Projeto Âncora comemora 17 anos

Em um encontro regado a muita alegria e emoção, o Projeto Âncora abriu, na manhã de 23 de setembro, as comemorações de seus 17 anos.

Participaram do evento mais de 200 pessoas, entre os quais alguns dos fundadores do Projeto, crianças, educadores, convidados, pais e membros da comunidade de Cotia e região.

Quem chegava era recepcionado com música e dança inspiradas no Maracatu, ambas apresentadas pelos próprios educandos. Em seguida, com o tradicional abraço em volta do circo, o coração do Projeto, os convidados embalaram a Cirâncora, ciranda que é o hino da entidade.

Sob o comando de Suzana Ribeiro, que conduziu as apresentações, foram feitas homenagens ao escritor Rubem Alves e aos professores José Pacheco e Lauro de Oliveira Lima, que receberam presentes confeccionados pelas crianças. As comemorações também incluíram números circenses de equilíbrio, força elasticidade.

Emocionada, Regina Steurer, fundadora e membro do Conselho Consultivo, disse que o Projeto Âncora foi fundado pelo sonho que tinha Walter Steurer em devolver para seu país parte de tudo o que recebera. “Sonhávamos que todas as crianças tivessem o melhor lugar possível para brincar, aprender e conviver. Hoje, passados 17 anos e quando nos preparamos para a maioridade, nosso objetivo é que este jeito humano e prazeroso de aprender vire política pública, se estenda e beneficie a todas as crianças de nosso país”.

O aniversário do Projeto Âncora foi marcado, ainda, pelo lançamento da campanha “Nosso circo está na corda bamba”, que tem o objetivo de mobilizar a sociedade na busca de colaboradores financeiros para a renovação do circo, cuja estrutura demanda reforma imediata, incluindo troca de lona, ampliação do espaço e compra de novos equipamentos. “Com a reforma, além de cuidar melhor de nossos artistas mirins, teremos uma estrutura adequada para descobrir e treinar novos talentos" diz Regina Steurer.

Complementando as atividades da manhã, o grupo Teatro do Grande Urso Navegante apresentou a peça “A Pipa e a Flor”, baseada no livro de mesmo título de Rubem Alves.

O encontro foi finalizado com o Parabéns cantado, em coro, pelos mais de 200 participantes.

Projeto Âncora: O Porojeto Âncora nasceu do sonho de Walter Steurer em maio de 1995. O Projeto Âncora tem o desafio de transformar a realidade da comunidade em que estava inserido. Para tanto, apostou na construção de um futuro no qual crianças, adolescentes e idosos serão, antes de tudo, cidadãos conscientes e comprometidos com um Brasil mais justo e promissor.


Desde então a iniciativa oferece atividades que desenvolvem potenciais, complementam os estudos e melhoram a auto-estima. Hoje, quase 700 crianças e adolescentes contam com cursos profissionalizantes e de informática, circo-teatro-escola, oficina de artes, aula de música, práticas esportivas, creche, assistência médica, nutricional, odontológica e acompanhamento psicológico, além da maior biblioteca pública da região.




Walter Steurer: No ramo do turismo, Walter Steurer ganhou muito dinheiro. Quando se aposentou, em 1995, ele achou que deveria devolver algo ao país que acolheu seus pais.

Filho de austríacos que fugiram da guerra, ele nasceu em Caçador (SC). Passou dificuldades quando pequeno. Aos quatro, veio a São Paulo. Seu pai criou a operadora de turismo Transatlântica, que Walter, ao assumir os negócios, tornou grande. A convite de um amigo, ele também foi diretor de outra empresa, a Transbrasil. Nos anos 90, vendeu sua operadora e fundou a ONG, batizada de Projeto Âncora

Uma das crianças atendidas pelo Projeto Âncora foi Fábio Nepô, que se tornou ator e foi premiado no Festival de Gramado como melhor ator coadjuvante pelo filme "De Passagem" (2003).

Walter morreu em março de 2011, aos 70 anos de câncer deixando viúva, cinco filhos, de dois casamentos, e cinco netos.

Fonte: Flávia Chiaramonti Cravo