Até o momento, 15 marcas já anunciaram que não vão participar do evento, entre elas a líder do mercado brasileiro, Chevrolet, a líder entre as marcas de luxo, BMW, e a sexta maior fabricante do país, Toyota.
E a dez meses da feira, 11 marcas ainda não decidiram se participarão.
Para as montadoras, a realocação de recursos é a principal razão para as marcas começarem a desistir dos salões. Em quase todos os casos, as justificativas são de que eles custam demais pelo retorno financeiro que oferecem.
De acordo com matéria publicada pelo site G1 e pela revista Auto Esporte, a reportagem apurou que os custos para o evento paulistano variam de cerca de R$ 4 milhões, para as fabricantes menores, até mais de R$ 20 milhões, no caso das líderes de mercado.
De acordo com a reportagem, a Reed Exhibitions, realizadora do Salão do Automóvel 2020, afirma que cerca de 15% do que é gasto por uma fabricante no salão vão para a organizadora, que é responsável por locar os espaços no pavilhão e fornecer infraestrutura, como energia elétrica.
Isto é, a Reed ficaria “apenas” com algo entre R$ 600 mil e R$ 3 milhões do custo de participação de uma montadora no Salão do Automóvel.
Do restante, cerca de 45% iriam para a montagem do estande, e isso inclui não apenas pisos elevados, grandes painéis de LED, mas também estruturas que o público não costuma ver, como áreas VIP e salas de reunião.
Por fim, os 40% finais ficam com custos de logística, como transporte dos carros, gastos com bufê e funcionários (recepcionistas e modelos).
Para Leandro Lara, diretor do portfólio de mobilidade da Reed, se o problema são os gastos elevados, uma possível solução seria adotar estruturas mais simples:
“O investimento na montagem do estande é muito maior do que o preço do espaço. Pode haver opções com estrutura mais enxuta”.
Isto é, para o diretor da Reed, a resposta para os problemas de comercialização do Salão do Automóvel 2020 é reduzir aquilo que, depois dos carros, sempre foi um dos grandes atrativos do evento: o brilho dos espaços, com estandes atrativos, modelos estonteantes e ações para atrair a atenção do público. O show das marcas. Encantamento, que pode gerar fidelidade à marca.
Além dos prejuízos que a decisão pode causar às marcas, cabe questionar: quais os impactos desta solução para a cadeia produtiva de eventos? Para as agências responsáveis pela ativação dos estandes, montadoras, empresas de apoio e logística?
A sugestão proposta pelo diretor comercial da Reed Exhibitions, Leandro Lara, certamente levará o Salão do Automóvel à morte, causando muitos milhões de prejuízo a toda a cadeia produtiva de eventos brasileira. Não é uma solução, é um paliativo que procura encobrir os verdadeiros problemas atravessados pela Reed no Brasil.
Veja abaixo a relação de montadoras que já decidiram não participar do Salão do Automóvel de 2020, as que ainda não decidiram e as que já confirmaram participação no evento.
Não estarão |
Ainda não decidiram |
Confirmadas |
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