu a nova ordem que não fez nada.
GUILHERME RODRIGUES ALVES - Regulamentação. Falta união e interesse em reconhecimento profissional.
MAURICIO MAGALHÃES - Aprendi com um cliente: pra ir depressa temos que começar devagar, ou seja, pensar, planejar e não essa correria louca.
NATASHA DE CASTRO CAIADO - Gostaria que os profissionais canalizassem essa paixão que tem pela profissão e pelos projetos, para ter mais capacitação, organização e sistematização. Aqui fora do Brasil todos os eventos e ativações são extremamente bem planejadas, então as variáveis não controláveis são menores. Em uma indústria em que não há ensaios isso ajuda muito. O brasileiro trabalha com emoção, diferente do europeu e do americano que trabalham com planejamento. Estamos envolvidos no projeto do Super Bowl e impressionadíssimos com todos os processos que vemos. Uma indústria real e muito profissional.
ODELIA AVNY - Vejo valores muito altos principalmente em cenografia e equipamentos técnicos.
RAIMUNDO PERES - A política de construção de centro de convenções, construções de novos grandes centros nas principais capitais brasileiras do sul e Nordeste através da PPP buscando apoio dos Fundos de Pensão. Uma política mais agressiva de captação de eventos internacionais.
RONALDO FERREIRA JUNIOR - Mais união de toda a cadeia produtiva do mercado: Agências, Fornecedores e Clientes. Todos queremos a mesma coisa, mas caminhamos em direções contrárias. Mas isso já estamos mudando com o Comitê de Relações Sustentáveis da Ampro.
TATIANA MARQUES - Várias mudanças precisam ser feitas, citarei três:
O processo de concorrência para os prestadores de serviços, ou seja, os critérios de escolhas das empresas. Regulamentação profissional. Revisão e Regulamentação da LGT, sobretudo no capítulo legislação tributária, que precisa além de regulamentação ser desenvolvida e implementada nos Estados e Municípios.
TONI SANDO - A comunicação. Falta um envolvimento entre a cadeia produtiva de turismo e viagens com o setor de eventos, para proporcionar mais negócios e parcerias. A necessidade é de mais conexões e sinapses entre os profissionais.
4. Qual é o maior problema de nossa indústria?
ANA CLAUDIA BITTENCOURT - Um dos nossos principais desafios como entidade do setor é eliminar os gargalos que limitam a expansão do setor de eventos: entraves burocráticos, taxações e leis antigas que engessam o mercado. Entre as principais dificuldades estão os procedimentos para a legalização de eventos, que envolvem certa de 15 órgãos. Outro ponto é a contratação de mão-de-obra por tempo determinado. São 12 procedimentos acrescidos ao fato de que um profissional não pode ser contratado novamente na mesma empresa sem o intervalo de seis meses. Uma outra preocupação é termos que conviver com leis antigas. Embora, façamos parte de um mundo globalizado, a legislação que regulamenta o trabalho (CLT), por exemplo, com quase 70 anos, tem grandes dificuldades para acompanhar os avanços da sociedade. Com isso, os empresários do mercado de eventos é que sofrem a cada contratação temporária para a realização de seus eventos. Além disso, a ABEOC está atenta à revisão da Lei das Licitações nº 8.666/93 que tramita em Brasília, para que as licitações de organização de evento seja de técnica e preço. Também articula junto às autoridades políticas a urgente regulamentação da profissão do organizador de eventos.
CÉLIO ASCHAR JR. - A capacitação. Hoje em dia os profissionais de eventos são formados no campo. Poderemos ter um mix de campo com técnica.
CELSO ANTUNES - Sua desorganização, enquanto indústria e a falta de união dos players. Agências, fornecedores e clientes não encontram fóruns adequados para debater assuntos de interesse comum e essa falta de união fragiliza o mercado como um todo, pois não permite que as melhores práticas se tornem uma regra. A Ampro tem feito um excelente trabalho, no sentido de fortalecer o live marketing, mas ainda levará um tempo para essa indústria ser considerada sólida.
DAIANA BISOGNIN LOPES - O oportunismo de alguns setores envolvidos, por exemplo, a hotelaria. Na realização de grandes eventos deveríamos ter um desconto significativo nas tarifas já que lotamos o hotel ou a cidade. Nos Estados Unidos, por exemplo, o desconto para hospedagem de grupos para grandes eventos passa de 30%. No Brasil, ao contrário os hotéis aumentam a tarifa.
EDUARDO SANOVICZ - Coerente com a resposta anterior - o maior problema da nossa indústria é a multiplicação de agendas internas e seus respectivos eventos, que não agregam mais nenhum valor a cadeia produtiva ou ao setor.
ELIANE AZEREDO - Acho que é o que coloquei acima, as empresas brigam por preço em vez de qualidade e reconhecimento do Setor.
ELZA TSUMORI - Não ter escala industrial, ou seja, não ter mentalidade empresarial para criar uma verba para investir em P&D.
FABIANA SCHAEFFER - Acredito que seja a obtenção de licença para a realização de eventos. A cidade de Foz de Iguaçu já deu o primeiro passo neste ano com um decreto municipal de regras bem mais simples para concessão de alvará para eventos, que relaciona o conjunto mínimo de documentos necessários para obtenção da licença, que variam conforme o porte e tipo do evento.
