Secretário de Turismo de Porto Alegre fala de projetos para a pasta

Aclamado pelo trade, Luiz Fernando Moraes foi reconduzido para a pasta pelos próximos quatro anos. Jornalista e publicitário de formação, ele conta abaixo as ações que terão destaque na sua gestão.

Secretário Luiz Fernando (ao centro) foi renomeado para o cargo. Na foto, a solenidade de posse.



Revista Eventos – Você acha que a sua renomeação tem a ver com todo o trabalho desenvolvido na gestão anterior?

Luiz Fernando Moraes – A gente que ocupa cargos políticos não deve nutrir expectativas, porque cada momento é diferente. Nós estamos em uma função de confiança, passível de mudança a qualquer momento. Mas claro que a minha manutenção na secretaria, de alguma forma, não deixa de ser um reconhecimento ao trabalho que a pasta fez ao longo dos últimos anos, desde sua criação, em novembro de 2007. Isto nos fortalece e nos dá mais motivação para seguir nesta mesma direção, construindo este espaço dentro do turismo de Porto Alegre.

Revista Eventos – A cidade entra em outro ritmo, numa nova fase, às vésperas de uma Copa do Mundo e de grandes eventos. Quais os projetos que a secretaria irá priorizar em função disto?

Luiz Fernando Moraes – Nós temos alguns projetos prioritários com o selo Copa 2014, tanto do Ministério do Turismo como também da prefeitura municipal. Estes ganharão uma maior atenção. Mas a gente já vem trabalhando com este foco e, na medida em que o evento esportivo for se aproximando, naturalmente colocaremos mais energia neles, tentando acelerar o máximo possível, a fim de ser viabilizado. Vou dar alguns exemplos: a Casa Mercosul do Turista. Um projeto de reforma e ampliação do prédio onde hoje funciona a secretaria. Além das atividades relativas ao turismo da cidade, o local se transformará em uma grande casa de acolhimento ao visitante, um centro de convivência e conveniência, oferecendo todo o tipo de serviço que venha necessitar. Esta é uma obra importante, estimada em torno de R$ 6,5 milhões. Nós estamos neste momento em fase de elaboração do projeto executivo com uma empresa licitada e pretendemos até abril lançar o edital de construção. Precisamos acelerar, já temos recursos garantidos pelo Ministério do Turismo.

Revista Eventos – Existem outros projetos além deste?

Luiz Fernando Moraes – Estamos trabalhando nos projetos de sinalização, além daqueles que já implantamos na cidade, como rotas de pedestres, 140 placas no centro de Porto Alegre e a turística viária. Temos mais um conjunto a ser instalado em 2013, com pórticos de entrada. Também têm as reformas nos Centros de Informação, em especial do Mercado Público, o segundo ponto de referência para o turista depois da Casa Mercosul. Estamos acelerando e ampliando ainda a questão da qualificação, em parceria com Sindpoa, Senac, Senat e Senar, fortalecendo ainda mais as ações desenvolvidas junto a taxistas e profissionais do trade. Vamos articular em parceria com os restaurantes da cidade a adoção de cardápios bilingues, trilingues, em braile, etc. Parecem coisas muito elementares, mas que são decisivas.

Revista Eventos – Qual vai ser a posição da secretaria de agora em diante em relação ao Centro de Eventos?

Luiz Fernando Moraes – O governo do Estado está por decidir onde ficará o equipamento, se em Porto Alegre ou em Esteio. Isto não significa que a capital gaúcha deixará de trabalhar um Centro de Eventos na hipótese de ele não vir a ficar na cidade. Para o trade não há nenhuma dúvida de que ele deverá ser construído aqui por toda uma questão de logística e de custo no futuro. Oferecemos mercado e temos necessidade de termos maiores espaços para que a gente possa disputar feiras, congressos, convenções e afins em outro nível, em termos de dimensão. Na nossa perspectiva a cidade comporta e precisa de, no mínimo, uma área equivalente a 30 mil m², com auditórios maiores e com mais capacidade que a gente tem hoje. Para três mil pessoas, pelo menos. Isto nos coloca em outro patamar na conquista do mercado internacional, no qual já temos uma boa posição.

Revista Eventos – O Centro de Eventos beneficiará inclusive a classe hoteleira na cidade, pois estão sendo construídos uma série de novos empreendimentos em Porto Alegre.

Luiz Fernando Moraes – Segundo nossa contagem, devemos crescer em 50% o número de leitos, chegando a 21 mil nos próximos anos. Isto é importante para a Copa, mas será preciso ocupar esta infraestrutura futuramente. E daí qual será o nosso caminho? Trazer eventos para a cidade. É evidente que os estádios do Beira-Rio e a Arena do Grêmio sozinhos irão gerar mais feiras, congressos e shows do que temos hoje, porque o interesse do empreendedor privado é fazer destes equipamentos um investimento rentável. Mas a gente precisa estar junto, fortalecer e aproveitar esta onda para nos posicionar de outro jeito. Claro, a perspectiva de se ter espaços de maior tamanho vai ao encontro deste movimento. Precisamos ocupar estes hotéis sob o risco de um colapso depois da Copa.

Revista Eventos – Muitos hoteleiros hoje em Porto Alegre reclamam do problema da sazonalidade no verão, onde a ocupação cai drasticamente.

Luiz Fernando Moraes – Isto tudo é um processo. As coisas não acontecem sozinhas. Não adianta termos um grande Centro de Eventos sem uma hotelaria compatível. Este é um movimento conjunto. Simultaneamente precisamos qualificar outros equipamentos, desde o Linha Turismo, os passeios de barcos e toda a área de lazer que é usufruída por estes turistas que vêm para a cidade.

Revista Eventos – E quais os segmentos que poderiam ser trabalhados pela secretaria, além do turismo de saúde?

Luiz Fernando Moraes – A nossa política é apostar na segmentação. É algo que todos os destinos têm feito. Buscamos qualificar e fortalecer o Turismo Rural dentro de Porto Alegre, que é uma coisa diferenciada. Ninguém tem no Brasil e se incorpora à questão da identidade gaúcha, da atividade mais pastoril. Podemos fortalecer o Turismo Cultural. Daí passaremos a ter um conjunto de iniciativas capaz de gerar um fluxo e fugir um pouco também da sazonalidade.