Eventos seguros e sustentáveis em 2022

O início de 2022 surge com um novo desafio na área de eventos: depois de um contínuo arrefecimento da pandemia nos últimos meses de 2021, lá vem uma nova cepa mostrando um poder de contaminação, embora bem menos letal. Por Alexis Pagliarini
Alexis Pagliarini é presidente-executivo da AMPRO

O início de 2022 surge com um novo desafio na área de eventos: depois de um contínuo arrefecimento da pandemia nos últimos meses de 2021, lá vem uma nova cepa mostrando um poder de contaminação, embora bem menos letal. E quando todos os players já reportavam um aquecimento importante nos negócios de eventos, lá vem a incerteza novamente. E com ela, a ameaça de limitação aos eventos.

O Governo de SP, que, pela sua importância no Brasil, dita tendências, resolveu recomendar uma redução da ocupação de espaços para eventos em 30%. Por se tratar de uma “recomendação” e também de um percentual manejável – é possível realizar a maior parte dos eventos com 70% da capacidade dos espaços – até que a medida não foi drástica. Mas o questionamento é: por que mirar sempre os eventos em primeiro lugar? Shoppings, supermercados, repartições públicas, meios de transporte... tudo isso funciona sem limitação.

Por que o setor de eventos, já tão impactado, é vítima dessa primeira atenção? É preciso ressaltar que eventos com controle de acesso são muito eficazes na prevenção. Ao contrário de centros de compras e espaços públicos, dá para checar certificado de vacinação e adotar protocolos rígidos. O mercado brasileiro de eventos está acostumado a protocolos antes mesmo da pandemia. E faz isso muito bem. Daí nossa indignação perante a perspectiva de nova limitação aos eventos.

Os organizadores de eventos estão convencidos de que é possível realizar eventos com segurança, convivendo com uma cepa mais branda da pandemia. Mas, perante essa nova incerteza, os clientes contratantes terão confiança em programar seus eventos? Essa incerteza é muito nociva para o mercado! Precisamos eliminá-la para os eventos voltarem fortes, com total segurança.

É hora de ter confiança no profissionalismo e em todo o aprendizado que o setor de eventos absorveu ao longo da pandemia. É preciso ainda refletirmos sobre a convivência com essa nova realidade que se apresenta em torno da Covid 19, encarando-a como algo a ser evitado, mas sem a neura de restrições descabidas.

De fato, temos convivido com muito mais casos de Covid 19, mas os casos de gripe também cresceram e a gente já convive com surtos de tempos em tempos, seja de dengue, Chikungunya, entre outros. A medida drástica de cancelar eventos ou limitá-los exageradamente pode ser um remédio que mata o paciente. Repito e enfatizo: é possível realizar eventos com segurança, principalmente aqueles com controle de acesso de público!

E, mudando para o tema sustentabilidade, não poderia deixar de convocar os clientes para uma reflexão muito importante para o mercado em 2022: mais do que nunca, é preciso empatia e respeito na contratação de serviços de Live Marketing. Não dá para as agências e fornecedores receberem em mais de 30 dias de prazo em tempos de Selic a 9,25% e inflação acima de 10%. Isso é insustentável!

Outro ponto: não dá para continuar a contratar agências no modo job a job, ao invés de contratos duradouros. E tem ainda a prática de chamar agências de estrutura díspares e em grande quantidade para as concorrências. Isso é desrespeitoso! Dependendo da concorrência, há um grande dispêndio de recursos financeiros e humanos. Se ainda o cliente estivesse disposto a remunerar as agências pela participação em concorrências – como acontece em alguns países – seria menos condenável.

Fala-se tanto em ESG, mas é preciso lembrar que o respeito aos parceiros de negócios e fornecedores faz parte desses princípios alardeados pelas empresas. Mais do que nunca, é preciso que todos os stakeholders estejam unidos e empáticos com relação à sustentabilidade de eventos. E que tenhamos todos a postura de continuar realizando eventos com segurança, sem decisões precipitadas. Precisamos dos eventos para turbinar negócios e gerar empregos!

Alexis Pagliarini é presidente-executivo da AMPRO – Associação de Marketing Promocional / Live Marketing