FERNANDO GUNTOVITCH - A expectativa dos clientes de medir a efetividade dos eventos com a mesma métrica de outras ferramentas. Experiência é mais pessoal. É diferente de um comercial de TV e logo deve ser avaliado de maneira diferente. Devemos entender que ferramentas diferentes trazem significados diferentes... é a velha questão sobre o que é mais importante, um número total ou um engajamento real e perene.
GUILHERME RODRIGUES ALVES - Baixa remuneração, levando agências a práticas não claras de remuneração, prazo de pagamento e mesa de compras sem capacitação no mercado ou sem escrúpulos
JULIO URBAN - Distancia dos órgãos governamentais, estaduais, federais e municipais para importância da indústria de eventos no Brasil. "Carregamos o piano pela área privada e quando entregamos ninguém sabe tocar".
MAURICIO MAGALHÃES - Achar que faz eventos, quando na realidade fazemos comunicação, geramos conteúdos e promovemos relacionamentos humanos.
NATASHA DE CASTRO CAIADO - Como citado acima, a falta de profissionalismo da mão de obra existente. As pessoas tem vontade, boa intenção, mas não tem experiência para prever, pois para prever é necessário ter passado ou estudado situações similares, o que em eventos é um desafio. Cada evento é um evento. Eventual, não repetido anteriormente. Então falta planejamento. Aqui engenheiros implantam processos produtivos e encaixam os produtores com expertise. No Brasil a boa vontade e tentativa e erro vencem.
RAIMUNDO PERES - A falta de bons e grandes centros de convenções que permitam a captação de grandes eventos internacionais, especialmente na área congressual. São raros os CC capacitados a realizarem eventos nas áreas de "meeting rooms". Há uma prioridade maior para áreas de exposição em detrimento de bons salões para realização de congressos.
SERGIO PASQUALIN - Olhando-se a indústria como um todo, vejo a falta de uma liderança que consiga congregar este nosso importante setor tão desunido e por consequência ainda não conseguiu mostrar ao governo e a sociedade sua relevância.
TATIANA MARQUES - Cito 02 grandes problemas que se misturam:
A falta de consciência do mercado de ser o evento a melhor ferramenta de comunicação, e de menor custo, se comparada a qualquer outra mídia; a excelência da relação custo/benefício, do evento é perseguida por qualquer Negócio. Ao mesmo tempo de que o evento tem características próprias, exigindo um profissional especializado. Promoção é promoção e evento é evento, quem faz evento faz promoção, porém o inverso não corresponde afirmativamente.
TONI SANDO - Um dos principais problemas é se preocupar no lugar de se ocupar. Acompanhamos diversas mudanças, sejam ocasionadas por fatores político-econômicos, sejam as resultantes de tecnologias emergentes. É preciso colocar a mão na massa, buscar por novas soluções e oferecer uma experiência cada vez mais marcante nos eventos.
5. Qual é o desafio mais significativo que acredita irá enfrentar nos próximos anos?
ANA CLAUDIA BITTENCOURT - A questão tributária do segmento é um dos nossos grandes desafios, pois os impostos são muito altos. Também a questão da tributação em cascata nas contratações governamentais. Os empresários almejam equiparação com as agências de viagens e de publicidade que emitem nova fiscal de seus serviços e utilizam a nota fiscal fatura para os demais serviços. A alta carga tributária para empresas expositores não sediadas no local do evento é mais um dos obstáculos a serem superados.
CÉLIO ASCHAR JR. - As verbas estão cada vez menores e temos que nos desafiar a fazer projetos incríveis com baixo custo. Às vezes é possível e outras vezes não.
CELSO ANTUNES - Anos de crise são anos de oportunidade. O maior desafio será conseguir crescer na crise - e não brigar para se manter vivo. É nisso que acreditamos e para isso que trabalhamos todos os dias. As oportunidades estão aí e quem melhor souber aproveitá-las sairá fortalecido.
CIRCE JANE - Vender uma boa imagem do Brasil com segurança e estabilidade para captar eventos internacionais.
DAIANA BISOGNIN LOPES - A insegurança do mercado em relação aos novos investimentos.
EDUARDO SANOVICZ - Gerenciar custos em crescimento e definir alocação de recursos sob cenário de crise. Isso implica também em gerenciar tempo e dedicação a cada assunto que surge na agenda.
ELZA TSUMORI - A constante necessidade de inovação poderá criar um círculo vicioso se não tiver verba de pesquisa e desenvolvimento para balizar planejamentos.
FABIANA SCHAEFFER - Será com certeza custos, pois o país estava inflacionado e agora muitos terão que cair na real e renegociar custos e margens.
FERNANDO GUNTOVITCH - A questão da efetivação, do resultado. Nesse cenário, a tecnologia ajuda muito, ela possibilita a identificação do ROI do evento. Com isso a participação ou desenvolvimento de eventos deve ganhar ainda mais força
GERARD BOURGEASEAU - Os Governos desburocratizarem os processos administrativos para a realização de Eventos.
Repensar os custos cobrados pelo Estado nos Eventos, quando na verdade os Eventos trazem uma forte receita para as Cidades.
