Setor hoteleiro discute ingresso no mercado livre de energia

A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) juntou esforços com a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) para que o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, determine à Secretaria de Planejamento do MME que analise, em caráter de urgência, propostas formuladas pelo setor visando a redução dos custos de energia elétrica para a hotelaria nacional.

Entre as propostas enviadas pela FBHA e a ABIH ao ministério, uma ganha força a cada dia: a formação de cooperativas de hotelaria para compra em bloco de energia no mercado livre, medida que representará grande economia para o setor hoteleiro, em franca expansão - e que ganhou mais um novo impulso com o advento da Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil, e das Olimpíadas de 2016, com sede no Rio de Janeiro.

Estudos realizados pela FBHA mostram que o segmento de hotelaria e alimentação representa hoje cerca de 13,40% do consumo de energia dentro do setor comercial no Brasil, o que corresponde ao consumo de 7.301,4 GWh.

Como um hotel, por maior e mais imponente que seja, não atinge o consumo mínimo necessário para participar do mercado livre de energia, a formação cooperativa passou a ser fundamental - a ideia é permitir a união de diversos hotéis sob um mesmo CNPJ para que todos possam entrar nesse novo mercado.

Alexandre Sampaio, presidente da FBHA, afirmou ao Terra que está otimista em relação a possibilidade de os hotéis brasileiros entrarem no mercado livre de energia no Brasil no curto prazo. "A reunião com o ministro Edison Lobão em Brasília foi muito produtiva. O governo sabe que nós estamos fazendo a nossa parte, discutindo políticas de redução do consumo de energia", afirma Sampaio.

Segundo cálculos feitos pela FBHA, apenas a adoção de medidas de eficiência energéticas, discutidas pelo setor hoteleiro, desencadearia em uma economia para o governo de mais de R$ 200 milhões de investimentos, o que equivale em uma usina virtual com potência estimada em 187MW. "Repito: estamos estudando possibilidades para reduzir, na prática, o consumo de energia nos hotéis, mas precisamos também que o governo nos ajude a ter gastos menores e a entrada para o mercado de livre será fundamental em todo esse processo", diz Sampaio.

Fonte: Terra