Viagens corporativas mantêm recuperação e faturam R$ 514 milhões em fevereiro de 2022

Alta do petróleo, com a guerra na Ucrânia, já afeta o setor e hotelaria do Rio de Janeiro atinge recorde de ocupação

O setor de viagens corporativas mantém seu ritmo de crescimento e fechou o mês de fevereiro com faturamento de R$ 514 milhões, 120% acima do registra no mesmo período do ano passado, mas ainda 37% inferior ao de fevereiro de 2019, antes da pandemia. O resultado acumulado do bimestre deste ano é de R$ 987 milhões, ou seja, 40% abaixo do mesmo período de 2019.

Mantemos o nosso otimismo de recuperação do mercado. Porém nesse momento, estamos percebendo os impactos do conflito na Ucrânia. O setor aéreo tem peso muito forte no volume de transações em viagens e em fevereiro, tivemos um aumento de 38% na tarifa média doméstica. A alta do petróleo impacta diretamente na composição de preços no aéreo em função do custo do querosene de aviação e aí, em cascata, toda a cadeia é afetada. O setor está retomando e esperamos que o conflito se encerre logo. Além disso, a inflação causa impactos nos custos das agências, tudo está mais caro, da conta da luz aos recursos tecnologicos”, Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp - Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas.

Segundo os estudos da Abracorp. os serviços aéreos faturaram R$ 300 milhões em fev/22, ante R$ 118 milhões em 2021 e R$ 539 milhões em 2019. Outro segmento positivo foi o de hotéis, que faturou R$ 164 milhões, um pouco abaixo de 2019, que fechou em R$ 191 milhões, o que indica uma quase recuperação total nessa área. “Serviços aéreo receberam o impacto do aumento de preço na querosene de aviação, com o alerta de que pode aumentar cerca de 11% nos próximos meses segundo um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.Com a alta do petróleo e ainda variação cambial, o combustível atinge 50% dos custos das companhias aéreas brasileiras. Já hotelaria está se movimentando muito bem nesse período. O Rio de Janeiro atingiu ocupação recorde nesse mês: R$ 28 milhões, mais que o dobro do faturamento de 2019, que foi de R$ 13 milhões”, informa Tanabe.

O setor de agências de viagens chegou a perder em torno de 50% dos empregos entre 2019 e 2021, em razão da retração das viagens corporativas. Em 2022, porém, na avaliação da Abracorp, já se espera uma recuperação dos empregos, que vêm sendo retomados desde o início deste ano. O desafio é conseguir trazer esses trabalhadores de volta e conseguir o equilíbrio sustentável diante da alta de preços. Isso tem impacto no custo dos serviços prestados pelas TMCs.

Em 2021, o faturamento total alcançou do setor foi R$ 4,370 bilhões, o que representou cerca de 40% do faturamento em 2019 (R$ 11,388 bilhões), mas crescimento de 18% em comparação aos números de 2020 (R$ 3,705 bilhões).