GUILHERME RODRIGUES ALVES - Competição com empresas digitais que, na verdade, deveriam ser uma ferramenta e se estabelecem como agência fim.
JULIO URBAN - Educação para a juventude que vem por ai, os Z, X,W que vão entrar na indústria dos eventos, não conhecem o setor, não estão preparados, e saem das universidades querendo ser o presidente da empresa na semana seguinte, haverá um impacto muito negativo na gestão dos produtos do setor.
MAURICIO MAGALHÃES - O maior desafio será curadoria do que é e o que não é importante pra você e seu negócio.
NATASHA DE CASTRO CAIADO - Ainda bato em cima de mão de obra especializada e desafios de visão dos players do mercado. Houve uma época em que os produtores seniores abriram agencias de operação para oferecer custos mais baixos no mercado. Essas empresas estão tendo dificuldade no mercado, pois não tem especialização, fazem operação de montagem e não tem expertise, brigam por preço e são as que mais estão sofrendo agora. As agencias maiores estão se especializando e profissionalizando e reinventando. Como o Brasileiro é criativo, estou super curiosa para ver como o mercado vai ficar
ODELIA AVNY - Como se tornar uma área necessária dentro do mundo corporativo. Posicionamento e Branding são importantes, mas hoje a demanda crescente é por ações de geração de demanda. Muitas empresas estão deixando de fazer eventos físicos e utilizando as formas mais baratas dos eventos online.
RAIMUNDO PERES - Os problemas econômicos e políticos brasileiros. A mobilização, os custos operacionais e disponibilidades de voos a custos razoáveis. E a utilização da infraestrutura instalada para a realização de grandes e certos tipos de eventos, especialmente esportivos.
SERGIO PASQUALIN - Vejo como ponto crítico as mudanças de realização/formatação dos negócios de um modo geral, em função das novas tecnologias, Os destinos continuarão sendo os mesmos, as viagens e os eventos continuarão acontecendo, porem os mecanismos serão diferentes. A tendência é que diminuam alguns setores intermediando estas atividades.
TATIANA MARQUES - Encontrar a inovação a cada dia, "criar" adaptando-se de e em todas as formas ao momento econômico.... para vencer e continuar a caminhada.
TONI SANDO - Os próximos anos serão resultados do que estamos fazendo agora, e agora estamos passamos por uma crise político-econômica. Para o SPCVB, é o trabalho de provar diariamente que São Paulo e Brasil são sim destinos certos para investimentos e para trazer/realizar eventos. Os eventos que temos captados para esse ano são fruto do trabalho de anos atrás. Assim, o que conquistarmos em 2016, trará resultados para anos futuros.
6. Profissionais de eventos devem prestar atenção extra para as questões sociais, sustentabilidade, segurança etc.?
ANA CLAUDIA BITTENCOURT - Sim, com certeza. Essas questões são relativas à cidadania, então todos devem estar atentos a isso. A preocupação com a questão da sustentabilidade está presente em todos os nossos eventos. Uma delas é a substituição de copos descartáveis pelos reutilizáveis, o que contribui para reduzir a quantidade de resíduos e estimular o consumo consciente. Com relação à segurança, a ABEOC tem à disposição dos associados a cartilha Evento Seguro, que orienta profissionais e autoridades sobre os requisitos e procedimentos de segurança para a realização de eventos. Neste momento, também trabalhamos junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a norma técnica segurança em eventos, que deve entrar em consulta pública nos próximos dias.
CÉLIO ASCHAR JR. - As verbas estão cada vez menores e temos que nos desafiar a fazer projetos incríveis com baixo custo. Às vezes é possível e outras vezes não.
CELSO ANTUNES - Não apenas profissionais de eventos, todos os profissionais do séulo XXI devem estar atentos à essas questões.
CIRCE JANE - Sim, pois tudo interfere de forma sistêmica para o crescimento do mercado.
DAIANA BISOGNIN LOPES - Com certeza, a busca por soluções sustentáveis e com foco social deve ser tratada sempre no planejamento de qualquer evento.
DJANIRA DIAS - A comoditização dos serviços na área de eventos. O leilão de preços. A falta de visão dos contratantes e “players” na avaliação da importância entre o check-list eficiente e a melhor solução criativa na busca de resultados.
EDUARDO SANOVICZ - Acredito que são temas da agenda permanente das organizações contemporâneas. Não é uma "agenda extra".
ELIANE AZEREDO - Sempre, cada vez mais nossos clientes de eventos sabem o que são bons eventos, participam de muitos dentro e fora o Brasil, cada vez mais o mercado exige que estejamos atualizados, que enfrentamos suas questões sociais. A área de sustentabilidade ainda é muito insipiente, sabemos que temos responsabilidade, de tornar os projetos sustentáveis, mas ainda é caro, ainda temos que procurar opções mais em conta. Quanto à segurança de qualquer natureza, esta sim é nossa obrigação e responsabilidade de procurar cada vez mais prevenir, buscar soluções concretas.
ELZA TSUMORI - Sem dúvida nenhuma. A sustentabilidade é a base da nossa existência: ela estrutura as questões sociais, ambientais e econômicas. A segurança estará contemplada como consequência.
