A americana Alyssa Battistoni é convidada confirmada para a segunda edição do Festival Agora É Que São Elas, que vai acontecer no CCSP (Centro Cultural São Paulo), em 21 e 22 de setembro. Professora de teoria política em Yale, ela defende que feminismo e ambientalismo devem andar juntos, como uma resposta à crise climática e econômica.
Suas pesquisas de intersecção entre agendas buscam lançar luz para o que pode ocorrer com as mulheres em um contexto de crise mundial, econômica e ambiental, e discutir propostas para enfrentá-la.
“Ela parte da constatação de que, numa crise, as minorias são as mais afetadas. Como estamos numa crise mundial econômica e ambiental, não há tempo suficiente para lutar pelas duas agendas separadamente”, explica Manoela Miklos, mediadora da mesa com Alyssa.
Alyssa está prestes a lançar nos Estados Unidos, com outros três autores, o livro “A Planet to Win: Why We Need a Green New Deal”. As metas do new deal verde propõem medidas estruturais para uma nova economia de impacto reduzido no meio ambiente e menos desigualdades.
A realidade brasileira também se insere no sistema de produção e seus efeitos sobre o público feminino. “As manchetes do Brasil e do Rio de Janeiro mostram que essas questões ocorrem ao mesmo tempo e não podem ser desassociadas”, comenta.
Desde a primeira edição, o festival discute a inserção da mulher nas instâncias de poder. As mesas trarão pesquisadoras, mulheres políticas e outras especialistas para o debate. “Buscamos representar todas as possibilidades de feminismos e esse feminismo interseccional com o meio ambiente pode nos dizer muito”, avalia Manoela.
O tema principal dos debates será a violência de gênero na política, que ocorre nos campos financeiro, emocional e físico e representa o principal obstáculo à presença feminina no poder público. A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) vai abrir as discussões no dia 21, na mesa Relatos do front: ser mulher no poder.
Para todas e todos
Haverá debates também sobre iniciativas, projetos e ações que contribuem para a melhoria das condições de vida das mulheres no Brasil, e oficinas e mentoria na busca de soluções para problemas nos campos pessoal e profissional.
Ampliando o repertório e as possibilidades de conexões com a proposta geral, o festival terá shows, performances, poesia, rima, instalações de videoarte e mostra de cinema. Estendendo os temas do festival para quem circular pelo CCSP nas semanas seguintes ao evento, haverá uma exposição de artistas contemporâneas que será exibida até 22 de outubro, com performances e rodas de conversa aos sábados.
O público que passar pelas instalações do CCSP no fim de semana do festival também vai contar com uma versão da Feira Preta, que reúne empreendedores negros nas áreas de arte, moda, cosméticos e gastronomia.
As inscrições para as mesas de debates, master classes, oficinas e mentoria serão abertas nas próximas semanas pelo site. Além do site, todas as informações do Festival Agora É Que São Elas também estarão nas redes sociais do coletivo, como Instagram e Facebook.
O Festival Agora É Que São Elas é uma produção da D+ Projetos. Além da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, o jornal Folha de S.Paulo também apoia o evento, que conta ainda com patrocínios de Uber e Nike.
SERVIÇO
Data: 21/9 e 22/9
O que: mesas de debates, oficinas, mentoria, música, cinema e artes plásticas
- Exposição “Mulheres na arte brasileira: entre dois vértices”: de 21 de setembro a 22 de outubro, com rodas de conversa com as artistas aos sábados
- Mostra “O Corpo Não É Metáfora”: de 19 a 22 de setembro
Inscrições para mesas de debates, mentorias e oficinas aqui.
Local: CCSP (Centro Cultural São Paulo) – Rua Vergueiro, 1000, próximo à estação Vergueiro do Metrô (Linha 1-Azul)
Todas as atividades são gratuitas
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