Secretaria da Segurança do RS determina instalação de cadeiras na Arena

Segundo o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, que se reunirá com a direção do Grêmio na próxima semana, nenhum jogo ocorrerá com o estádio da maneira que está.
O acúmulo de torcedores nas grades fez com que parte do alambrado rompesse, com muitos gremistas caindo no fosso



A Secretaria da Segurança Pública, por meio do Corpo de Bombeiros, vai determinar que sejam instaladas cadeiras na arquibancada que estava reservada para a avalanche, na Arena do Grêmio. O espaço ficará interditado até que a obra seja feita. Segundo o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, que se reunirá com a direção do Grêmio na próxima semana, nenhum jogo ocorrerá com o estádio da maneira que está.

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (31), após a reunião do secretário Michels com o comandante do Corpo de Bombeiros do Estado, coronel Guido Pedroso, o comandante do Corpo de Bombeiros da Capital, Adriano Krukoski, e o comandante do Policiamento da Capital, coronel Alfeu Freitas.

A classificação do Grêmio para a fase grupos da Copa Libertadores por pouco não ficou marcada por uma tragédia. Ao comemorar o gol de Elano, que garantiu a vitória no tempo normal por 1 a 0, sobre a LDU (Equador), na quarta-feira, os gremistas fizeram a tradicional avalanche, na arquibancada térrea atrás de uma das traves. O acúmulo de torcedores nas grades fez com que parte do alambrado rompesse, com muitos gremistas caindo no fosso. Pelo menos oito deles precisaram de atendimento médico, sem nenhum caso grave. Três delas chegaram a ser transferidas para um hospital.

A avalanche chegou a ser proibida antes da abertura do novo estádio, por questões de segurança, e só foi permitida após um acordo do Grêmio com a Polícia Militar do Rio Grande do Sul. Na inauguração, contra o Hamburgo, dia 8 de dezembro, a comemoração foi liberada. O projeto inicial da Arena já previa a realização da avalanche, atrás dos gols, com capacidade para 10 mil pessoas em pé, ou 5 cinco mil sentadas, em caso de instalação de cadeiras.

Em outubro, na fase final de obras da Arena, o Grêmio chegou a autorizar que as organizadas fizessem um "ensaio" da avalanche. Mas a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros vetaram a ideia. Na ocasião, o presidente da Grêmio Empreendimentos, Eduardo Antonini, pediu "bom senso" e disse que a Arena era a mais segura do País, não havendo qualquer risco.

Atendendo a torcida, o Grêmio não colocou cadeiras nesse setor do estádio, deixando os assentos no cimento, para facilitar a movimentação da avalanche. O Corpo de Bombeiros promete não renovar o alvará provisório, que vale só até o dia 19 de fevereiro, se o Grêmio não realizar obras que impeçam a correria, como a instalação de cadeiras ou de grades.

Setor interditado

Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta-feira, sobre o incidente ocorrido após a comemoração conhecida como avalanche no setor da Geral na Arena do Grêmio, o presidente do Grêmio Fabio Koff, o presidente da Grêmio Empreendimentos Eduardo Antonini, e o presidente da Arena Porto Alegrense Eduardo Pinto garantiram que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para evitar novos problemas.

O presidente Tricolor assegurou que não medirá esforços para que fatos do tipo nunca mais se repitam. “Estamos reunidos desde esta manhã para encontrarmos algumas medidas, em conjunto com as autoridades da segurança e do Ministério Público, que preservem a área do torcedor mais popular e que coíbam qualquer incidente que possa ocorrer, principalmente quando acontece aquela alegoria chamada de avalanche. O presidente atual é um torcedor de arquibancada. Eu tenho muito respeito a esse torcedor e ao mesmo tempo temos responsabilidades antes de qualquer órgão”, garantiu.

O mandatário Tricolor se mostrou determinado em manter o espaço sem a colocação de cadeiras para evitar a elitização do futebol e ter a manutenção de uma área popular que faça a alegria do estádio, colocando que não se discute a segurança da Arena como um todo, mas a segurança de um momento específico de comemoração naquele setor do estádio.

Eduardo Antonini falou da medida inicial de interditar o local. “A primeira decisão que se tomou foi que, enquanto não houver uma definição do que será feito, aquela área da Geral será interditada. A posição do Clube é que o Grêmio mantenha a área mais popular. Ontem se comprovou isso, até porque todas as entradas foram vendidas para o setor. Nós pretendemos sair daqui e ter uma reunião com o Corpo de Bombeiros. Nosso intuito é que já na semana que vem se chegue a uma decisão consensual para que no dia 14, nosso próximo confronto pela Libertadores, possamos voltar a utilizar o local”, frisou.

Eduardo Pinto, da Arena Porto Alegrense, garantiu a preocupação com o bem estar dos torcedores. “A área da Geral foi dimensionada, tratada e estruturada de acordo com o desejo do torcedor gremista de fazer a avalanche. O caso está sendo investigado, periciado, para que determinemos exatamente o que aconteceu. O importante é que estamos determinados para que aquele espaço, de suma importância, tenha total segurança para o torcedor. Então este assunto será adequado. Estamos muito preocupados em relação à segurança dos torcedores”, concluiu.

Fonte: Arena do Grêmio, Secretaria de Segurança Pública e agências de notícias