Estações coletoras são instaladas nas estações Sé, Conceição e Tietê. A estimativa é que quatro milhões de usuários por dia poderão fazer o descarte.
Pela primeira vez no Brasil, a população tem acesso ao ‘Programa de Logística Reversa de Cartões (RC)’. A iniciativa, idealizada pelo empresário Renato Soares de Paula, da RS de Paula, empresa especializada na confecção de cartões, tem por objetivo reciclar de maneira segura e correta os cartões de PVC (matéria-prima utilizada em cartões de crédito, de fidelidade, crachás e credenciais em eventos etc).
Três unidades coletoras, pertencente ao programa, acabam de ser instaladas nas estações Sé, Conceição e Tietê, do Metrô de São Paulo. A estimativa é que quatro milhões de usuários por dia poderão fazer o descarte.
“É uma grande conquista para nosso programa. O nosso objetivo principal é engajar o cidadão comum. Estimular o descarte seguro e correto. Quando o usuário decide se desfazer de seus cartões, seu comportamento é diferente de quando descarta uma garrafa ou uma embalagem qualquer. Isso por que sua identidade de alguma maneira está contida nas informações que estes cartões carregam”, afirma o empresário.
A coletora corta o cartão em pontos estratégicos inutilizando também chips e tarjas magnéticas. Seu acionamento é manual para economizar energia elétrica e facilitar a instalação.
Segundo a Associação Brasileira de Cartões de Crédito (Abecs), a estimativa é de que exista no Brasil mais de 680 milhões de cartões, cerca de três cartões por habitante. Este volume empilhado superaria a altura de 900 prédios equivalentes ao maior edifício localizado em Dubai.
Reaproveitamento em Âmbito Nacional - Feiras e congressos, entre outros eventos do gênero, também estão entre os principais alvos do Programa RC. Os crachás se tornam peças indesejadas assim que o participante deixa o local do evento e acaba fazendo o descarte de forma inadequada. Isto gera o desperdício de matéria prima e impacta o meio ambiente, já que o material permanece no solo por centenas de anos, diz Flavia Goldenberg, consultora de Gestão de Sustentabilidade do projeto.
Já existe a possibilidade de reaproveitamento da matéria prima para produção de crachás e credenciais de uma feira para outra, mantendo a qualidade e as características desejadas pelos promotores de eventos, além disso os crachás podem ser transformados em materiais de sinalização, brindes e outros produtos promocionais , ressalta Flavia.
Os cordões também são recicláveis e podem ser aproveitados após higienização. “O que poderia ser considerado uma despesa se transforma em receita, uma vez que a saída, antes pouco explorada, se torna um novo espaço a ser comercializado com direito a patrocínio de empresas conectadas com os conceitos de sustentabilidade”, finaliza o empresário.
“Esse programa é inédito. Não conheço nada desse tipo sendo implementado em nosso País. Por isso, queremos atender em todo o Brasil. Para tanto, nosso objetivo é atrair parcerias tanto de empresas que possam desenvolver tecnologias que permitam a reutilização do resíduo, como interessadas em utilizar as estações como meio de comunicação com seus clientes para uma consciência mais sustentável”, diz de Paula “Muitos consumidores têm em suas casas cartões de seguro-saúde e de crédito vencidos, credenciais ou até mesmo cartões fidelidades de lojas que não são mais clientes e não sabem o que fazer com este material. Estamos oferecendo a oportunidade de descartar estes materiais de forma consciente, além disso, a reciclagem dos plásticos economiza até 50% da energia gasta em sua produção.
Novas Parcerias - O Programa RC foi implantando junto com o Metrus (Instituto de Seguridade Social) para os funcionários do Metrô – SP. Entre o período de lançamento, novembro de 2011, até 19 de março de 2012, foram recolhidos 32% da quantidade fabricada em 2010. “Para uma primeira ação consideramos um excelente resultado”, comenta de Paula.
Outra parceria que acaba de ser estabelecida pelo programa é com o Guia Escolas que envolve 800 escolas de ensino fundamental nas cidades do Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Sorocaba, Campinas, Baixada Santista, Curitiba e Região e São Paulo.
“Estas escolas participarão do Programa RC com a instalação de coletoras de cartão, levando educação ambiental na prática para o cotidiano de seus alunos. Além disso, uma programação de teatro e de palestras está sendo elaborada para disseminar ainda mais essa cultura”, conta Flavia.
Comentários