Intermodal South America encerra edição com recorde de público

Cerca de 50 mil profissionais do setor estiveram nos três dias de evento
Edição de 2025 do evento

Após três dias intensos de networking, lançamentos e discussões estratégicas, a Intermodal South America 2025 encerra sua 29ª edição consolidando-se, mais uma vez, como principal hub de negócios, inovação e conhecimento para o setor logístico das Américas. Pela 1ª vez realizada no Distrito Anhembi, em São Paulo, a feira atraiu um público altamente qualificado, reunindo representantes das cadeias de logística, intralogística e tecnologia, operadores de transporte, embarcadores, terminais, portos, operadores ferroviários, autoridades públicas e empresas inovadoras do Brasil e do exterior.

Durante o evento, os visitantes conferiram lançamentos em equipamentos e serviços de ponta, soluções disruptivas e uma programação de conteúdo robusta, com fóruns, paineis e palestras abordando temas centrais como economia, infraestrutura, sustentabilidade, tecnologia e comércio internacional. Segundo a organização, 49.852 profissionais circularam pelos corredores do novo pavilhão, representando um crescimento de 15% em relação à edição anterior. “Saímos desta edição com a certeza de que a logística é o motor vital para o crescimento econômico e a transformação sustentável do Brasil e do mundo”, afirmou o diretor do Núcleo de Infraestrutura e Tecnologia para a América do Sul da Informa Markets Latam, Hermano Pinto Jr..

Para o head de negócios do núcleo de Infraestrutura e Tecnologia da Informa Markets, Fernando D’Ascola, a edição de 2025 consolida ainda mais o papel estratégico da feira. “A Intermodal se reafirma como ponto de encontro essencial para quem constrói o presente e planeja o futuro da logística. A troca de experiências e as oportunidades de negócios, mensuradas pelo nível de satisfação dos expositores, comprovam que estamos no caminho certo: rumo a um setor cada vez mais integrado, tecnológico e sustentável”.

Transformações no Shipping: como a geopolítica influencia o comércio global

A cadeia logística mundial enfrenta mais uma fase de desafios, desta vez marcada por uma guerra tarifária que afeta o mundo, em especial a China, principal parceiro comercial global. Em palestra especial no 3º Interlog Summit, composto pela Conferência Nacional de Logística, com curadoria da ABRALOG, e pelo Congresso Intermodal South America, o especialista Lars Jensen, CEO da Vespucci Maritime, alertou: "Não teremos um mundo fácil de navegar nos próximos dois anos. Precisamos de flexibilidade e adaptabilidade".

A nova rodada de tarifas proposta pelo governo dos Estados Unidos prevê sobretaxas que podem chegar a 145% sobre produtos chineses, o que amplia significativamente os custos logísticos e operacionais das transações logísticas. Segundo Lars, o impacto disso reflete diretamente na cadeia de suprimentos. Segundo o painelista, algumas companhias marítimas já estão redesenhando suas operações. “Rotas estão sendo encerradas, outras deixam de escalar na China, e algumas passam a operar apenas no Canadá ao invés dos Estados Unidos. As medidas estão sob revisão e passarão por audiências em maio, podendo ser modificadas. No entanto, já se espera uma mudança radical nas redes de serviço e um efeito cascata no fluxo logístico global”. 

Impactos e oportunidades para o Brasil

Apesar do cenário desafiador, o Brasil e a América do Sul estão em posição relativamente favorável. Apenas 10% das tarifas impostas pelos EUA atingem diretamente o país. A fragmentação da cadeia global de suprimentos abre espaço para diversificação de rotas e investimentos em infraestrutura, desde que haja capacidade para absorver esse crescimento. No entanto, Jensen adverte que o gargalo está no acesso. "As oportunidades existem, mas a infraestrutura precisa acompanhar".

O keynote speaker finaliza dizendo que a chave para o momento atual é trabalhar com resiliência. "O mundo como conhecemos se tornou imprevisível. Veremos mais conflitos localizados e, por isso, precisamos de resiliência. O comércio não vai parar — como vimos na pandemia — mas será mais desafiador, mais caro e exigente no quesito estratégia", concluiu Lars Jensen.

ESG ganha protagonismo no mercado de capitais e reforça sustentabilidade como estratégia de negócios

Estratégia também foi o foco da palestra ministrada pela executiva Onara Lima — especialista em sustentabilidade, conselheira e professora da Fundação Dom Cabral — neste último dia da Intermodal South America. Onara uma reflexão aos presentes: ESG (ambiental, social e governança) não é mais um diferencial, é um imperativo estratégico. Durante sua palestra, Onara alertou que o mercado financeiro já entendeu o risco de ignorar variáveis ambientais. "O investidor não gosta de incerteza, e a sustentabilidade reduz riscos e aumenta a resiliência dos negócios", destacou. Para ela, a lógica de encarar a sustentabilidade como custo precisa mudar. “Enquanto não entendermos que sustentabilidade não é um apêndice, vamos continuar tratando como despesa o que, na verdade, pode gerar valor”.

A especialista defendeu que as empresas devem colocar o cliente no centro, buscar eficiência operacional, escalar soluções ambientais e corrigir rotas com agilidade. “É preciso analisar onde estão as dores do negócio. Se eu não entendo o volume financeiro da minha operação, também não entendo onde estão as oportunidades”. O Brasil, segundo Onara, tem desafios importantes a enfrentar, como uma estrutura de transporte ineficiente e baixa qualificação da mão de obra. Mas também tem espaço para virar o jogo. “ESG é sobre continuidade. Sustentabilidade não é uma pauta do futuro, é sobre as decisões que tomamos hoje”, concluiu.

Economia circular e sustentabilidade

Com foco em sustentabilidade e segurança operacional, a Ambipar deu destaque na Intermodal às inovações tecnológicas em prática na atuação da empresa, como o robô de combate a incêndios, desenvolvido para atuar em situações críticas com máxima segurança, e a viatura OPG (Operações com Produtos Perigosos), utilizada em emergências químicas e industriais. Ainda na linha da inovação tecnológica, a empresa vem ampliando o uso da automação para a inspeção de tanques e reservatórios com o uso de drones, capazes.

A Intermodal é uma vitrine estratégica para mostrarmos como nossas soluções ambientais contribuem para a transformação do setor logístico. Unimos tecnologia, conhecimento técnico e compromisso ambiental para oferecer respostas rápidas, eficientes e sustentáveis às operações mais complexas”, destaca Dennys Spencer, head global de Prevenção e Resposta a Emergências da Ambipar.

Minimizar as emissões de Gases de Efeito Estufa é um dos grandes desafios atuais. Nossas soluções combinam atuação prática com suporte estratégico para que os clientes operem com responsabilidade ambiental e alta performance”, afirma Spencer.

O terceiro dia também foi palco para a cerimônia de entrega do COA (Certificado de Operador Aéreo) da Braspress Air Cargo (BAC), mais nova companhia aérea de cargas nacional e oficializa a licença para o início das operações da companhia. Na ocasião estiveram presentes o diretor-presidente da Braspress, Urubatan Helou, e o presidente da ANAC, Roberto José Silva Honorato e sua comitiva, para a entrega oficial.

Em 2026, a Intermodal já tem data de realização definida: de 14 a 16 de abril, no Distrito Anhembi, em São Paulo.

Confira algumas imagens por Polly Eventos:

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