No dia 26 de fevereiro, o Valor Econômico promoveu o Seminário “Pará 2030 – Um mundo de oportunidades” em São Paulo. O objetivo foi discutir o plano de crescimento e desenvolvimento do estado para os próximos 15 anos, com medidas de médio e longo prazo. O debate, realizado na FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), reuniu empresários e foi dividido em três painéis, abordando temas relacionados ao desenvolvimento sustentável, infraestrutura e logística, cadeia de alimentos e biodiversidade, mineração, metalurgia, transporte portuário e ferroviário.
Simão Jatene, governador do Estado do Pará, discursou durante o evento em defesa de um novo estilo de desenvolvimento para a região. Segundo ele, para que os projetos saiam do papel e se realizem, é necessário que o público e o privado se unam para otimizar resultados como um todo. Jatene argumentou que pretende “desburocratizar a questão ambiental consolidando em ações efetivas o desenvolvimento sustentável”. Além disso, o governador acredita que a realização deste plano de metas só será possível pelo pilar da tripla revolução sintetizada em novos estilos de conhecimento, governança e produção.
Em seu discurso, Jatene também ressaltou suas expectativas para o Estado nos próximos anos: progresso social, melhora na qualidade de vida, segurança jurídica, economias verdes inclusivas, inovação e sustentabilidade. “O Pará é o estado da diversidade; é a síntese da Amazônia. Queremos desenvolver e, ao mesmo tempo, usufruir o nosso crescimento”.
A questão ambiental foi tema central dos debates. Todos concordaram que é preciso destravar as burocracias, preservar o meio ambiente, focar na construção e ampliação das ferrovias e portos para que, estimulando a exportação e importação dos produtos paraenses, o Estado consiga cumprir as metas estabelecidas.
Hildegardo Nunes, Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Estado do Pará, discursou em favor do enriquecimento e usufruto da população. “Os maiores consumidores da produção agropecuária do Pará vêm da região Sudeste. Pelo custo das ferrovias e dos portos é mais barato para o Brasil importar produtos do que, muitas vezes, vender suas riquezas e gerar empregos. Para desenvolvermos um Pará que realmente seja rico, precisamos criar meios para que a população seja rica também”.
A expectativa de Adnan Demachki, Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico do Pará, é que “em 2030, o Pará tenha 230 minas de exploração ativas”. Segundo ele, atingir esta meta representaria fortalecer a mineração. “A produção do Pará é sempre crescente. Temos capacidade de atingir R$80 bilhões em produção para os próximos anos. Mas, para isso, precisamos verticalizar a extração de outros minérios, aumentar a segurança jurídica, elencar oportunidades e fomentar novos investimentos”, afirmou Demachki.
O Secretário de Estado de Transporte do Governo do Pará, Kleber Menezes, argumentou em favor da capacitação de portos e ferrovias. “Precisamos abrir as portas dos nossos corredores para que as riquezas corram em nosso território e nele apareçam”. Além disso, Menezes comentou os atuais desafios que as rodovias e portos enfrentam. “Interrupção de fluxo de mercadorias, manifestações indígenas e dificuldade na integração metropolitana são as principais dificuldades a serem vencidas para que esta área específica de transportes se desenvolva”.
O seminário debateu as futuras oportunidades, potenciais resultados, principais desafios, metas, ganhos e grandes expectativas do plano “Pará 2030”. Ficou claro para os participantes que o Pará já é um Estado rico em produtos e biodiversidade. Contudo, a missão para os próximos anos é fazer com que toda essa riqueza se transforme e aumente o desenvolvimento da região, trazendo benefícios, emprego e qualidade de vida para todos os habitantes do Pará e, consequentemente, melhorando também os números do Brasil.
Além da participação do governador e de secretários do Estado do Pará, o evento contou com palestra do engenheiro Eliezer Batista, e de representantes da Cargill, FAEPA, Fecomércio Pará, Louis Dreyfus Commodities, FIEPA, Agroplasma, Norsk Hydro ASA e Mckinsey.
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