Chega de Crise

Todos, sem exceção, têm um compromisso: lutar pela sua extinção, sem oportunismos, especulação ou demagogia.

Neste Brasil maravilhoso, escola e celeiro de tantas crises, a palavra crise tomou conta da mídia, da sociedade, do mundo.

Não adianta fechar os olhos, ouvidos e a boca. A virulência das informações não perdoa nem os otimistas de plantão.

Se omissos ou pessimistas, corremos o risco de sermos tachados de alienados frente ao massacre midiático.

Na falta de grandes movimentos culturais, de notícias políticas, de grandes iniciativas, ou projetos sociais, somos alimentados diariamente por informações constantes, via redes sociais, do frentista ao motorista de táxi, além de todos os outros tipos viróticos de informação... um universo de eruditos.

Uma enxurrada de informações, na maioria negativas, sem limites, tendo inclusive, a capacidade de ofuscar todas as outras que naturalmente fazem parte do nosso cotidiano.

Antes de ser considerado reacionário, é bom deixar claro que não sou apologista de esconder ou manipular informações. No mínimo, pleiteio o equilíbrio das informações, sem a massificação do pessimismo que está tomada conta da sociedade.

Gostaria de ver ações que gerassem motivação, planos, ainda que nem todos deem certo. Como comunicador, vejo a interferência das redes sociais interferirem na comunicação social e na publicidade, com as verdades subjetivas do politicamente correto interferindo e obrigando empresas e agências de publicidade a criarem ações e conteúdos motivacionais, na maior parte destituídos e desfigurados... sem contexto.

Para quê? Para agradar ao juizado das redes sociais. Para não serem criticados. Para não se tornarem vitimas da politização, dos tribunais inquisitivos do politicamente correto...

Ainda que aparentemente existam varias crises, a nossa é real. Tão real quanto a moeda, afetando o cidadão comum, a tranquilidade dos brasileiros, mais do que nunca penalizados pelas permanentes intempéries a que são submetidos. Pela inflação global, pelo desemprego e os geradores de empregos. Sem falar dos empresários, preocupados com sobrevivência de suas atividades.

Resultado: uma crise social, uma crise da consciência. Infelizmente uma prerrogativa em desuso.

A crise da elite política preocupada com os seus conchavos geopolíticos.

A crise da receita, preocupada em compensar uma eventual perda das receitas tributárias. A crise dos grandes pensadores e economistas do Brasil, preocupados em como justificar a continuidade de impostos, de achaques, de aumentos, todos na contramão das ações do mundo global.

A crise existencial de como continuar pagando a educação e saúde dos nossos filhos.

Crise é endêmica. Desde Dom. João VI, com maior ou menor intensidade, sempre esteve presente no nosso dia-dia. No momento está viva e tem que ser encarada pela sociedade como uma tempestade temporal, para ser combatida de forma construtiva.

Todos, sem exceção, têm um compromisso: lutar pela sua extinção, sem oportunismos, especulação ou demagogia.

Cabe ao governo reger uma mobilização a todos os níveis, sem populismo, sem espírito de palanque eleitoral, sem oportunismos, compromissado, sem querer levar vantagens, integrado aos meios de comunicação, divulgando ações estratégias capazes de debelá-la e, acima de tudo, ressaltar a complexa tarefa de demonstrar para a sociedade o seu real compromisso.

A mesma força midiática usada para divulgá-la deve ser usada para gerar otimismo, motivação, incentivando as organizações, a sociedade no desenvolvimento de modelos de desenvolvimento sustentável, modelos que se sobreponham às crises, não só as econômicas, mas também, as energéticas, de saúde, crises de valores, de violência.

O momento não poderia ser mais propício para debater um novo modelo de desenvolvimento sustentável, empresas, governos e cidadãos, dispostos a contribuir, a minimizar seu impacto, mudando hábitos e criando novos paradigmas. Empresas e sociedade não podem mais ser administradas com improvisos ou ações populistas

Vamos transformar a crise num ato de cidadania.

A crise econômica mundial, considerada a pior de todos os tempos, faz engrossar o coro generalizado dos descontentes. A sociedade reclama frente aos modelos do sistema econômico social e político, que não podem, não devem mais continuar.

Torna-se necessário uma mudança, uma mudança que minimize a crescente desigualdade global de riqueza, uma mudança coletiva, não somente da responsabilidade do governo, é hora de saber usar as múltiplas inteligências, e harmonizar os anseios da sociedade brasileira.

Como tudo isto já não fosse mais do que suficiente as perspectivas econômicas globais estão sofrendo um grave revés, com uma crise inflacionaria e agora a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Uma crise endêmica, que acontece no momento em que a economia global ainda não se recuperou totalmente da pandemia

Não temos um salvador, mas temos que acreditar que algo melhor pode estar por vir.

Quase a metade dos empresários (46%), acredita que as medidas adotadas pelo governo brasileiro para contornar a crise são insuficientes; outros (30%) creem que as medidas são consistentes e um terceiro grupo (24%) considera que elas privilegiam apenas alguns setores mais organizados*.

Não gostaria de terminar sem antes colocar uma questão a todos os que tiveram paciência para ler o meu artigo: O que cada um de nós pode ou está fazendo?

Mesmo sabendo que a grande maioria não tem poder para mudar os rumos da economia, aliás, nem somos escutados, como podemos participar, usar o exercício da cidadania? Como podemos ter representatividade? E nós homens de comunicação?.

Como podemos contribuir para igualmente minimizar os riscos reais e especulativos, que assombram as nossas atividades?

Entidades de classe, agências, veículos, homens de comunicação, está na hora de sentar, de refletir, de fazer propostas concretas.

Senhores comunicadores vamos usar o prestigio pessoal, vamos sair da mídia elitista, dos grandes programas de auditório, vamos convocar as grandes figuras notórias do mercado e agir, temos que pensar um pouco menos no pessoal e pensar mais no coletivo, o Brasil agradece.

Não importa se vai aparecer a figura a ou b ou c, importa que temos uma causa, por sinal justa,

Temos diante de nós uma nova realidade, uma nova bandeira, um novo desafio, temos também um espaço para novas oportunidades, talvez sem louros provavelmente com grandes resultados.

*Artigo extraído do portal HSM On-line de pesquisa feita pelo Fórum de Líderes Empresariais