Por João José Oliveira - jornal Valor Econômico
"Até maio, as vendas da Maringá Turismo estavam 8,2% abaixo do mesmo período do ano passado", afirmou o empresário. "Mas em junho já tivemos muitos clientes voltando a liberar compras de viagens. As tarifas [aéreas] também começaram a recuperar parte da queda que vêm acumulando desde o ano passado", acrescentou.
A Maringá Turismo faz a intermediação da venda de passagens aéreas e de diárias de hotel para clientes corporativos. A companhia também cuida da administração da área de viagens de grandes empresas como Volkswagen, Johnson & Johnson, Bradesco e Votorantim.
Esses dois segmentos representam 82% do faturamento. Em 2015, a agência gerou um volume de vendas de R$ 871 milhões, 5,6% mais que em 2014. O restante da receita é proveniente da unidade de negócio Central de Eventos, que organiza eventos para empresas, como a Lemontech, de tecnologia.
Segundo dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), as viagens de negócios registraram uma queda de 12,1% nas vendas no primeiro trimestre deste ano. Em todo o ano passado, as viagens de negócios movimentaram R$ 11 bilhões no Brasil, uma queda de 2,3% em relação a 2014. As líderes do setor no país são a francesa Carlson Wagonlit Travel CWT, a japonesa JTB Alatur e a brasileira Flytour.
"O segmento de eventos esteve aquecido este ano mesmo quando as vendas de viagens estava em retração", contou Arbaitman. Segundo ele, enquanto algumas empresas chegaram a cortar 60% do orçamento de viagens de funcionários e executivos, a demanda por eventos de equipes de vendas ou lançamentos de produtos, por exemplo acumula este ano aumento de 14%.
Arbaitman disse que a Maringá também conseguiu compensar parte da retração da demanda com a ampliação da clientela. "Aumentamos nossa base de clientes. E neste momento estamos em 82 concorrências. São processos que darão mais resultado no segundo semestre. "
O empresário disse que iniciou o processo de sucessão da companhia, fundada em 1964, com a criação de três unidades de negócios para explorar os segmentos de eventos, TI e varejo. Cada unidade de negócio será comandada por um vice-presidente executivo.
O fundador da Maringá afirma que a empresa está capitalizada e descartou crescer por meio de aquisições. Segundo ele, não vale a pena investir na aquisição de concorrentes menores porque os clientes abrem concorrências a cada um ou dois anos para contratos de intermediação de viagens de negócios. "Preferimos ganhar novos contratos", disse.
As principais concorrentes da Maringá optaram pelo caminho das aquisições para crescer. A japonesa JTB comprou a brasileira Alatur; a francesa CWT comprou 14 agências menores de 1997 a 2011, gastando R$ 40 milhões; e a Flytour comprou a Gapnet.
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