FABIANA SCHAEFFER - Sim, claro, como qualquer ser humano. Ou nos atentamos a essas questões como parte da nossa responsabilidade como cidadão do mundo ou não teremos o que deixar para os próximos anos.
FERNANDO GUNTOVITCH - Não há duvidas que sim. Além de a indústria ser responsável por um grande impacto sócio econômico e ambiental, e só por isso, deve agir com ética e respeitando as normas de certificação, o consumidor hoje cobra ainda mais uma postura sustentável.
Você não pode ter um evento de uma marca que prega algo que é diferente daquilo que é exposto – a mesma coisa alguém que defende os direitos dos animais usando um casaco de couro...
Tudo comunica inclusive a maneira como fazemos nosso trabalho. Além disso, estamos lidando com o público, e a marca é a grande responsável. Nessa hora todo cuidado e segurança é pouco. Mais uma vez, a ação deve refletir a marca e nenhuma marca quer colocar seu consumidor em perigo.
GERARD BOURGEASEAU - Segurança, sustentabilidade.
JULIO URBAN - Sem duvida sustentabilidade saiu da moda para efetividade no setor os Green Meetings finalmente são uma realidade, segurança nem se fala, nosso mundo como um todo é inseguro, por vários motivos, a segurança é prioridade nos nossos projeto há muito tempo.
MAURICIO MAGALHÃES - Isso é passado, já deveríamos ter observado e mudado práticas, que sem dúvida são atuais. As tendências, foras as citadas são Simplicidade, uso de tecnologia e tradução dos porquês.
NATASHA DE CASTRO CAIADO - Muito! São a ponta da “cadeia alimentar". Se não estivermos muito antenados com as tendências, não ficamos em linha com os objetivos corporativos dos nossos clientes e deixamos eles em saia justa, pois nos mostramos a "carrinha" deles para o público. Qualquer problema de planejamento estrutural nosso recai sob a imagem do cliente .
Segurança precisa ser a prioridade número um pois uma notícia de segurança derruba anos de trabalho de imagem da empresa cliente, vide a tenda que caiu em Sauipe. A montadora da tenda teve um problema de segurança e o cliente por anos ficou com o estigma. Boa parte das agências não considera e os clientes mais jovens e ambiciosos cortam as providencias de segurança como seguro de responsabilidade civil, acompanhamento de bombeiros, seguro de saúde para viagem. Isso sai tão caro!!! Murphy é o produtor mais antigo da história.
ODELIA AVNY - Com certeza isso faz parte!
RAIMUNDO PERES - Sim. Imprescindível.
SERGIO PASQUALIN - Não somente os profissionais de eventos e sim a sociedade como um todo, pois da forma como o mundo está indo estamos caminhando para o caos.
TATIANA MARQUES - Indispensável que seja assim, exercer o seu papel de agente transformador, de gerador de melhor qualidade de vida.
7. Qual será a próxima "grande sacada" em eventos?
ANA CLAUDIA BITTENCOURT - É justamente as empresas tornarem-se mais criativas em seus processos e serviços, no sentido de conseguirem atravessar a crise econômica atual. Se pensarmos na extensão territorial de nosso País e em suas características naturais, geográficas, históricas e culturais, que o tornam verdadeiramente grandioso, temos muitas possiblidades de crescimento de negócios. Há inclusive chances de voltarmos a ocupar os primeiros lugares países que mais realizam eventos, já que chegamos no 7º lugar e caímos para 10º mas para isso é preciso muito trabalho!
CÉLIO ASCHAR JR. - Sempre. É uma obrigação dos profissionais de eventos zelarem pela sociedade e mundo.
CELSO ANTUNES - A integração entre o universo real e o virtual vai definir a comunicação nos próximos anos. Quem melhor souber integrar esses dois universos que já fazem parte regular de nosso dia a dia, sai na frente.
CIRCE JANE - Será a promoção do destino sem terrorismo e tendo feito uma Olimpíada e Paraolimpíadas com qualidade, teremos maior crédito frente aos destinos competitivos.
DAIANA BISOGNIN LOPES - O aumento do uso de aplicativos para comunicação e troca de informações está impondo um novo jeito de interação entre as pessoas. Com a comunicação digital muitas delas acreditam que o contato pessoal não é mais necessário. Precisamos nos preocupar em motivar a participação em feiras e congressos para estimular o convívio social.
EDUARDO SANOVICZ - Essa resposta vale um milhão de dólares. Não sei, honestamente. Mas se descobrir prometo compartilhar com o mercado.
ELIANE AZEREDO - Re-invenção em tecnologia e inovação, acredito muito que quem sair na frente e oferecer soluções a seus clientes poderá se dar bem
ELZA TSUMORI - Gostaria que fosse no âmbito da valorização da dimensão humana. Pois só o método científico não conseguirá deixar uma "pegada" nova e duradoura na área, se não somar um outro componente que é o método holístico, sistêmico...
FABIANA SCHAEFFER - A “grande sacada” em eventos sempre será ter um bom briefing com necessidades claras, objetivos definidos, verba por parte do cliente e um bom planejamento. É com uma estrutura bem construída que desenvolvemos os melhores cases de sucesso.
