Painel Marketing de Destinos é destaque no Fórum Eventos

As atrações de Las Vegas e o papel dos Conventions & Visitors Bureau no Brasil foram os temas discutidos na programação da manhã desta terça-feira, no hotel Pullman São Paulo Vila Olímpia.



Vice-presidente e Global Business Sales do Las Vegas Convention and Visitors Authority (LVCVA), Chris Meyer mostrou as peças de marketing utilizadas na divulgação de um dos mais visitados destinos nos Estados Unidos, incluindo opções de espaços para reuniões e congressos. Ele explicou que o Convention Bureau opera dois centros de convenções e funciona como autarquia, incluindo oficiais eleitos e prefeito nomeado. Não existem associados e a verba é arrecadada por meio de room tax. O orçamento é de US$ 152 milhões.

“Nossa função é colocar as cabeças nas camas”, disse ele. No ano passado foram promovidas 22 mil reuniões e feiras em Las Vegas, desde eventos corporativos pequenos até grandes congressos. “Possuímos mais de 150 mil apartamentos, recebemos 5 milhões de participantes, faturamos US$ 7,4 bilhões de dólares e geramos 54 mil empregos. As 53 maiores feiras costumam vir para cá e os clientes que mais recebemos são da China, México, Brasil e Japão”, revelou. Chris anunciou a compra ainda do Hotel Riviera, onde serão empregados US$ 4,3 milhões em expansão e reforma.

O cenário brasileiro, por sua vez, mostra a disparidade. Vaniza Schuller, sócia gerente da Schuler & Kieling Consultores Brasil fez uma pesquisa não oficial em 2013 e, conforme ela, alguns dados chamam a atenção. Entre eles, o fato de muitos conventions terem sido fundados no país, mas que não atuam no mercado. “Existem 50 efetivamente, porém não divulgam o destino, papel desempenhado pelas secretarias de turismo de cada localidade. Na realidade, a gestão deveria ser harmônica e compartilhada, com o mesmo foco de atuação”, disse.

Schuller acrescentou que muitos conventions nada mais são do que escritórios de captação de eventos associativos, sem ter conhecimento do corporativo. “Se preocupam apenas em trazer para a sua cidade determinado congressos, em se integrar com seus associados e o turismo. Não podem ser definidos como entidade que faça a prospecção de oportunidades de negócios”, opinou. A consultora revelou que a receita anual é de US$ 20 mil a US$ 80 mil e que as taxas pagas são ínfimas.

Os meios de hospedagem não são obrigados a colaborar com uma mensalidade e os conventions sobrevivem do room tax, pago voluntariamente pelo hóspede. O desempenho é medido pelas notícias na mídia, responsáveis por anunciar os eventos captados. As convenções são deixadas de lado, pouco trabalhadas. “Não temos prospecção, produtos organizados e formatados. Precisamos capacitar e treinar os fornecedores. Será que temos padronização e normatização de serviços, fica a pergunta. Quem são os nossos compradores, e onde estão as pesquisas do turismo de negócio?”, provocou ela.

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