Dentro do mesmo contexto, Sofia Esteves, Presidente da DMRH, falou sobre o futuro do trabalho. A partir de dados que mostram que 50% dos postos de trabalho atuais vão desaparecer até 2050 e dar espaço a outro tipo de demanda, ela alertou sobre a necessidade de que cada profissional pense em como se manter relevante nesse “futuro volátil e incerto”. “Antes, o poder estava com quem detinha o conhecimento. Hoje, valorizamos quem sabe multiplicar seu conhecimento. Daqui pra frente o poder estará cada vez mais na mão de quem resolve o problema numa velocidade cada vez mais rápida. É a liderança situacional”, ponderou.
E por problema se compreende todos os grandes desafios da atualidade, inclusive e principalmente as demandas sociais, como tem feito Daniel Izzo, co-fundador e diretor-executivo do Vox Capital, o primeiro fundo de investimento de impacto do Brasil. Izzo deixou o cargo de executivo de uma grande multinacional para se dedicar a oferecer capital e apoio à gestão de startups de impacto no Brasil. “É função de sobrevivência parar de pensar apenas no que a gente está gerando para a gente mesmo e começar a gerar para o mundo”, sugeriu.
Em meio às discussões sobre negócios e propósito, o filósofo Leandro Karnal revelou a necessidade e preocupação ética dentro das organizações. “Nenhuma empresa nasce ética. Ética pressupõe responsabilidade e a crença de que toda escolha implica perda”, disse. No caso das empresas, ao recusar o suborno e o uso do recibo falso, por exemplo, a organização assume que vai crescer 4% ao invés dos 20% que poderia crescer. “Não pode haver choque entre ética e ganho. Não é errado ter ganhos, desde que eles acompanhem uma carreira sustentável gradativa, orgânica e permanente.”
Ao abordar os desafios para a gestão eficaz do tempo, o diretor da Dale Carnegie Training, Fabian Bormida, alertou ao público sobre o erro que é sempre priorizar o urgente em detrimento do que é importante. Nessa lógica, explicou, temas muito importantes como os valores da instituição e a integração de funcionários podem ficar esquecidos ou postergados. “O problema, ao deixar para depois temas importantes, é que uma hora ele pode se tornar urgente”, alertou.
Recuperação econômica do Brasil
O economista e consultor Ricardo Amorim discutiu em sua palestra as perspectivas positivas para o cenário econômico brasileiro. De acordo com o especialista, a crise já é a palavra de ordem do ano de 2016 para o Brasil, mas a economia se move em ciclos. “Ciclos não são estáveis, podem ser positivos ou negativos. Os mais curtos duram três anos e os mais longos, oito anos. Se não vier uma crise externa, o Brasil está entrando num ciclo onde a economia vai surpreender para melhor”, apostou para os cerca de 4 mil executivos que assistiam à sua palestra.
O jornalista e escritor Fernando Gabeira analisou a situação global – com a vitória de Donald Trump ao cargo de presidente dos EUA e o aumento dos movimentos de extrema direita na Europa - sob uma perspectiva histórica: sempre após uma fase de progresso, como foi a queda do muro de Berlim há três décadas, vem um período de retorno. “Não acredito que teremos um retorno a um nacionalismo extremado, mas a história nos ensina que o progresso não é linear e simples.”
Alta Performance
Eric Boullier, diretor de corrida da McLaren, falou sobre como a montadora enfrenta cenários de alta complexidade e competitividade por meio de equipes de alta performance e tecnologia de ponta. “Todos na empresa têm a cultura de se desafiar para serem os melhores em um ambiente tão competitivo. A cada corrida, pessoas na pista e na fábrica estão conectadas observando cada detalhe do desempenho do carro, da durabilidade do equipamento. Afinal, não é qualquer coisa. A F1 é um show que se repete a cada quinze dias com espectadores no mundo inteiro.”
Eleito um dos dez líderes que mais inspiraram jovens no Brasil, Flavio Augusto falou sobre Visão, Coragem e Competência a partir de sua trajetória. Ele fundou sua própria empresa, a Wise Up, aos 23 anos. A visão surgiu quando ele percebeu que as escolas tradicionais de línguas, com cursos que chegavam a oito anos de duração, não atendiam à demanda dos profissionais que precisavam aprender o idioma em um curto prazo. “Ele não queria se formar professor, mas ter o inglês suficiente para acompanhar uma palestra sem fone. Pronto, eu tinha a visão, daí tive de ter a coragem de usar o capital de R$ 20 mil reais do cheque especial e a competência de montar o time certo.”
Ao falar sobre “Tecnologia e a reinvenção contínua”, Ethevaldo Siqueira falou que as novas invenções devem provocar a fusão dos mundos físico, digital e biológico. Por mundo físico, leia-se os veículos autônomos e a robótica; na área biológica, os avanços principais estarão na engenharia genética; e, na questão digital, o foco deve estar na internet das coisas. “Se já ficamos admirados com o que vemos hoje, nos próximos dez anos ficaremos ainda mais encantados com tudo o que surgiu a partir da microeletrônica”, afirmou o jornalista especializado em tecnologias da informação e da comunicação.
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