Moradores repudiam eventos nas areias do Rio

Somente em 2007, as areias de Copacabana serviram de palco para seis megaeventos, em 2008 foram mais quatro, agora o fim do ano se aproxima e as preocupações com as comemorações já norteiam a cabeça dos moradores do bairro e de outras áreas da Zona Sul. Indignados com os prejuízos que tais eventos trazem aos bairros, os presidentes de associações de moradores sugeriram ao Ministério Público algumas possíveis soluções para minimizar o caos que as festas provocam. As idéias foram expostas em uma audiência pública com a presença das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva do Meio Ambiente do MP.
- O ideal seria transferir parte dos eventos para áreas estruturadas como Maracanã, Maracanãzinho e Sambódromo, além de deslocar as festas para a Zona Oeste, de onde parte a grande maioria do público - declarou a presidente da associação de moradores de Botafogo, Regina Chiaradia. - Seria importante, também, que os bairros que recebem os megaeventos recebessem uma porcentagem do contrato das empresas que realizam as festas, assim como as corporações da Guarda Civil e Polícia Militar, já que seus homens acabam trabalhando além do horário para servir às empresas particulares. O presidente da sociedade amigos de Copacabana, Horácio Magalhães também expôs suas idéias. - É preciso que haja um cronograma com os eventos e que este seja aprovado pela Secretaria de Segurança Pública. A prefeitura não pode marcar tudo e comunicar quase na véspera. A segurança não pode ser tirada da cartola.
Magalhães destacou, ainda, que é um erro as empresas realizadoras dos eventos colocarem áreas VIPs.
- Por interesses privados, a festa deixa de ter caráter público para ter caráter econômico.

Propostas na Câmara

Segundo o promotor de justiça que conduziu a audiência pública, Sávio Bittencourt, seria importante que limitassem o número de megaeventos na orla e afirmou que o conteúdo da reunião já está à caminho da Câmara de Vereadores.

- O MP tem uma posição formada em relação ao assunto. Achamos que a situação é insustentável e isso não pode continuar - afirmou o promotor. - Transcrevemos toda a audiência e já estamos mandando para a Câmara. A idéia é de que façam uma análise do que foi discutido para ver se querem fazer uma lei. Se não for possível vamos estudar o cabimento de uma ação civil pública para apresentar o excesso de eventos nas praias. (VB)

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