FERNANDO GUNTOVITCH - Para o público, acredito que a conexão de todas as plataformas, que gerará uma grande experiência, interativa, com informações. Para as marcas, informação em real time. Tecnologias que permitem identificar o comportamento do público no evento. Teremos uma visão raio X do evento, seus resultados. E mais legal ainda, a tecnologia não se limita ao evento, acompanhamos o consumidor além desse momento, entendendo o evento como parte de uma rede e não um momento isolado.
GUILHERME RODRIGUES ALVES - Regulamentação para mensurar resultados.
JULIO URBAN - Trabalhar em parceria com os mercados internacionais que podem trocar negócios, o futuro, em minha opinião, terá uma bolsa de negócios internacionais nos eventos e somente os preparados vão alcançar este envolvimento. Os subsídios que estão fortemente atrelados aos grandes mercados irão continuar, assim novas ideias como esta precisam surgir para mudar o rumo do status quo atual.
MAURICIO MAGALHÃES - Conquista da alma, do sentimento de pertencimento de quem lá estiver, mas verdadeiramente, e não esses estereótipos de copiarmos achando que estamos encantando e na verdade tudo parece e demonstra-se “fake”. Significa: as pessoas querem experiências interiores e não firulas exteriores. Da pra entender?
NATASHA DE CASTRO CAIADO - Ahhhhh essa eu não posso contar pois já estamos trabalhando nisso.
ODELIA AVNY - Se diferenciar e trazer novas plataformas online para um evento físico.
RAIMUNDO PERES - A criatividade, Inovação e estímulos para realização de grandes eventos. O país com a realização da Copa do Mundo e as Olimpíadas se capacita a realizar grandes eventos.
RONALDO FERREIRA JUNIOR - Um pouco mais do mesmo, só que melhor. Formatos mais simples, conteúdos mais relevantes para o participante e tudo isso compartilhado de forma interativa e transparente.
SERGIO PASQUALIN - Esta é a pergunta de 1 milhão de dólares.
TATIANA MARQUES - Ocupar o grande espaço de ferramenta de comunicação, citado acima.
TONI SANDO - Não é preciso procurar por grandes sacadas. Muitas vezes são pequenos detalhes ou fatores básicos de qualidade que fazem a diferença em um evento, como um carregador de celular em lugares comuns, locais confortáveis para tomar um café e interagir, aplicativos que agendem e apresentem profissionais próximos, espaço de alimentação sem filas, ar condicionado, entre outros.
8. Que inovações tecnológicas você acredita que irão impactar a indústria nos próximos anos?
ANA CLAUDIA BITTENCOURT - As feiras e eventos virtuais, quer sejam nacionais ou internacionais, chegaram para ficar. Podem negociar os mais variados produtos, estão disponíveis 24 horas, por longos períodos e tem baixo custo. Outro fator importante são os canais interativos com os quais é possível a comunicação com o público mesmo que ele não esteja presente fisicamente. Os nossos eventos estão cada vez mais utilizando esses instrumentos virtuais, apesar de eu considerar que o contato pessoal continuará sendo extremamente importante.
CÉLIO ASCHAR JR. - Os eventos multi-telas. Eu posso ir num evento sem estar no evento. Temos que usar a tecnologia a nosso favor.
CELSO ANTUNES - As relações interpessoais tem se fortificado ao longo dos anos. Redes sociais nos colocam em contato online com um universo de pessoas que nunca antes imaginamos. Se vale no âmbito pessoal, vale também no profissional, com clientes, fornecedores, equipes, stakeholders… está tudo à distância de um clique. Essa velocidade acelerada na comunicação já faz parte do universo dos eventos e a tendência é acelerar ainda mais. Mas a necessidade de reunir, estar “olho-no-olho” com públicos de interesse faz parte da natureza humana e isso garante a sobrevivência do mercado de eventos. A grande diferença é que, online, cada vez mais e mais pessoas passarão a fazer parte desses encontros.
Escolhendo uma tecnologia específica, apostaria na impressão 3D, que ainda não mostrou todo o seu potencial. Mas é fácil imaginar que aspectos como cenografia, estruturas, displays, mock-ups serão redefinidos à partir da viabilização da impressão tridimensional em larga escala. Beacons (dispositivos acoplados a peças que coletam e trocam informações com o visitante de um espaço) são outra aposta certeira.
CIRCE JANE - Projeções holográficas, sistemas de controle de acesso integrando visitantes a expositores através de APPs.
DAIANA BISOGNIN LOPES - Aplicativos
DJANIRA DIAS - Aplicativos com distribuição multiplataforma e web streaming.
EDUARDO SANOVICZ - A convergência digital para o que antigamente chamávamos de telefone celular. Hoje é um aparelho que usamos cada vez menos para telefonar.
ELIANE AZEREDO - Acho que o Brasil já esta bem adiantado em apresentar estas inovações, já fizemos mapping, já temos palestras via holograma, já fizemos 3D, e agora estamos com as tecnologias em carboard, o que devemos é aperfeiçoar e tentar deixar estas tecnologias mais baratas.
ELZA TSUMORI - Na sequência, como a internet das coisas impactará na produção de eventos.
FABIANA SCHAEFFER - Teremos várias, com certeza, e devemos estar sempre antenados para que os impactos sejam sempre positivos.
