Confira abaixo depoimento ao Portal Eventos da Presidente do Comitê de Trade Marketing da Ampro, Ana Paula de Andrade. Ela conta um pouquinho sobre o que presenciou no evento e já informa que a Ampro realizará um encontro em São Paulo para apresentar os resultados do evento, aguardem!
A NRF - National Retail Federation é a maior associação comercial de varejo do mundo , representando lojas de departamento , bens domésticos e lojas especializadas , comerciantes Main Street , loja de conveniência , atacadistas, cadeias de restaurantes e varejistas da Internet dos Estados Unidos e de mais de 45 países.
Abaixo confira artigo escrito por Ana Paula Andrade publicado no site - Adminstradores:
"Em sua 105ª edição, o Retail Big Show, promovido pela National Retail Federation (NRF) contou com uma intensa agenda de conteúdo, abordando tendências, tecnologias e soluções para este que é considerado o grande motor das economias das grandes potências mundiais. A programação contou ainda com uma grande estrutura de EXPO em que estiveram presentes 540 expositores, entre eles importantes marcas como Samsung, Intel, Oracle, Cisco, Microsoft, HP entre outros.
Com um público de aproximadamente 35 mil pessoas no total, segundo divulgação da organização estima-se que a delegação brasileira tenha alcançado mil participantes nesta edição - pouco menos quando comparamos com 2015 (cerca de 1.800), mas acima da expectativa quando levamos em consideração os desafios da alta do dólar enfrentada pelo público brasileiro.
O evento começou com uma grande inspiração de segmentos diferentes. Em 2015 falou-se sobre o Marketing Esportivo, protagonizado pelo Super Bowl e a fidelização de seus fãs consumidores. Em 2016 foi a vez da hotelaria, segmento que cresceu 7% no mercado americano neste último ano, representado por Stephen Joyce, presidente e CEO da cadeia Choice Hotels.
Stephen reforçou as mudanças necessárias na gestão dos negócios, principalmente dos últimos 2 anos para cá, quando o foco principal passou a estar no investimento para conhecer os clientes e, então, fidelizá-los aos hotéis da rede. Para entender o desafio, comparado com varejistas do canal alimentar, que recebem seus clientes frequentemente (semanalmente ou até diariamente), o setor de hotelaria em questão se relaciona com seu público uma ou duas vezes por ano.
Então, como fazer para criar uma relação de fidelidade com este cliente? A resposta está na experiência. Talvez a palavra mais mencionada em todo evento neste primeiro dia. Ainda que esta experiência esteja relacionada com outras marcas e parceiros, como Uber e Starbucks, ela deve atender ao estilo e gosto do cliente. Por exemplo, as diferenças entre as gerações “boomer” (nascidos até a década de 70) e “Millennials” (que compreende os nascidos entre 1981 e 1995). Ambas representam transformações importantes nos hábitos de consumo e já se apresentam com características bem interessantes. Falando de fidelidade, por exemplo, a antiga geração (sim, já podemos considerar os “Boomers” como antigos) entendia a relação com benefícios da marca a partir da sua resposta de consumo. Isto é, quanto mais consumissem uma marca, maiores seriam os benefícios em troca. Já os Millennials são diferentes neste aspecto. Querem um benefício imediato, sem validade e com a possibilidade de acessá-los quando e onde quiserem, mas sem o dever de estar presos com uma marca. Destacou-se ainda neste contexto o desafio da chegada de fortes concorrentes disruptivos, como Airbnb e Google.
Muitos, aliás, foram os fóruns do primeiro dia abordando os novos consumidores e é interessante a visão “cross” segmentos. Entre as constatações, a mais forte (e evidente) é que é uma geração guiada pela conectividade: 55% do público entre 13 e 24 anos consomem ao menos 4 horas de internet por dia, 75% está ativo em ao menos uma rede social e 90% utiliza smartphones e/ou tablets diariamente. A conectividade é acompanhada pela sede de vivência e propósito, em um cenário em que o que importa não é o que se compra, mas o que se vive com isso.
Um grande desafio para marcas e serviços, mas também uma grande oportunidade. Nitidamente saem em vantagem, como se pode observar ao andar pelas ruas do SOHO, marcas locais e estabelecimentos como o mercado Whole Foods que, por ter um propósito (venda de produtos orgânicos e preferência por pequenos fornecedores locais) altamente adequado para este público em busca de um propósito, mas com preços incompatíveis para o estágio de vida, tem lançamento previsto de sua nova rede irmã, a 365 by Whole Foods Market. Seu conceito promete produtos orgânicos e naturais com preços baixos, sem perder a qualidade reconhecida do Whole Foods, durante todos os dias do ano, em um espaço com conveniência e tecnologia para criar um ambiente descontraído, moderno e alegre para quem trabalha lá ou para os clientes.
Estamos vivendo uma era de transformação do hábito de compra em que, em nenhum outro momento de nossa história, o consumidor teve tanto poder. Tanto acesso à informação, tanto poder de decisão de o que comprar, onde e como. Um movimento do consumidor sem volta! Tudo acontece de maneira extremamente rápida e a resposta das marcas, por meio das ações, promoções e operações de trade, devem se adaptar a esta nova realidade. A sua empresa está preparada para, mais do que pensar na mensagem que quer transmitir, dar uma razão para que o público se interesse por falar e consumir sua marca? Aquela que souber envolvê-los como parte da marca terá a chance de conquistar os corações daqueles que, em 2025, representarão 75% da força de trabalho do mundo.
Ana Paula Andrade – é country manager da Marco Marketing Brasil, empresa com 20 anos de mercado e especializada em Field Marketing. A executiva está acompanhando a NRF 2016 e escreveu este artigo exclusivo para o Administradores."
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