O financiamento na area de eventos

Considerações sobre o financiamento/patrocínio de eventos no Brasil,contextualizando a Escola Beija Flor no Rio de janeiro.

Bom dia

Hoje,quero conversar com você sobre financiamento e patrocínio nas áreas de eventos e entretenimento no Brasil


A Escola Beija Flor que apresentou um bonito desfile na Avenida dos Desfiles,no Rio,durante o carnaval carioca  e saiu vitoriosa trouxe um grande assunto,para discussão dos estudiosos:patrocinios e financiamentos na área do entretenimento.Não discuto aqui a beleza da apresentação,nem o esforço dos moradores locais mas a origem do patrocínio de 10 milhões do governo da  Guiné Equatorial.

Um país com inúmeras distorções sociais,com liberdades individuais limitadíssimas,uma verdadeira ditadura resolver apoiar o carnaval carioca com dez milhões de reais,ao que parece um dos maiores  investimentos da história do carnaval carioca.O presidente da republica africana,Teodoro Obiang,há 35 anos no poder foi visitado por Lula,durante sua passagem no governo federal.Obiang ocupou dois camarotes na Sapucai,que custaram 120 mil reais,onde o champanhe exigido foi o Dom Perignon.Alugou um andar no Copacabana Palace e fechou uma churrascaria na zona sul,para um jantar privé,que  custou 79 mil reais.Esteve acompanhado de uma comitiva,que viajou no Boeing presidencial e incluiu Teodorin Obiang,filho do ditador,foragido da justiça internacional,segundo consta.

O grande problema ético é como a escola aceita apoio financeiro de uma das maiores ditaduras do mundo. Não se questiona em nenhum momento a beleza do espetáculo proporcionado,embora alguns historiadores tenham encontrado algumas anomalias ,no que foi apresentado.O que nos incomoda é  receber dinheiro de um país que é contra tudo que o carnaval pode representar como um grito de liberdade contra o staus quo.E um verdadeiro caso de consciência e de questionamento da sociedade.

A relação da Riotur com a Liga das escolas de samba foi bem irreal,já que composta por bicheiros que teoricamente são contraventores penais.Lembro,até  hoje,no primeiro governo Brizola,quando Jamil Haddad era prefeito do Rio,a controvérsia da diretora de certames da Riotur,encontrar na reunião com as escolas de samba,algém que parecia ter contribuído para a ditadura militar e a havia torturado. E um outro patrocinio,que permitiu a sobrevivência do carnaval mas que sempre trouxe discussões,embora não possamos nunca negar a relevância  da contravenção no Carnaval carioca.

O carnaval do Rio  abre novamente o debate.Será licito também organizar eventos e todos os patrocinadores serem palestrantes?Será ético atribuir prêmios para seus anunciantes,criando destaques de qualidade entre seus melhores clientes?Enmfim,são alguns questionamentos sobre eventos no Turismo,que também coloco no rol das discussões.

No momento em que o país discute  uma série de novas propostas,acredito ser o momento de discutir investimentos oriundos de fontes nem sempre ligadas ao mundo da democracia e da diversidade.Podem causar espanto no mundo democrata e trazer sérios questionamentos.

Ficam minhas dúvidas e questionamentos para uma discussão....