FERNANDO GUNTOVITCH - As inovações que permitem informação. Como citei, é muito importante saber qual a real percepção das pessoas sobre o evento, qual o comportamento delas e hoje existem tecnologias que conseguem nos trazer essas informações.
GUILHERME RODRIGUES ALVES - RFID (ou similar) nos produtos
JULIO URBAN - Sem duvida os congressos e conferenciais online já são uma realidade e devem crescer de forma espetacular, outra é a redução dos grandes eventos para eventos regionais via tecnologias mobile, aviões mais rápidos e eventos mais curtos, estamos na era da velocidade.
NATASHA DE CASTRO CAIADO - Internet of things está mudando tudo. Desde sistemas integrados pessoais às cidades conectadas. Vivendo em um mundo em que sua geladeira está integrada com o carro, com o celular e com todo ecossistema de compras domesticas, os eventos mudam completamente. Isso se estivermos falando em um público adulto.
Se o foco são os milleniuns, ai a coisa muda muito mais. Eles não se sociabilizam como as gerações anteriores. E o básico do evento é geração de público em um determinado local em um espaço de tempo. Isso definitivamente não se aplica em uma geração que convive em um universo virtual.
ODELIA AVNY - Realidade aumentada, vídeo conferencia, eventos online, ferramentas de geração de demanda e mensuração de resultado.
RAIMUNDO PERES - A interconectividade.
RONALDO FERREIRA JUNIOR - Precisamos criar ferramentas simples e eficientes para mensurar os resultados do live marketing, além de incorporar as soluções de vários aplicativos já existentes no dia a dia do nosso negócio. Precisamos pesquisar, apresentar e dividir esta conta com nossos clientes e fornecedores.
SERGIO PASQUALIN - Somente vejo que as inovações tecnológicas vão diminuir muitas atividades hoje existentes, encurtando o caminho entre cliente e desejo/produto final.
TATIANA MARQUES - Tudo que traga interatividade....o que a tecnologia da informação será capaz de fazer?
TONI SANDO - Há vários pontos a se analisar. Por exemplo: como gerar experiência a alguém que não foi a um evento? Vemos hoje o desenvolvimento de ferramentas de streamming e do próprio óculos de realidade virtual, capaz de gerar emoções reais mesmo sem estar presente.
E a quem foi? Como podemos potencializar o alcance da experiência? Há formas de dividir essa experiência em tempo real por meio da conexão onipresente, tecnologia móvel e mídias sociais.
E temos, por fim, a própria postura do compartilhamento, que está oferecendo novas opções de experiências para quem vem ao destino do evento, com hospedagem alternativa, novos meios de transporte, entretenimento etc.
9. Que competências novas devem aprender os profissionais de eventos?
ANA CLAUDIA BITTENCOURT - Um mercado globalizado e em crescimento como o de Eventos demanda capacitação contínua para as empresas permanecerem vivas e fazendo bons negócios. Por isso, a nossa entidade é hoje reconhecida pelo seu Programa de Qualidade ABEOC Brasil - Qualificação em Gestão e Certificação de Micro e Pequenas Empresas de Eventos. Agora também estamos trazendo para o Brasil o primeiro curso na América do Sul da PCMA – Professional Convention Management Association, renomada instituição internacional de qualificação e preparação para a certificação de profissionais de eventos. Esse curso acontece nos dias 28 e 29 de abril no Hotel Hilton, no Rio de Janeiro.
CÉLIO ASCHAR JR. - Temos que evoluir nas questões técnicas e tecnológicas. É um grande desafio.
CELSO ANTUNES - Gestão da informação, sobretudo. Será fácil saber, antes de um evento acontecer, realmente quem serão aqueles convidados: nome, idade, gostos pessoais, hábitos e muito mais. A questão é: o que fazer com essa informação? Como utilizá-la de modo a gerar um conteúdo geral (e personalizado) mais interessante. Quem dominar a informação estará muito à frente.
CIRCE JANE - Competências de gestão, sistemas de qualidade, tecnológicas.
DAIANA BISOGNIN LOPES - Gerenciamento do tempo e poder de negociação.
DJANIRA DIAS - O profissional de eventos precisa ter uma ampla visão de mundo. Os novos tempos valorizam o generalista que tem especialidades. Que junta e integra todas as ferramentas de forma única e está sempre preocupado com resultados. Que não se preocupa apenas com a operacionalização perfeita, obrigação de todos, mas oferece as melhores soluções, a melhor ideia.
EDUARDO SANOVICZ - Planejamento econômico/financeiro, Análise de ambiente internacional, Sociologia e política, idiomas, Gestão em ambiente de crise e (finalmente), gestão de pessoas.
ELIANE AZEREDO - Especialização, preparação e conhecimento da área, e preparo para pesquisar o que aquele evento especifico precisa.
ELZA TSUMORI - Os planejadores deverão estudar Antropologia, Sociologia, Psicologia, Semiologia, Engenharia, Economia tudo que amplie a sua visão sistêmica do ser humano e da sociedade. E, os produtores e área operacional deverão ser treinados para entender e entregar o que for planejado. Hoje existe uma defasagem muito grande.
FABIANA SCHAEFFER - Os profissionais de eventos assim como qual quer profissional deve sempre estar se aperfeiçoando, portanto devem fazer vários cursos a começar pelo Inglês.
