Distante do centro da capital paulista 11 quilômetros, no Parque Estadual da Cantareira, uma edificação construída na década de 30 foi escolhida para ser o Palácio de Verão do Governo de São Paulo. Planejada inicialmente para ser a residência do administrador do então Serviço Florestal, a partir de 1949, passou a ser a residência de verão dos governadores paulistas, por causa do clima ameno, e de sua fauna e flora diversificadas.
A partir de 18 de maio próximo, a bela edificação oficial terá uma nova função, a de abrigar exposições de arte, oficinas culturais e outras manifestações culturais, destinadas ao grande público. Adhemar de Barros - governador por três vezes, foi quem escolheu a Cantadeira para abrigar o Palácio de Verão do Estado de São Paulo, assim como ele mesmo escolheu Campos do Jordão para o Palácio Boa Vista, o Palácio de Inverno dos governantes paulistas. Foi também o responsável pela aquisição do edifício que hoje abriga o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista
O Palácio do Horto é um prédio com 22 cômodos contendo oito quartos, sendo cinco suítes; construído em terreno de 6.954.60 m2 com um amplo jardim de árvores nativas como pau-brasil, carvalho-nacional, pau-ferro e jatobá além de eucalipto, pinheiro-do-brejo e outras. Conserva mobiliário em madeira nobre e vitrais da renomada Casa Conrado, a mesma que produziu os do Mercado.
História - O Horto Florestal tem uma história cuja origem se deu em 1896, com a desapropriação do Engenho da Pedra Branca, para instalação do Horto Botânico. O Horto Botânico tornou-se a base para a criação do Serviço Florestal, hoje Instituto Florestal, órgão vinculado à Secretaria do Meio Ambiente do Governo de São Paulo.
A desapropriação aconteceu na gestão do então governador Bernadino de Campos embasado por relatório do secretario da agricultura após pesquisas de uma comissão formada pelo engenheiro Ramos de Azevedo e Alberto Loefgreen e outros. Assim a região foi premiada com o Horto Botânico de São Paulo. Depois dos trâmites, o governo promulga o decreto 18730, de 28 de julho de 1949 que transfere do patrimônio da Secretaria da Agricultura para o da Secretaria de Governo (hoje Secretaria da Casa Civil) a área situada no Horto Florestal, na qual está localizada a "Casa do Horto", e respectivas dependências.
Os pinheiros plantados em 1896 pelo fundador do “Parque Estadual Albert Lofgren” ainda podem ser vistos no chamado “Arboreto Albert Löfgren”, composto por pinheiros-do-brejo. São árvores altas e de folhagem escura, que plantadas em charcos, desenvolvem raízes acima do solo, conforme é possível observar nas ilhas existentes nos lagos. Estes, por sua vez, embelezam a paisagem do parque e são fontes de água para as aves da região e habitat natural dos peixes. (VB)
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