Sarau du Brown inicia oitava temporada no Museu du Ritmo

A classificação etária do evento é 16 anos.












A oitava edição do Sarau Du Brown já tem data para começar. A partir de 14 de dezembro, o Museu du Ritmo volta a abrigar uma das mais cobiçadas festas do verão da Bahia. Idealizado por Carlinhos Brown, o evento deste ano homenageia os 30 anos do Axé Music com o tema Ritual Beat System, título do disco lançado pelo artista em 1992, quando liderava o Grupo Bahia Black. Para isso, toda a cenografia, criada por ele e por Pedro Caldas, com direção artística de Elísio Lopes, foi pensada com referências à música baiana, assim como os figurinos.

Os shows seguem aos domingos, sempre às 18h. Depois do dia 14, a folia continua no dia 28 de dezembro, 11 e 25 de janeiro, 08 de fevereiro e, excepcionalmente, no sábado após o Carnaval, 21 de fevereiro. O evento, que acontece desde 2008, conta com participações especiais nacionais e internacionais e é realizado pela Candyall Entertainment. A classificação etária do evento é 16 anos.

Os ingressos estão à venda nos balcões da Ticketmix e através do link www.ingressorapido.com.br. A pista custa R$ 80 e o camarote R$ 160. Este ano o público que vai para mais de um dia da festa ganhou uma novidade: até o dia 24 de dezembro serão disponibilizados passaportes, onde a pessoa poderá comprar três edições por R$ 240 (pista) ou R$ 480 (camarote), e ainda as seis edições por R$ 480 (pista) ou R$ 960 (camarote). O passaporte só pode ser comprado para três dias seguidos e pode ser parcelado em até duas vezes no Cartão de Crédito.

O Evento

Salvador ganha, numa mesma noite, um evento que une diversas formas de arte, como música, teatro e moda. O abre-alas acontece já na entrada do Museu, com o Garrafão na Praça. O show de abertura vai ficar por conta do forrozeiro Del Feliz, um importante nome para a música nordestina, que completa 15 anos de carreira no ano que vem. Ele se apresenta no Palco Ninho, às 18h40.

No palco principal do Museu du Ritmo, a Cia Nata de Teatro, de Alagoinhas, apresenta um trecho do espetáculo “Exu - A Boca do Inferno”, às 19h15, antes do show de Carlinhos Brown. Fernanda Júlia, diretora do espetáculo, vai levar para o evento o figurino e os objetos da versão original da peça, como garrafas, balaios, além do Ogó, símbolo de Exu. O grande mote é desmitificar os preconceitos com o orixá da comunicação.

“Exu é um espetáculo em homenagem ao orixá. Numa dinâmica de contribuir com a quebra dos estigmas geradas pelo olhar ocidental sobre esse orixá, que é o senhor da comunicação, do movimento e da vida. O espetáculo é uma celebração à vida, música, teatro e dança. Traz pra cena a irreverência deste orixá, seu poder de comunicação, de sensualidade, mostrando a beleza e poesia que ele possui. Desmitificando o olhar demoníaco, que foi pinchado nele, então a gente faz uma grande festa, uma grande celebração, através de algumas qualidades de exu”, explica a diretora do espetáculo.

Com curadoria da estilista baiana Valeria Kaveski, o Sarau du Brown apresenta ainda um desfile de moda assinado, no Sarau do dia 14, pela marca Fórum Iguatemi, com inspiração em Exu. O tema será o mesmo que serviu de inspiração para uma apresentação teatral da Cia Nata que acontecerá logo em seguida ao desfile.

Para dialogar com a temática em homenagem ao orixá, Kaveski traz peças com tecidos mais leves, despojadas, com mistura de cores e texturas. Quem assina a beleza é o Barber Beauty, por Halisson Costa. Depois do desfile é chegada a hora do tão esperado show de Carlinhos Brown com seus convidados, que a cada sarau traz novos artistas para dividir o palco com o anfitrião. No primeiro domingo Carlinhos Brown recebe como convidados especiais os amigos Baby do Brasil, Luiz Caldas, Sarajane, Armandinho e Gerônimo.

Para parabenizar o axé, Luiz Caldas vai trazer para o Sarau du Brown Fricote e Magia, uns dos primeiros clássicos do axémusic. Sarajane relembra a coreografia que marcou o carnaval dos anos 80, com a música Deboche. Outro grande momento da festa será com Armandinho, que levará para o público a musicalidade da guitarra baiana, com influência dos familiares Dodô e Osmar.

Na mesma noite, Brown chamará para o palco do Sarau Du Brown Baby do Brasil, uma das primeiras mulheres a comandar um trio elétrico. “Baby era uma das pessoas que nós replicávamos. Foi uma influência direta para nosso movimento e era uma inspiração para todos”, conta Brown. Gerônimo, o autor do primeiro disco de Axé Music - Mensageiro da Alegria (1985), também estará nesta primeira edição do projeto.

Homenagem – Neste verão Carlinhos Brown vai homenagear os 30 anos do Axé Music, movimento do qual participou diretamente do surgimento nos anos 1980, junto a nomes como Luiz Caldas e Sarajane. Não foi a toa que escolheu o nome do seu disco “Ritual Beat System” para batizar a edição deste ano do Sarau. “O primeiro álbum que eu gravei já foi coletivo. Fui convidado para atuar num filme de Cacá Diegues em Nova Iorque, mas por algum motivo ele desistiu de fazer lá. Aí o produtor musical Bill Laswell aproveitou que eu já estava lá e me convidou para gravar este disco”, relembra Carlinhos, e completa: “Ele achava que minha música era muito espiritual. Ele via isso. Aí eu disse que isso é axé music cantando bossa nova em três tempos. Gerônimo nos ensinava isso. Gerônimo era o mais apto com harmonias e bossa nova, ele tinha essa linguagem”.

Este foi o trabalho que lançou Brown como cantor, já que antes atuava apenas como percussionista, inclusive na banda Acordes Verdes da qual foi integrante com Luiz Caldas, em 1988. “Comecei no trio em 79, foi minha primeira tocada. Não parei até hoje. Ou seja, peguei o pré-axé, com Chico Evangelista, com Lui Muritiba, com a turma dos Novos Baianos – liderado por Paulinho Boca e Galvão”.

O título original do álbum gravado em Nova Iorque, que foi lançado em 1992 e tem produção do americano Bill Laswell, é “Bahia Black - Ritual Beating System”, mas Brown explica a pequena mudança no título: “Beating System era um termo bastante usado em Nova Iorque. Significa socos no sistema, ou seja, atacar o sistema. Hoje quando eu faço o Beat System é na verdade porque a gente não precisa mais bater no sistema, a gente precisa fazer com que ele dance. Aproximar é o nosso desejo e foi isso que nós conseguimos: aproximação social nesse tempo inteiro. Então, comemoramos o ritual da dança e da batida nos 30 anos de axé”.

Fonte: Assessoria de imprensa