FERNANDO GUNTOVITCH - Um profissional que não estiver ligado nas novas tecnologias e no mundo digital estará desatualizado. Além disso, é importante profissionais com visão estratégica, que consigam gerar conexões, adaptar soluções para problemas específicos.
GUILHERME RODRIGUES ALVES - Procedimentos e avaliações
JULIO URBAN - Além de três idiomas no mínimo, viver no mundo online, gravar e se apresentar em vídeos com competência, escrever bem e conhecer o mundo para poder avaliar (benchmarking) seus concorrentes.
MAURICIO MAGALHÃES - Sociologia, psicologia, história, antropologia, cultura comportamental, design, arte, o resto será comoditizado.
NATASHA DE CASTRO CAIADO - Planejamento, planejamento e planejamento. As pessoas precisam ficar antenadas em realidade virtual, inteligência artificial, conectividade, internet cognitiva e todas as tendências e novidades do ser humano. Quem acha que fazer evento e fazer festinha, sugere uma imersão no Google, enxergar o mundo como está hoje e começar a correr atrás de capacitação.
ODELIA AVNY - Hoje se faz muito necessário ter os conhecimentos de Midia Digital e Foco no ROI.
RONALDO FERREIRA JUNIOR - Os novos profissionais, que estão em formação ou entrando no mercado, precisam ter consciência dos Princípios de Valor do Live Marketing. Este é caminho para se transformar em um bom líder de pessoas e negócios. É também o nosso modelo para se trabalhar em equipe, saber se comunicar, ser criativo com os desafios que enfrentará todos os dias, valorizar as relações humanas, respeitar as pessoas e o mercado, viver com ética.
SERGIO PASQUALIN - Sem sombra de duvidas TI e uma das competências mais importantes para qualquer profissional. A visão de globalização é fundamental, pois os mercados têm um potencial enorme para serem trabalhados de acordo com seus vários nichos em termos mundiais.
TATIANA MARQUES - Psicologia social, Sociologia e Economia.
TONI SANDO - Primeiro, é preciso reforçar alguns conceitos básicos, como a hospitalidade, em todos os sentidos, e comunicação. Se preocupar em bem receber o visitante envolve diversos aspectos, como a língua falada, necessidades básicas e especiais, informação acessível e mais. E a comunicação do evento deve ser clara e objetiva, afinal, o visitante não pode ser sentir perdido.
Agora, pensando em nosso atual contexto, principalmente as feiras, é preciso encará-la ainda mais como o melhor local para se fazer negócios. Sair com contratos assinados e parcerias realizadas. É o encantamento do visitante voltado para resultados.
10. Quais as perspectivas da indústria de eventos no biênio 2016/17?
ANA CLAUDIA BITTENCOURT - Com a crise econômica atingindo indistintamente a todos os segmentos, aumentar a competitividade das empresas será a grande saída. Se por um lado, a atual desvalorização cambial traz efeitos negativos para a economia, por outro, pode trazer novas oportunidades. Ficou mais barato participar de eventos no Brasil, porque, relativamente, o custo com hospedagem, alimentação, transporte, compras, entre outros gastos realizados por esse turista, caem com a depreciação da moeda nacional. Obviamente que apenas a depreciação cambial não é suficiente para garantir que nossos eventos sejam mais competitivos, mas é um fator muito importante a ser ponderado.
CÉLIO ASCHAR JR. - Sempre que as marcas tiverem o que falar e mostrar, teremos eventos. E num mundo competitivo e globalizado sempre teremos o que falar e mostrar. Mas serão eventos diferentes do que temos visto. Serão mais curtos no físico e mais longos no digital. Para valer a pena, o evento vai ter que impactar cada vez mais pessoas.
CELSO ANTUNES - Anos duros, de crise, são anos de oportunidade. Se, em um quadro geral, a economia não será favorável, vai depender muito das iniciativas individuais o sucesso das empresas. Alguns grandes players sairão do mercado, alguns novos players não terão fôlego para resistir. Isso abre espaço para empresas enxutas, ágeis e que apresentem diferenciais competitivos. Para esses a crise será A grande oportunidade.
CIRCE JANE - Biênio bastante desafiador: aproveitar para melhorar os processos internos das empresas.
DAIANA BISOGNIN LOPES - Em 2016 tivemos um aumento dos eventos de 20% em relação a 2015 e acredito neste potencial também para 2017. Em ano de insegurança no mercado precisamos buscar ferramentas para aumentar a lucratividade, novos negócios e buscar bons contatos para crescimento, participar de um evento é a ferramenta perfeita para alcançar estes objetivos. Acredito que o setor irá movimentar a economia nacional e ajudar o país a superar a instabilidade.
DJANIRA DIAS - Não sou pessimista, apesar da “crise”. De forma clichê, é neste momento que o joio e o trigo se separam e surgem oportunidades para destacar a inteligência na indústria de eventos. Hora de rastrear as oportunidades e pensar estrategicamente.
EDUARDO SANOVICZ - 2016 será um ano ainda mais difícil de 2015. Vamos seguir convivendo com corte de investimentos por parte de diversas empresas e ambiente politico conturbado. Prever cenários para 2017, neste ambiente, é praticamente futurologia…..apenas sugiro a todos manter o alerta ligado e os cintos apertados. O que vier de melhor, comemoremos.
