Caos no Aeroporto Santos Dumont: quando a falta de gestão e comunicação atrasa a vida de todos.

O caos no Aeroporto Santos Dumont não foi obra do acaso. Um incidente simples — óleo na pista — virou colapso porque faltaram planejamento, resposta rápida e comunicação eficaz.Esse episódio poderia ter ocorrido em qualquer outro ambiente crítico — um estádio, uma arena ou um festival. Quando a crise é mal conduzida, o resultado é sempre o mesmo: improviso, perda de confiança e danos profundos à reputação. No artigo, analiso o caso do Santos Dumont sob a ótica do gerenciamento de crises e mostro como as mesmas falhas se repetem no universo dos eventos. A lição é clara: quem não se prepara, falha.

Na manhã desta terça-feira (30/09), o Aeroporto Santos Dumont parou.

Um caminhão de manutenção derramou óleo na pista na noite anterior e as operações foram suspensas logo pela manhã.

O problema poderia ter sido resolvido rapidamente, mas a Infraero não tinha nem o produto básico para a limpeza — um erro elementar de gestão. Resultado: 53 voos cancelados, 12 alternados para o Galeão e milhares de passageiros afetados.

Em ambientes críticos, improviso é sinônimo de falha.

O caso do Santos Dumont expõe três pontos essenciais:

1. Planos de contingência precisam prever recursos e protocolos testados.

2. Resposta rápida, pois tempo é o ativo mais precioso numa crise. Sem os insumos adequados, o atraso virou colapso.

3. Comunicação transparente, os passageiros relataram desinformação e cancelamentos repentinos. Sem comunicação clara, o caos multiplica-se.

Um incidente relativamente simples — derramamento de óleo na pista — escalou para um colapso operacional, não apenas pela falha material, mas sobretudo pela ausência de gestão estratégica. Passageiros ficaram horas sem informação ou recebendo comunicados desencontrados. E nesse silêncio mal administrado nasce o verdadeiro caos: não apenas atrasos e conexões perdidas, mas a perda de confiança, a sensação de abandono e a certeza de que ninguém estava preparado.

A gestão de crises não é sobre apagar incêndios depois que eles começam, mas sobre estruturar respostas antecipadas, treinar equipes e, principalmente, comunicar com clareza. Quando a comunicação falha, a crise se multiplica. O público deixa de ser apenas vítima do imprevisto e passa a enxergar a própria organização como parte do problema.

As consequências são profundas: reputação arranhada, credibilidade comprometida e impactos financeiros diretos e indiretos.

Crises mal resolvidas custam caro — em dinheiro, em imagem e em confiança, seja em aeroportos, estádios, arenas ou grandes festivais, a lógica é sempre a mesma: improvisar custa caro. A falta de preparação transforma o que poderia ser um episódio controlável em um trauma coletivo.

O aprendizado é claro: não basta ter planos no papel, é preciso estruturar, testar e revisitar continuamente protocolos de contingência e, sobretudo, garantir que a comunicação seja rápida, transparente e precisa. Porque em tempos de crise, o silêncio e a desinformação são inimigos tão perigosos quanto o próprio incidente.


Fonte: G1