Preciso declarar a minha indignação, de forma passiva e apartidária.

O mercado de eventos está buscando por todos os meios ser ouvido e demonstrar o tamanho dessa cadeia, estamos insistentemente lutando pela sobrevivência nesse momento e para não permitir que essa engrenagem pare de vez.

Não tenho aptidão para o confronto e para os posicionamentos de “resistência”, mas preciso declarar a minha indignação, de forma passiva e apartidária. Celebramos a independência do Brasil essa semana e fazendo uma reflexão sobre esse momento, senti um desejo muito forte de estabelecer um posicionamento frente ao setor que represento.

O mercado de eventos está buscando por todos os meios ser ouvido e demonstrar o tamanho dessa cadeia, estamos insistentemente lutando pela sobrevivência nesse momento e para não permitir que essa engrenagem pare de vez.

Somos sim uma atividade complementar numa economia circular, mas efetivamente somos uma das principais atividades que contribuem para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na prestação de serviços, portanto não estamos pedindo migalhas e nem tão pouco somos a escória desse país de margens nem um pouco plácidas.

Somos uma cadeia absolutamente preparada e profissionalizada, parametrizada por protocolos e pelo que mais nos exigirem e impuserem para que possamos realizar nossas atividades.

Somos uma cadeia que está mais do que pronta para voltar, somos uma cadeia clamando pelo respeito de todos. Somos sim um país que deva celebrar a independência, mas acima de tudo lembrar que somos interdependentes como cidadãos, e a conduta da dependência bilateral através da solidariedade e reciprocidade, se não aprendida e praticada em meio a uma pandemia, nos arranca o fio de esperança que ainda semeamos pelo nosso país.

Lamentável o que vimos acontecer essa semana no feriado da independência, retratado na ocupação das praias, parques, restaurantes, hotéis, ruas entre tantas outras demonstrações de aglomeração num “DANE-SE” generalizado, enquanto nosso setor agoniza, dependendo de uma liberação monitorada por cores que já não fazem o menor sentido e não representam absolutamente nada.

Mas sim, ainda estamos proibidos de exercer nossas atividades, ainda estamos encarcerados assistindo nossos negócios definharem, nossas equipes de dissolverem, nossos propósitos escorrerem pelos dedos.

Estou dilacerada como empresária, estou me sentindo fracassada como líder atuante nas entidades do setor, estou me sentindo uma grande marionete manipulada, sem a menor chance de tomar as rédeas da minha vida, simplesmente à espera de um milagre.

Deveria ter ido à praia no feriado, tomar sol e ter me juntado ao grande DANE-SE, talvez hoje estaria soberana e aliviada.

Mas pelo contrário, estou indignada e para quem me conhece um pouco, sabe que no lugar do DANE-SE, eu desejei ter escrito outra coisa!

Leila Bueno - Vice presidente da ABRACE