Às vésperas dos Jogos Olímpicos, o desperdício está feito, consumado. Não há mais o que se fazer. Não haverá legado real para a cidade, pois que a crise, em muito oriunda de desmandos e falcatruas feitas em nome da Copa e dos Jogos, potencializou o caos. Sem essa de não vai ter Olimpíadas ou de jogar água na tocha. Vai ter sim, como teve a Copa, e a tocha não vai apagar.
O que nos resta então?
Literalmente, torcer nos dois sentidos. Torcer que os Jogos Olímpicos sejam um sucesso de acontecimento e, realmente, será, muito por conta da vocação carioca para o entretenimento, mas, e especialmente, pelas Agências e pelos profissionais de Live Marketing envolvidos na sua realização. Boto fé neles.
Essa gente que faz diferença, mas ganhará menos do que devia porque parte da grana que tinham que receber desapareceu com os desmandos e os roubos, é que vai fazer bonito na infra, na arte e no design e na condução desse evento, assim como os voluntários que acreditaram nele. Essa gente vai arrebentar.
Não sei, francamente, se o povo do Rio de Janeiro será um bom anfitrião. Não porque não seja vocacionado para tal, mas porque anda muito, mas muito, mas muito mesmo desapontado com o que estão fazendo com essa cidade linda. Alguns vão confundir o “inimigo” e, talvez, não ser o parceiro de rua (tem gente que nem sai mais na rua depois de certa hora) que foi na Copa para nossos ilustres visitantes.
O (des) governo torce para que seja um sucesso. Mas não torce pela razão que torcemos. E aí, muito cuidado. Não devemos torcer contra, especialmente nós que vivemos dos eventos e do entretenimento, nem devemos criar campanhas ufanas de apoio irrestrito aos Jogos. Ambas são erros a essa altura.
Por um lado, como disse, os Jogos são fato, vão acontecer e cabe a nós, cariocas ou não, pessoal de eventos ou não, apoiar o acontecimento em respeito aos atletas brasileiros e estrangeiros que aqui virão, aos turistas, sempre bem-vindos ao País, e especialmente, como também já disse, a essa vocação da cidade para os grandes eventos. Ok.
Mas, por outro, precisamos ter muito cuidado para não esconder em nossas mentes o que está acontecendo nessa cidade com seu povo e suas empresas, fruto de desmandos e falcatruas promovidos por entidades públicas que deviam zelar pela cidade, pelo estado e pelo País e por seus cidadãos, uma vez que o dinheiro usado para que esse evento desse certo é deles.
Falta-nos a consciência cidadã de respeito ao próximo, especialmente o próximo que não assistirá esse evento, porque não tem dinheiro para comprar ingresso e nem comida.
O tal legado – lembram – prometido e divulgado, indispensável, seria para ele. Não podemos, pensando em nosso negócio, em nosso umbigo esquecer que tudo que fazemos é por e para gente. Se não, a escuridão do mercado e do País vão continuar.
Vamos respeitar o Rio de Janeiro dos Jogos Olímpicos e não os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Quem não mora aqui talvez não goste do meu texto. Mas quem mora e depende da cidade para trabalhar vai entender e, espero, concordar. Nosso mercado hoje, praticamente inexiste. Muitas Agências estão fechando, muitas mesmo, diria que se nada for feito sobrarão umas 10 ou 15 na cidade com trabalhos a fazer depois dos Jogos.
Hoje, temos uma centena de Agências no Rio de Janeiro vindas de várias cidades, especialmente de São Paulo. Quantas delas ficarão depois dos Jogos para usufruir do legado de espaços criados e gerar empregos aos profissionais do Rio? Quantas investirão na cidade, onde as noticias da insegurança constante, da saúde inexistente e da confissão governamental de falência do estado desestimam investimentos?
Para bom entendedor, meia Olimpíada basta.
Acredito no Rio, acredito no futuro, sei que ele vai se recuperar, mas também sei que ufanismo não é otimismo.
O que redimirá o Rio será o Live Marketing. E conto com todos que capitaneiam hoje movimentos de apoio aos Jogos que, a partir de outubro, implementem, indiquem ou façam ações e eventos nessa linda cidade, que terá Hotéis em profusão, aparelhos para eventos esportivos inigualáveis, espaços para eventos de incentivo e endomarketing perfeitos e a beleza natural indescritível a se ver.
Conto com a qualificação dos profissionais de atendimento da cidade que hoje são mais um problema que uma solução.
Contamos com a AMPRO que não cansa de oferecer e, em outubro, vai demonstrar seu compromisso com essa cidade trazendo o Dia AMPRO e o Live&Fun em grande estilo pra cá.
Conto com a mídia especializada divulgando o que fazemos de bonito e legal ao invés das críticas covardes e da replicação do lado ruim da coisa.
Conto com você, carioca ou não, mas que adora essa cidade.
Conto com o Rio e os cariocas.
Não conto com os políticos.
Se for assim, sorrio, sou RIO, só RIO.
Vem com a gente?
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