ELIANE AZEREDO - Acredito muito no setor, tenho certeza que a tendência de crescimento é grande, passaremos um sufoco em 2016, mas 2017 teremos uma retomada, o que precisamos é nos profissionalizar e nos preparar.
ELZA TSUMORI - O cenário é de muita cautela e as empresas deverão aprender a trabalhar mais com menos verba. E, isso significa que o drive é conseguir fazer "mais com menos", sem perder a qualidade e rentabilidade! O profissional deve usar muita inteligência e talento. A tecnologia poderá pela primeira vez, ajudar o ser humano a ser mais criativo.
FABIANA SCHAEFFER - Como dito na resposta 5, temos que nos reinventar.
FERNANDO GUNTOVITCH - Muito trabalho. Sabemos que o país enfrenta um momento difícil e que as perspectivas para os próximos anos são de dificuldade ainda, mas as marcas não vão parar de fazer eventos ou de se comunicar com os consumidores, eles só vão ter que se tornarem mais relevantes e para isso, a única solução é garra, inovação e suor!
GERARD BOURGEASEAU - Com a péssima perspectiva para o Brasil, difícil ser otimista. Eventos é o setor que poderá salvar a lavoura, com trabalho + trabalho + trabalho.
GUILHERME RODRIGUES ALVES - Da dificuldade se apresentam as oportunidades.
JULIO URBAN - Como somos um negócio de longo prazo, imaginamos novamente 2016 como um ano duro como 2015 como uma depuração no mercado, filtrando e ficando as melhores empresas, a entrada de empresas internacionais no mercado brasileiro por fusão ou aquisição continuará de forma expressiva, mas nosso mercado interno sofrerá um pouco esta postura inadequada do Governo Federal na gestão do segmento e seu impacto na vinda de estrangeiros, ainda brincamos de fazer negócio no mercado internacional, poderíamos ter muito mais. 2017 espera-se uma estabilidade de ambiente macro econômico, mas com uma insegurança do promotor para grandes investimentos. Nas nossas vendas para 2018, 2019 e 2020 vemos já uma melhoria porque os clientes entenderam que não podem esperar mais as coisas acontecerem e devem seguir em frente nas suas vidas de realizadores, o que definiu muito melhor o planejamento nos eventos coisa que o Governo central poderia ter um custo conosco, como planejar os negócios de turismo de eventos a médio e longo prazo e realizar politicas publicas perenes.
MAURICIO MAGALHÃES - Nebulosas, nubladas, não consigo enxergar direito, hoje a nuvem da mediocridade generalizada paira sobre nossas cabeças e nosso país. Trabalho com o longo prazo, e nele tudo será diferente, começamos uma nova revolução, não pela tecnologia, mas comportamental. Quem viver ou sobreviver verá.
NATASHA DE CASTRO CAIADO - Reinvenção total. Desde a forma de abordagem do público, desde a renovação da forma de exposição de produtos em lançamentos a fechamento das contas. Tudo precisa acompanhar a geração de startups, a geração de makers, essa geração que está produzindo ferramentas maravilhosas, e outras bobas, mas que podemos absorver na nossa indústria e melhorar o desempenho.
RAIMUNDO PERES - O País passará por grandes dificuldades no biênio 2016/2017 em todas as áreas. O Brasil deverá passar por grandes transformações políticas e econômicas antes do impulso do segmento de eventos e turismo. A diferença cambial deverá ajudar o país a atrair turistas estrangeiros e os brasileiros tenderão a viajar mais internamente.
RONALDO FERREIRA JUNIOR - Esta crise vai passar. Se em 2015 não conseguimos elevar a demanda, nós fizemos valiosos exercícios de otimização dos recursos. Nosso time está muito mais experiente para enfrentar 2016 e 2017. Acho que estamos nos preparando para apresentar bons resultados, se comparados ao cenário que vamos enfrentar. Nós vamos sobreviver.
SERGIO PASQUALIN - Saber adequar as necessidades dos clientes aos novos patamares orçamentários, com criatividade e visando tratar o item emoção como um diferencial nos eventos, pois a necessidade de motivação e o maior desafio que temos pela frente.
Portanto apesar das expectativas não serem as melhores o setor de eventos e turismo tem uma fantástica oportunidade de contribuição para melhoria destas perspectivas.
TATIANA MARQUES - Acho que estamos num momento de muita instabilidade, qualquer afirmativa agora é um salto no escuro. Porém se conseguir ocupar o espaço de ferramenta de comunicação de excelência e baixo custo, um face-to-face perfeito, será uma oportunidade, oxalá isso aconteça.
TONI SANDO - A indústria de eventos está inserida na economia nacional e mundial, assim, é afetada diretamente pelos fatores macro e micro. Vemos feiras diminuindo em tamanho e em número de dias, ao mesmo tempo que se tem encolhido o número de participantes. Mas os eventos seguem acontecendo. As feiras, por exemplo, se consolidam como um dos principais canais para lançamentos; Congressos, como o Congresso Mundial da Dessalinização e Reuso da Água, que acontecerá em 2017 em São Paulo, trazem temas urgentes e novidades que podem impactar como vemos nossos hábitos de consumo.
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