Não faltam ideias para lidar com a crise

É uma semana em que as notícias do Reino Unido foram dominadas por uma série bizarra de problemas: há filas para gasolina aqui por causa da falta de motoristas de petroleiros, somos avisados de que nossos alimentos favoritos de Natal podem estar em falta por causa da falta de açougueiros, enquanto a Irlanda do Norte acaba de relatar uma preocupante falta de palhaços!

Em outras partes do mundo, os fabricantes de automóveis lutam com o fornecimento de microchip e a Apple anuncia iPhones novinhos em folha que não pode entregar em suas lojas. Muita coisa é atribuída a interrupções nas cadeias de abastecimento globais à medida que o mundo ressurge dos bloqueios da Covid.

Enquanto isso, não faltam ideias sobre como reviver a sorte da indústria mundial de exposições, que por sua vez está lutando com uma série de desafios e pressões à medida que a Grande Reinicialização continua. A implementação bem-sucedida dessas ideias pode ser um desafio maior, mas muitos estão tentando.

Eu moderava uma sessão interessante em uma conferência indiana na semana passada. Nosso briefing foi amplo, 'Discutindo o papel dos locais e provedores de serviços'. Tivemos um painel incluindo organizadores da Índia e das Filipinas, um empreiteiro indiano e proprietário do espaço de eventos, IELA, a associação de logística e Tesi Baur, consultor, educador e, claro, contribuidor do EW .

Baur levantou uma questão que me preocupa há algum tempo. A boa notícia é que os eventos estão voltando com bastante força em muitas partes do mundo. Paddy Cosgrave da Web Summit acaba de dizer ao mundo que eles esgotaram o espaço de exibição para o evento deste ano em Lisboa três semanas antes e com números acima de 2019. A preocupação é o que foi descrito para o nosso painel de conferência como uma falta de fornecedores e pessoas. “Os fornecedores estão em alta demanda novamente”, disse Tesi na conferência. As regras normais da economia sugerem que isso deve se refletir em um poder de precificação mais alto para os fornecedores.

Mas, estes estão longe de ser tempos 'normais'. Um dos palestrantes, Rajan Sharma, da Interads, sentiu fortemente que os organizadores são a base da indústria. “Sem os organizadores, não há indústria”, disse ele. Em alguns casos, foi muito difícil para eles reconquistar expositores que permanecem muito cautelosos quanto aos gastos. Joel Pascual, da Associação de Organizadores de Convenções e Exposições das Filipinas, lembrou no painel que havia custos significativos associados ao cumprimento de novas medidas de proteção à saúde quando os programas eram reabertos. Sharma sugeriu que era necessário que os espaços para eventos e fornecedores ajudassem os organizadores reduzindo os preços.

Os fornecedores também dizem que estão se sentindo muito pressionados. Eles admitem que estão sob forte pressão dos organizadores para oferecer descontos significativos, de até 20% de acordo com um palestrante. Ao mesmo tempo, há uma pressão significativa de alta sobre os preços que estão pagando pela maior parte de suas matérias-primas. É um aperto que levou várias das maiores empresas do setor a se retirarem de alguns mercados internacionais ou a redirecionarem suas atividades apenas para os elementos de maior valor do negócio. Perguntas estão sendo feitas sobre a capacidade do mercado de realmente construir e atender a todos os eventos que agora estão reabrindo.

Enquanto isso, os espaços para eventos também estão sendo apertados. Alguns só agora estão ressurgindo de terem sido requisitados como instalações médicas de emergência. Ao mesmo tempo, e apenas parcialmente relacionado à pandemia, os espaços já estavam lutando com a mudança na natureza dos eventos. Baur disse ao nosso painel que havia uma pressão significativa sobre eles para investir em instalações que atendessem adequadamente aos interesses dos participantes em uma melhor conectividade, entretenimento integrado com seus eventos e, em alguns casos, a introdução de modernas instalações de co-working em seus edifícios. É difícil conciliar essa pressão com corte de custos.

Isso varia de acordo com onde você está no mundo e como a indústria é organizada, mas Sharma estava preocupado que alguns espaços na Índia estivessem organizando seus próprios eventos com “grandes descontos” enquanto mantinham a linha de preços para organizadores independentes. Alguns proprietários de locais, disse ele, como o ITPO e Hyderabad estavam ajudando, enquanto outros não estavam sendo tão flexíveis quanto ele gostaria.

Parece um pouco o que nossos amigos nos Estados Unidos chamariam de “maternidade e torta de maçã”, mas é difícil discordar da solução para a qual o painel convergiu: cooperação mais estreita. Seja entre a sopa de letrinhas de diferentes associações do setor, entre organizadores que competem em alguns mercados, mas podem colaborar em outros, ou entre os organizadores, fornecedores e espaços para eventos, uma abordagem mais colaborativa parece essencial para que o setor saia com sucesso dos desafios está enfrentando.