"Suas atitudes falam tão alto que não consigo ouvir o que você diz." A frase do filósofo Ralph Waldo Emerson, proferida em 1840, foi escolhida por Elisa Prado para abrir o primeiro painel do Fórum Eventos 2025, intitulado Reputação corporativa e análise de crise. Especialista em Planejamento e Gestão da Reputação, Elisa trouxe reflexões atuais sobre reputação, imagem e gestão de crises, temas cada vez mais centrais em um mundo ultraconectado, polarizado e superexposto.
Segundo ela, vivemos um tempo em que as ações têm mais peso do que os discursos. “Qualquer ativação de marca — um evento, um estande, uma ação nas ruas — está sob o olhar atento da sociedade. Mesmo que tudo esteja tecnicamente perfeito, é a percepção que define o impacto final”, afirmou.
Elisa também destacou a diferença entre imagem e reputação. A imagem pode ser entendida como uma fotografia instantânea da empresa. Já a reputação é como um filme completo, construído ao longo do tempo a partir de múltiplas interações com os públicos — especialmente clientes, colaboradores e a sociedade. “A reputação é um ativo emocional. É o sentimento que as pessoas desenvolvem sobre uma marca ou organização. E é esse vínculo que pode garantir vantagem competitiva, atração de talentos e resiliência em momentos de crise”, explicou.
Ela lembrou ainda que toda crise já foi, um dia, um risco mal gerenciado. E muitos desses riscos são, na verdade, conhecidos internamente: mais de 75% das crises têm origem dentro das empresas. Por isso, Elisa reforçou a importância de uma cultura preventiva e da prática constante de simulações e treinamentos. “Na crise, se não houver treino prévio, impera a confusão. Cada um corre para um lado, e a empresa perde tempo e credibilidade.” A gestão de riscos, alertou, deve fazer parte de toda iniciativa — especialmente na realização de eventos — com avaliação prévia do que pode dar certo e, principalmente, do que pode dar errado.
Como orientação prática, Elisa apresentou os “3 Cs” da gestão de crises e que devem estar no radar das lideranças corporativas. O primeiro é a Comunicação: conte sua história antes que alguém a conte por você. O segundo é o Cuidado, que envolve atenção máxima aos detalhes e aos impactos de cada decisão. E o terceiro é o Controle: não delegue totalmente sua responsabilidade — é essencial saber quem está fazendo o quê.
Elisa encerrou reforçando que empresas com bases sólidas, diálogo constante e processos preventivos são as que se recuperam melhor em momentos de crise. E concluiu com um alerta: "A reputação é construída no dia a dia, mas pode ser destruída em minutos. Cabe a nós decidir se vamos reagir ou nos antecipar."
O Fórum Eventos 2025 acontece até o dia 20 de maio no Transamerica Expo Center.
Saiba mais em www.forumeventos.net
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