Festival instrumental reúne 43 atrações em três regiões brasileiras

O Festival BNB da Música Instrumental chega à sua terceira edição, confirmando a vocação do evento para a promoção da diversidade musical e reiterando a importância da abertura de mais espaços para a movimentada cena instrumental brasileira.

Em 2008, quando o Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza comemora seus dez anos de criação, a programação do III Festival BNB da Música Instrumental se amplia e se aprimora, apresentando espetáculos gratuitos no Theatro José de Alencar e no anfiteatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (ambos em Fortaleza), além dos três CCBNBs (Fortaleza e Cariri, no Ceará; e Sousa, na Paraíba).

Juntos, os cinco equipamentos recebem, no período de 16 de julho (próxima quarta-feira) a 02 de agosto, nada menos que 43 formações instrumentais oriundos de nove estados de três regiões brasileiras (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia, da região Nordeste; Mato Grosso e Distrito Federal, do Centro-Oeste; e Rio de Janeiro e São Paulo, do Sudeste), movimentando mais de 200 músicos, de diferentes trajetórias, influências e propostas estéticas.

Em comum, a revelação de uma nova seara da produção musical brasileira, quase sempre distante dos holofotes da grande mídia e, também por isso, ainda buscando um maior contato com o que se convencionou chamar “grande público”.

Uma platéia formada potencialmente por qualquer pessoa com disposição suficiente para rever estigmas arraigados, que procuram traçar limites para a música instrumental, associando-a ao estereótipo de uma linguagem complexa, hermética, elitista, destinada somente a músicos e a alguns poucos “iniciados”. De poucas e inviáveis pretensões de falar a uma platéia mais ampla.

Na empreitada de contrariar essa tese, responsável por um injusto e equivocado subestimar de possibilidades para grande parte da atual produção musical brasileira, soma-se aos programas regulares dos centros culturais este III Festival BNB da Música Instrumental.

Um evento de grande porte, não apenas na quantidade de atrações reunidas para uma mesma realização, mas principalmente pela variedade de sonoridades apresentadas ao público.

Das cores jazzísticas à improvisação aplicada à música instrumental brasileira, renovando gêneros como o choro, o samba, o baião e a valsa, a um vasto espectro musical em que cabem influências tão plurais quanto o rock progressivo, os grupos de metais e madeiras, os instrumentos de cordas e de sopro, a tradição pianística e a inovação em formações aparentemente inusitadas.

A variedade de grupos é o destaque, com trios, quartetos, quintetos, sextetos e até um duo de... contrabaixos. No vasto leque de instrumentos de diversos naipes, saxofones, flautas, guitarras, teclados e bateria se fazem presentes no mesmo evento que abre espaço a violões de sete, de seis, de dez e de doze cordas.

E ainda a acordeons, fagotes, sintetizadores, cavaquinhos, groove-boxes, bandolins, bandoloncelos, pandeiros, rabecas, berimbaus, violas caipiras, pífanos, clarinetes, dobros, zabumbas e inúmeros recursos de percussão, entre outros instrumentos desta palheta plural.

Distante da pretensão de definir um espaço para a música instrumental, o festival é antes de tudo estímulo a um mergulho nessa produção, que não pode ser dissociada do contexto atual da música brasileira como um todo.

Através de uma mostra internacional de vídeos, uma edição especial do programa “Troca de Idéias”, a realização de uma oficina de formação artística e uma diversificada programação de shows nos Centros Culturais Banco do Nordeste de Fortaleza, do Cariri e de Sousa, no Theatro José de Alencar e no anfiteatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, o Festival espera dar sua contribuição ao fortalecimento dessa movimentada celebração musical. (VB)