SXSW: Ativações

Já que nós aqui no PORTAL EVENTOS trabalhamos no live marketing, MICE, eventos, ativações … vamos começar a contar de SXSW por aqui?

Já que nós aqui no PORTAL EVENTOS trabalhamos no live marketing, MICE, eventos, ativações … vamos começar a contar de SXSW por aqui?

Metaverso, claro, foi a vedete de SXSW. Lovers e early adopters contra os haters e “seres de pouca fé”. Mas que já podíamos sentir o cheiro do futuro e sacar que ele é bem diferente de 2019... ah isso não tem dúvida.

Lembra que em vidas anteriores havia recepcionista funcionando como decoração biológica?

Traquitanas, aquela ambientação riquíssima de recursos cênicos feitos sob medida?

Decoração floral???

Brindes bugigangas da China?

Esquece!! … Dá um reboot no cérebro e começa tudo de novo!!

Até pode ter recepcionista. Mas são avatares em painéis interativos e digitais. Existe um “porque” para estarem lá. Ou mostrar tecnologia ou interagir com o público, mas nada de recurso solto e isolado. Tudo amarrado em um conceito estratégico pensado pela antropologia, psicologia, neurociência para realmente impactar e implantado com regras de design thinking.

O “acho” é totalmente reacionário, fora de moda. Tudo tem métricas, estudo e ciência social ou exata.

Uma das ativações foi FLUF WORLD. Uma enorme tenda bolha para umas 500 pessoas sentadas e palco com avatares e metaverso projetadas (acho que era projeção) em toda extensão do teto bolha. House mix gigante e conteúdo pesado no palco. A sensação é que você está dentro do universo paralelo do metaverso mas sem os Óculos ou nada de VR. Olhava para o palco de uma que discutia psicodélicos e todo um universo de personagens e ambientes lúdicos se movendo ao redor e acima da cabeça.

Outro era a exposição de VR, que tomava o salão principal de um dos hotéis.

Tudo escuro, cortinas pretas cobrindo as paredes e separando os estandes, ambiente estéril. Desenvolvedores em fases diferentes estavam expondo produtos de Realidade Virtual e Inteligência Artificial, alguns em estágio inicial ainda e em temas de gaming, natureza, saúde, história. Os que mais chamaram minha atenção foram uma tenda de camping daquelas de exército ambientada no meio da mata em que com os óculos você podia observar animais em extinção e extintos. Dá um pouco de vertigem ainda. A ação mais legal foi a de shows no Metaverso.

Você entra, senta-se, põe o Óculos, ouve as instruções de como agir com as mãos ao ver os alvos virtuais que você precisa acertar e o show começa.

O avatar da cantora Megan Thee faz um clip de 7 minutos só para você.

Perfeito!!

Parece filme, mas é interativo.

Ela está olhando nos seus olhos, peito e coxas chacoalham de verdade... expressões faciais humanas. Você nem conhece a música e está dançando e rindo com o avatar. Vira a cabeça e enxerga o semblante em laser do vizinho, dançando também.

É o futuro da nossa indústria de entretenimento sendo revelado ali.

A possibilidade de seu ídolo cantar só para você ou seus amigos a hora que você quiser.

Por ser interativo, cada vez que assiste o clip, a sensação e sentimentos são diferentes

Uma quebra de paradigma que coloca entretenimento no “on demand” em tantos níveis diferentes.

Outra ativação bacana foi o circo da AMAZON PRIME. Super estudado, conceito super amarradinho.

Juntaram dois temas, os super-heróis dark do “The Boys” com a Lizzo que estreia logo mais lá.

Como ela carrega a bandeira de “amor-próprio” e “atitude positiva sobre o próprio corpo”, um estúdio de cabeleireiro e manicure foi montado dentro do cercado gigante de um parque de diversões privatizado e quem tivesse interesse em ficar na fila, teve 15 minutos de cada tratamento. De graça.

Palco com DJ alto astral, grama artificial com puffs “transados” e público sentado no chão em rodinhas digerindo os conteúdos, as cervejas, energéticos, e comidinhas distribuídas a quem recebia as pulseiras com tokens que podiam ser trocados por burgers, wraps, chips, vários tipos de chocolates.

Uma vez lá dentro, todos os food trucks criaram o ambiente de festa de verão. E os brindes, que obviamente você podia escolher a cor e modelo, eram uma bolsa ecológicas e bonés com frases de ativismo.

