A cifra inclui os negócios fechados durante o evento e os que se concretizarão nos 12 meses posteriores ao campeonato, organizado e vencido pelo Brasil entre os dias 15 e 30 de junho. Para a Apex e empresários que participaram da ação, que trouxe ao país 1.400 executivos e formadores de opinião de 71 nacionalidades, a onda de protestos contra os gastos públicos na Copa observada nas cidades que sediaram os jogos não atrapalhou os contatos entre compradores e vendedores. "Não tivemos problemas em termos de cancelamento ou indisposição dos nossos parceiros internacionais", comentou ao Valor o diretor de Negócios da Apex, Ricardo Santana.
Do lado do Brasil, participaram 60 entidades setoriais e cerca de 500 companhias. Do total de US$ 1,8 bilhão, US$ 1,3 bilhão foi vendido por empresas. As entidades setoriais responderam por US$ 489,4 milhões, enquanto tradings registraram US$ 12 milhões em exportações.
O setor de produtos para casa e construção foi o que mais vendeu, com US$ 1,3 bilhão em negócios fechados. Em seguida vieram os segmentos de máquinas e equipamentos (US$ 300 milhões), agronegócio (US$ 79,6 milhões), moda (US$ 68,4 milhões), tecnologia e saúde (US$ 32,2 milhões) e economia criativa e serviços (US$ 7,4 milhões). Outros setores somaram US$ 22,5 milhões em exportações.
País anfitrião e campeão do torneio, a intenção do Brasil é usar a Copa das Confederações como uma fonte de experiências para a promoção de exportações durante a Copa de 2014. Assim como foi feito em junho, as associações setoriais e empresas levarão durante a Copa do Mundo os compradores e formadores de opinião estrangeiros para visitar suas fábricas e experimentar produtos. "Se existe uma tendência a ser apostada é o marketing de relacionamento e o Projeto Copa", sustentou o diretor da Apex.
A Apex não comenta o valor do contrato de patrocínio assinado com a Fifa, sob o argumento de que o documento possui uma cláusula de confidencialidade. No entanto, informações do mercado estimam em US$ 10 milhões o investimento das empresas e instituições que são "patrocinadores nacionais" do evento. Algumas das despesas dos convidados são bancadas pelas empresas e entidades que aderem ao Projeto Copa.
A fabricante de chocolates e sorvetes Garoto foi uma delas. A companhia tem um patrocínio individual com a Fifa para a Copa do Mundo e das Confederações. Mesmo assim, decidiu não ficar de fora. "A proposta da Apex é interessante porque tem o universo de uma área de exportações", comentou o gerente de Comércio Exterior da empresa, Ricardo Rocha. "A plataforma da Apex tem o viés de dar e receber, porque tem clientes de outras empresas. É uma troca muito saudável."
A Garoto, por exemplo, trouxe sete clientes da Bolívia, Chile, Venezuela e Estados Unidos. Nos contatos com os compradores trazidos por outras empresas, conseguiu abrir canais para exportar à África. Durante os jogos, a Garoto concretizou negócios que somaram US$ 200 mil. A companhia também já conta com US$ 6 milhões em vendas num horizonte de 12 meses.
Para medir os efeitos do projeto, a Apex realizou uma pesquisa via e-mail com os participantes estrangeiros antes e depois do torneio. A sondagem demonstrou que a imagem dos produtos, serviços e empresas brasileiras saiu fortalecida entre os 162 convidados que responderam. Aumentou de 50% para 88% o percentual dos entrevistados com vontade de conhecer melhor os produtos brasileiros. Subiu de 63% para 94% o número de executivos com intenção de realizar negócios com companhias nacionais, e de 73% para 98% os que pretendem estreitar o relacionamento com empresas locais. Também melhorou a percepção sobre a qualidade e a inovação dos produtos, serviços e do profissionalismo dos empresários locais.
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