O setor de viagens corporativas fechou o semestre com recorde histórico de faturamento. Segundo o Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), realizado pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), o mercado movimentou R$12,6 bilhões em junho. O valor é 4,7% superior ao que foi arrecadado no mesmo mês do ano passado e é um novo marco para a temporada.
No total, o setor já registrou R$71 bilhões ao longo dos seis primeiros meses do ano. Segundo a pesquisa, este resultado representa mais um recorde do mercado. O faturamento inédito é ainda 7,4% maior que no primeiro semestre de 2024.
Apesar desses números, junho apresentou a menor variação de aumento desde maio de 2024. Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev, explica o motivo deste cenário. “Uma possível desaceleração no ritmo de crescimento seria natural por dois motivos. Primeiro, porque a economia brasileira já apresenta sinais de arrefecimento, evidenciados nos dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) e nos setores de comércio e indústria, fatores que, em algum grau, impactam a dinâmica de negócios e, consequentemente, as viagens corporativas. O segundo motivo é a base de comparação: diante de um desempenho econômico mais frágil, torna-se mais difícil manter índices tão elevados de expansão”, afirma a executiva.
Para efeito de análise, no primeiro semestre de 2024 o crescimento foi de 4,1%, enquanto no segundo semestre chegou a 7%. Ou seja, manter taxas expressivas neste ano será mais desafiador diante de uma base elevada e de uma economia em ritmo mais moderado.
Indicadores do turismo reforçam esse cenário. De acordo com o Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), a taxa de ocupação hoteleira em junho foi de apenas 0,5%, com três regiões registrando retração em relação ao mesmo período do ano anterior.
Outro fator que merece atenção é o chamado “tarifaço americano”, que pode enfraquecer ainda mais a economia brasileira e interferir nas decisões de médio e longo prazo. Ainda assim, no segmento de eventos, feiras e congressos, a maioria das agendas do segundo semestre já está confirmada, o que garante movimento consistente para o setor.
“Apesar dos desafios do cenário econômico, observamos que algumas variáveis atuam de forma positiva para o segmento. A queda do câmbio, por exemplo, ajudou a reduzir o preço médio das passagens aéreas, que representam um dos principais custos das empresas. Isso contribui para manter o ritmo das viagens corporativas em alta”, complementa.
É possível acompanhar o estudo completo no documento disponível em PDF anexado nesta matéria:

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