Gran Bazzar de Teerã: grande, antigo e tradicionalEm todas as cidades do Oriente Médio os famosos, tradicionais e lotados bazares são uma grande atração. Muitos são herança de família e passam de pai para filho. Dependendo do tamanho da cidade, consequentemente, do bazar, são eles importantes formadores de opinião política já que fazem parte do coração econômico de uma cidade e, até mesmo, do País. Em Teerã, por exemplo, já houve uma ameaça de greve no
Gran Bazzar, por um problema de economia gerado pelo governo com a desvalorização da moeda local. A revolta foi tão grande que o governo, rapidinho, resolveu aceitar os pedidos dos donos do
Bazzar e tudo voltou à vida normal.
Loja de roupas femininas no Gran Bazzar de TeerãAliás, nestes bazares se vendem tudo. Tudo mesmo. De galinha a jóias raras; de tapetes persas a frutas. Mulheres são a maioria nos bazares e nas compras, como em todas as partes do mundo. O interessante é que, mesmo com todas as restrições e regras, como o uso do
chador, não ter relação antes do casamento e muitas outras regras, a gente vê fotos de mulheres com lingerie e calcinhas e sutiãs pendurados pelos varais do
Bazzar. É até divertido ver aquelas mulheres todas cobertas com um
chador preto, que vai da cabeça ao chão, escolhendo e comprando calcinhas e sutiã.
Gran Bazzar de Teerã se vende de tudo: de galinhas a jóias rarasClaro que o bazares não são só para turistas, o povo local é seu grande consumidor.
Ontem estive em um dos maiores e mais importantes bazares de todo o Oriente Médio. O Gran Bazzar de Teerã. Diferente dos vários que já conheci, como o de Istanbul, que é impecável e preparado para o turista, aqui de Teerã, é velho, tradicional e quase um bairro inteiro. Este Bazzar de Teerã cresceu muito para fora de suas estruturas, então é como um bairro inteiro.
Se você arrepia só de pensar em ir à Rua 25 de Marco, em São Paulo, aqui, iria enfartar. Nos arredores do Bazzar são milhões de pessoas andando e vendendo de tudo. Desde peruca até ervas. Impossível não se perder num Bazzar e não adianta tentar marcar o chão com pedaços de pão que as aves que também frequentam o Bazzar irão comer e você vai, sim, ficar perdido. Mas, não tenha medo de se perder e, para quem gosta de comprar, um conselho - não compre nas primeiras lojas. Olhe, pesquise e pesquise. Cuidado com os carregadores que passam com carrinhos cheios e quase levam você. E cuidado, também, com os motoqueiros que passam por você e ainda te olham feio já que você está atrapalhando a passagem dele. Voltando ao Bazzar e, vendo tanta gente comprando e trabalhando, acreditamos que deva ter ótimos lugares para se comer aqui.
Movimento de pessoas, e motos, no Gran Bazzar de TeerãAchei aqui apenas 3 restaurantes e não muito grandes. Estes restaurantes servem, aproximadamente, 1 milhão de pratos por dia. Sim, 1 milhão de pratos no almoço. Então, se prepare para esperar a mesa, e participar de um verdadeiro ritual. As pessoas param atrás daquelas que já estão sentadas e comendo, como uma forma de pressão para que saiam logo. Neste momento, parece que alguém vai se agarrar na porrada e passar na frente do outro. Que nada. É de impressionar e ter paciência. E, ninguém demora muito mesmo, todos vão ali apenas para almoçar. Assim que você se senta, vem a comida e, claro, alguém já se colocou às suas costas te lembrando que é preciso ser rápido.
Restaurante em Teerã: um verdadeiro ritual. As pessoas param atrás daquelas que já estão sentadas e comendo, como uma forma de pressão para que saiam logo. Opções, os tradicionais
kebabs e uma ou outra salada, nada diferente. A ficha maior é para
Kebab de carne e outra menor para
Kebab de frango. Pronto, sentou, mostra a ficha e trazem a comida para você .
Kebab sempre acompanhado de arroz e tomate.
Quando se sai do restaurante, a fila continua gigante, pois os locais estão ali para aproveitar a boa e barata refeição. Então, começa-se outra aventura que é sair do Bazzar e sair daquela muvuca.
Toram, a aeromoça com quem fiz amizade e que me apresentou a cidade como só os moradores de Teerã conhecemOntem, eu tive a companhia de um anjo, Toram, a aeromoça com quem fiz amizade e que me apresentou a cidade como só os moradores dali conhecem. E, mesmo ela sendo iraniana e de Teerã, de vez em quando também se perdia para sair do
Bazzar. De lá pegamos o metrô, que é bem menor que o nosso, e atende 18 milhões de habitantes.
Metrô de TeerãDepois, fomos ao bairro onde fica a ex Embaixada dos Estados Unidos, que foi invadida. Queria muito conhecer, pois li muito sobre o caso pós-revolução islâmica e, onde foi gravado o filme
Argo. Aliás, nenhum iraniano gostou e critica muito o filme
Argo, dizendo que boa parte é uma invenção. E conhecendo este povo, acredito mesmo que os americanos inventaram boa parte da história e posarem de heróis. Comentários à parte, foi um passeio intenso e de trânsito carregado. O centro de Teerã lembra muito o centro velho de São Paulo.
Antiga Embaixada Americana em Teerã, invadida em 1978, durante a Revolução Islãmica
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