Com público de 35 mil pessoas, Flica faz história entre as maiores festas literárias do Brasil

Meg Cabot, Sapphire, Paula Pimenta, Helon Habila, Antônio Torres, entre outros escritores e artistas que passaram por Cachoeira, vão deixar saudades

Quem circulou pelas ruas da cidade histórica do Recôncavo Baiano, entre os dias 14 e 18 de outubro, respirou literatura em múltiplas manifestações pelas ruas de paralelepípedo e, especialmente, no claustro do convento da Igreja Nossa Senhora do Carmo. A Flica, Festa Literária Internacional de Cachoeira, recebeu o público recorde de 35 mil pessoas e, na 5ª edição, consolida-se como o mais importante evento do gênero no Brasil.

Do sertão da Bahia para imortal da Academia Brasileira de Letras, Antônio Torres foi o homenageado dessa edição e esbanjou simpatia e sorrisos. O autor do clássico Essa Terra participou da mesa de abertura do evento ao lado do jornalista Igor Gielow sobre a temática Gentes Brasileiras. O encontro aconteceu às 19 horas do dia 14 de outubro, com mediação do secretário de cultura da Bahia, Jorge Portugal.

Etnias, resistências e mitos trouxe os historiadores Tâmis Parron e Cacau Nascimento falando sobre o racismo no Brasil, suas raízes e desdobramentos, às 10 horas do dia 15 de outubro, conduzida pelo curador, Aurélio Schommer. Às 15 horas, Lima Trindade e João Paulo Cuenca, versaram sobre o tema O superficial da profundidade a partir da perspectiva da capacidade da literatura de conduzir à reflexão, sem, necessariamente, ter uma linguagem rebuscada. O poeta pernambucano Cristiano Ramos conduziu a conversa

Em clima descontraído e bem-humorado, às 19 horas, Verônica Stigger e Martha Medeiros falaram da produção literária a partir de paisagens, físicas, geográficas e internas, com mediação de Cristiano Ramos.

A poesia tomou conta do primeiro encontro do dia 16 de outubro entre Clarissa Macedo e Rita Santana com mediação de Roberval Pereyr, sobre a temática Versos, diversos. Às 15 horas, Adonias Filho foi homenageado por seu centenário e nascimento na mesa composta pelos especialistas na obra do autor, Carlos Ribeiro e Silmara Oliveira com mediação de João Aguiar Neto. A crítica literária foi pauta do bate-papo entre Rodrigo Gurgel e Silvério Duque, comandado por Cristiano Ramos.

O sábado começou com outra homenagem, desta vez a Hansen Bahia, com Rubem Grilo e Antônio Costela, mediados por Evandro Sybine, às 9 horas. Na mesa literária política, Os desejos e os limites do Estado, a portuguesa Mariana Trigo Pereira e Flavio Morgenstern debateram políticas sociais e o Estado-providência a partir de pontos de vista opostos. Aurélio Schommer mediou essa conversa.

Da Nigéria e da Bahia, o romancista Helon Habila e o poeta José Carlos Limeira rememoraram a África mãe, com mediação de Maria Anória de Jesus Oliveira, às 14 horas. A autora norte-americana de Preciosa, Sapphire, encontrou-se com a poeta baiana Lívia Natália para falar da literatura feminina negra e do caráter de resistência da palavra escrita. Mário Mendes conduziu a conversa das 17 horas com a temática Em trânsito.

“De pai para filho”, a última conversa de sábado, às 20 horas, foi entre o experiente André Vianco e a jovem escritora Ana Beatriz Brandão. A literatura fantástica foi tema da mesa Fantasias Noturnas, mediada por Aurélio Schommer.

Fechando a programação de debates, as autoras best-sellers Paula Pimenta e Meg Cabot reuniram um público de duas mil pessoas falando sobre literatura romântica dos contos de fada sob o tema Sobre palavras e princesas. A mesa com maior público de todas as edições teve três horas de sessão de autógrafos.

Além das mesas literárias, houve a programação infantil exclusiva, a Fliquinha, e atrações de música brasileira. Na noite de abertura, as filarmônicas Minerva Cachoeirana e Lyra Ceciliana apresentaram-se. No dia 15 de outubro, os shows ficaram por conta dos grupos Os Bantos e Nossos Baianos. Orquestra Reggae de Cachoeira e Sine Calmon agitaram a noite de 16 de outubro. Samba de Roda Filhos da Barragem e Ilê Aiyê comandaram a festa de sábado, 17 de outubro, que reuniu um público de mais de cinco mil pessoas. E, no domingo, fechando a Flica, a Ópera da Cidadania apresentou-se às 12 horas.

O curador Aurélio Schommer – que agradece a imensa participação do público nestes cinco dias de festas – já adianta que a preparação para a próxima edição começa logo. Aguardem, pois em 2016 a Flica manterá a tradição de unir música, literatura, autores nacionais e internacionais, num só espaço.

O Governo do Estado da Bahia apresenta a Flica 2015 e o projeto tem patrocínio da Coelba, da Oi e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e apoio cultural da Oi Futuro, da Prefeitura Municipal de Cachoeira, do Sebrae, da Odebrecht e da Caixa Econômica Federal. Um evento realizado pela iContent e Cali.

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