O conceito de poder escolher tudo que estava ali, desde o que fazer no cabelo, qual chocolate, se quer bebida alcoólica naquele horário, boné jeans, branco, com ou sem abas ou cor de rosa. Tudo muito bem estudado para povoar o cérebro, virar Top Of Mind de preferenciais e roubar a atenção e os residuais emocionais. E funciona!!!

Neurociências batendo um bolão na nossa área.

CHEETOS foi de uma criatividade ímpar. Sabe aqueles salgadinhos que pintam a mão de amarelo e deixam tudo engordurado? Se juntou com tecnologia de voz e fez uma ativação super bem-humorada onde três ambientes foram desenvolvidos para você curtir um sábado de TV sem precisar pegar em nada com as mãos. Nem no controle da TV.

Alexa abre e fecha portas, te dá informações, “resolve” situações.

E tem harmonização de salgadinhos com outras comidas e bebidas no jardim da “casa” do personagem amarelo de Cheetos.

Duas quebras de paradigmas feitas de forma empírica, usando os recursos da nossa indústria para criar experiências que mudam conceitos básicos como “dar ordem verbal” para máquinas que estão prestando serviços para você.

Nada era explicado, tudo mostrado na hora!

PORSCHE teve uma cenografia clean mas muito criativa e elegante. Vale a pena dar um google para fotos. A instalação teve carros lindos, bem expostos e com iluminação artística bem desenhada.

DOODLE possivelmente tenha sido a cenografia mais pesada das ativações indoor. Estava mais no formato tradicional de elementos cênicos recortados em compensados. O que chamou atenção e colocou a ativação entre as queridinhas foram as cores. Tudo bem, pastel, desde o carpete clarinho que com a iluminação cênica mudava de lilás para amarelo e azul, paredes pink, balcões cor bebê e ilustrações bem marcadas espalhadas por todos os lados. Este foi o único espaço que vi recursos que realmente serão descartados. Todos os outros foram criados com luz, som, projeção.

Foi nesse que vi outra quebra de paradigma. O nível de interatividade e engajamento é tamanho entre a marca e o público, que não pensaram duas vezes antes de escrever a mão os cartazes falando que tinha acabado o NOODLE que estariam servindo e que aquela jarra era de xyz bebidas. E tudo fez parte da brincadeira. Esqueceram de planejar a comunicação e “resolveram” na improvisação aceitável em SXSW. Sem drama.

Uma que chamou atenção pela boa utilização de recursos inteligentes foi a ativação da INDEED que trabalha com recolocação profissional.

Ela colocou em uma sala de hotel: um balcão para café, um estúdio fotográfico com luz fundo negro e banquetas, dois balcões com consultores para imagem, curriculum, comunicação, mídias sociais etc. e duas pessoas tirando tarot profissional. Tudo estava em cima de serviços. O custo era de mão de obra, unicamente e a entrega super satisfatória. Atendia bem o objetivo de “abraçar” quem estava buscando recolocação mostrando cuidados personalizados, atendendo desde quem acredita na sorte do tarot a quem pediu correções no curriculum.

WE TRANSFER foi ainda mais simples. Uma sala de hotel com vários mini lounges para reunião e zoom calls e dois baristas fenomenais, gentis cultos, comunicativos. Era um “coffee party” para executivos. Nas paredes frases de efeito e a história de como WE Transfer “salva vidas” desde a digitalização do globo. Em painéis de Led com recortes.

Várias “casas” tinham conteúdo e shows. Palcos simples, mas todos os recursos tecnológicos muito bem empregados. Muito Led, muito planejamento técnico e tecnológico.

Teve muito mais. Dell, Samsung, Universidade do Arizona, Blockchain Labs, Warner, Capital One, casas de vários países. Este ano Brasil não veio com casa.

Acho que a grande mudança veio na profissionalização. Não só Web.3. Mas as ativações tinham um propósito claro, não só institucional de fixação de marca pela marca. Tinha o cuidado com a mensagem. Qual a real mensagem a ser transmitida e como fazer de forma cirúrgica para seu nicho.

Em vez de canetas e bagulhos, tatuagens de verdade. Em vez de PVC, luz e recursos recicláveis e renováveis, o questionamento claro de “para que” em cada detalhe de cada ação. (Fora a palestra de extinção de borboletas sendo dada em uma churrascaria… hilário !!).

Cansei de escrever, mas teve muito mais que posso contar pessoalmente

natasha@wishinternational.solutions

Insta @natashacastro1

Amanhã conto de conteúdo em outros formatos