Hotéis e restaurantes acreditam em cenário econômico pior nos próximos meses

Levantamento da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) revela que 47% dos empresários dos setores de hospedagem e alimentação acreditam que a situação econômica brasileira deve piorar nos próximos seis meses. Apenas 35% acreditam em melhoria do cenário.

A maior parte dos entrevistados (58%) acredita que, com a chegada da baixa temporada, deverá demitir trabalhadores ainda nos próximos três meses - um número 5% maior do que o registrado no último trimestre. Apenas 19% dos empresários pretendem realizar contratações, e, para estes, as admissões não ultrapassarão o total de cinco pessoas.

Dos que acreditam em deterioração do contexto econômico, 31% esperam alta na inflação e queda no movimento. Para 33%, o cenário econômico permanecerá igual, e, para 16%, haverá alta da taxa de desemprego. Como consequência, 81% dos empresários não pretende contratar colaboradores extras neste início de ano.

Os valores são resultado de expectativa empresarial negativa: 40% dos donos de estabelecimento estimam para 2017 um faturamento menor do que o registrado no ano passado; e 27% acreditam em faturamento igual a 2016.

Como principal medida para impulsionar os negócios, 74% dos estabelecimentos pretendem oferecer descontos para atrair os clientes; 66% ampliarão a divulgação online; 49% investirão em atendimento personalizado, focando na boa experiência do cliente como forma de fazê-lo retornar ao empreendimento; e 43% pretendem facilitar as formas de pagamento.

Alexandre Sampaio

Para o presidente da FBHA, Alexandre Sampaio, a sondagem mostra o quanto o turismo foi afetado pela crise, com reflexos diretos nos negócios em operação. “Não se pode permitir que a atividade que poderia ser a primeira a puxar o País para fora do cenário de recessão seja mais uma a engrossar as estatísticas de fechamento de empresas e demissão de funcionários", pondera. "Precisamos adotar medidas que revertam o quadro negativo o quanto antes, como, por exemplo, a aprovação de alguns projetos de Lei em tramitação no Congresso, como o da legalização dos hotéis-cassinos, que podem movimentar R$ 18 bilhões em receita por ano, gerando 400 mil postos de trabalho diretos e indiretos e R$ 15 bilhões em impostos, o da instituição do trabalho intermitente, permitindo que trabalhadores tenham expedientes flexíveis, podendo ter mais de um emprego, com o recebimento de direitos proporcional, o que estimulará a economia e diminuirá o desemprego”, conclui Sampaio.


Fonte: Assessoria