Há muita diferença na ótica da segurança

O festival Burning Man 2024 vai de 25 de agosto a 2 de setembro. Esta edição, inclusive, foi a primeira a não esgotar seus ingressos desde 2011, assim como tem acontecido com vários festivais ao redor do mundo.

Kendra Frazer, de 39 anos, foi identificada como a mulher que morreu no primeiro dia do festival Burning Man 2024, realizado no deserto de Black Rock, em Nevada, nos Estados Unidos. O incidente ocorreu no último domingo, 25 de agosto, poucas horas após o início oficial do evento.

As autoridades foram chamadas depois que a equipe do festival tentou, sem sucesso, reanimar Kendra Frazer. Segundo o comandante do condado de Pershing, Jerry Allen, a causa da morte ainda está sendo investigada, e eles estão esperando os resultados da autópsia e dos exames toxicológicos. A família de Kendra já foi avisada sobre o que aconteceu.

O Burning Man é conhecido por atrair cerca de 80 mil pessoas todos os anos, em uma cidade temporária no deserto ''baseada em princípios de comunidade''. O festival começou cedo no domingo, depois que os portões foram fechados por 12 horas devido à chuva e às condições de lama.

O festival Burning Man 2024 vai de 25 de agosto a 2 de setembro. Esta edição, inclusive, foi a primeira a não esgotar seus ingressos desde 2011, assim como tem acontecido com vários festivais ao redor do mundo.

Esta não é a primeira tragédia a ocorrer no evento norte-americano. Em edições anteriores, outras mortes foram registradas, incluindo acidentes e casos relacionados ao uso de drogas.

Leon Reece, de 32 anos, morreu no ano passado após ser encontrado inconsciente, a causa foi apontada como um acidente por causa da mistura de cocaína, álcool e MDMA. Em 2022, o juiz John Everett Williams, de 68 anos, faleceu no festival de causas naturais, e, em 2017, Aaron Joel Mitchell, de 41 anos, morreu ao pular nas chamas durante a cerimônia de queima final do evento. Há ainda os registros de outras mortes no Burning Man ao longo dos anos: uma mulher que foi atropelada por um ônibus em 2014 e um participante que caiu debaixo de um trailer em 2007. Em 1996, um amigo do cofundador do festival, Larry Harvey, foi morto em uma colisão com uma van enquanto andava de moto à noite.

Mas é preciso compreender que há uma grande diferença entre incidentes e acidentes.

O agrupamento de pessoas, sem dúvida alguma, traz em sua condicionante lidar com as fragilidades da vida, em decorrências naturais e/ou em função de comorbidades.

O que não se discute e que não podemos normalizar é a ausência de comprometimento e responsabilidade da organizadora/promotora do evento em oferecer condições plenas para uma experiência de puro bem-estar e nesse conceito de segurança, convergem-se a integridade física, moral e emocional.

E neste caso a fomentação de uma cultura preventiva e de acompanhamento constante são metas que não podem ser ditas somente da boca pra fora, devem ser atitudes que estejam na política do evento, disseminadas entre todos os integrantes de sua cadeia.

A segurança de um é a segurança de todos!

P.S Até pouco tempo atrás, uma das minhas aspirações era participar do Burning Man, hoje... faria um bate-volta de Vegas até lá... não tenho mais pique e estrutura para usufruir de um cenário... digamos, muito rústico, apesar de reconhecer toda a pauta ESG e criatividade. Há público para tudo e hoje, eu não sou mais o público do festival.