Fórum Online: O Futuro do Trabalho e o Impacto das Novas Leis no Brasil

Palestras e discussões sobre as novas relações de trabalho no Brasil depois da entrada em vigor da Lei da Terceirização e da Lei Trabalhista.

“Neste momento em que o mundo se volta para o futuro, o que nos espera? A tecnologia avança ameaçando eliminar milhares de empregos, mas também promete criar tantos outros. Qual o impacto disso para as profissões? Precisamos nos adaptar antes que seja tarde”, questionou Lívio Giosa, presidente do Centro Nacional de Modernização Empresarial (CENAM), na abertura do 1º Fórum “O futuro do trabalho e o impacto das novas leis no Brasil”, realizado em 21 de março, no auditório do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo.

Para Giosa, o ano de 2017 foi muito importante para o debate sobre as novas relações do trabalho. “A Terceirização é instrumento de gestão de conteúdo técnico, cuja premissa é qualidade, preço justo, prazo e inovação tecnológica a serviço da tomadora. Estamos agora em um novo momento. A lei da Terceirização teve um grande impacto jurídico no mercado, mudou relação entre empresas, que agora passa a ser mais clara e segura”, avaliou.

Para o deputado federal Floriano Pesaro, secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, o momento é de profunda transformação. “Muitos dizem que os empregos estão acabando. Eles estão, na verdade, mudando. E sob este aspecto, a nova legislação é fundamental para acompanhar tais mudanças, que impactam diretamente no perfil profissional e demográfico dos trabalhadores. O futuro vai exigir cada vez mais qualificação e facilidade de adaptação às novas exigências do mercado. É um caminho inexorável”, afirmou Pesaro.

A visão do prestador de serviços

Vander Morales, presidente do Sindeprestem e da Fenaserhtt, falou sobre como a lei da reforma trabalhista e dos empregos temporários pode gerar aumento da empregabilidade. Hoje, segundo o IBGE, a taxa de desemprego está em 12,2% e somente 40% dos trabalhadores empregados têm registro em carteira. Segundo Morales, "cada vez mais o mercado busca por especialização e, em paralelo, o grande problema do nosso tempo é justamente a relação entre qualificação e empregabilidade".

De acordo com Morales, até os anos 80 muitas empresas no Brasil ainda não se utilizavam da terceirização: uniformes, alimentação, embalagens, transporte, manutenção, logística, tudo era feito internamente. “Não havia incentivo à concorrência e os custos de produção cresciam, tornando cada vez mais impraticável competir no mercado”, concluiu.

Vander Morales, Lívio Giosa e Floriano Pesaro

Hoje, a terceirização é vista como ferramenta importante de gestão. Com as leis 13.429/17 e 13.467/17, a insegurança jurídica foi bastante reduzida e mais funções podem agora ser terceirizadas de acordo com a necessidade de cada empresa. Para Morales, o grande avanço trazido pela legislação foi o fim da restrição da terceirização na atividade-fim. No caso do Trabalho Temporário, as oportunidades foram ampliadas. “Com a extensão do prazo para os contratos, este modelo de contratação será ainda mais importante no futuro, permitindo que mais jovens sem experiência possam ingressar no mercado. E não apenas em épocas de sazonalidade, como ocorria antes. As oportunidades se multiplicam, visto que, no caso do temporário, a ideia é o aprendizado na prática com grande possibilidade de efetivação”, avalia.

Com relação às mudanças causadas pela tecnologia, Morales entende que é preciso encarar como oportunidades para novas alternativas de trabalho e geração de empregos. Segundo ele, um estudo da WEC – Confederação Mundial do Emprego feito com jovens no mundo todo, o que menos importa na empresa onde eles buscam emprego é o salário. As prioridades são: oportunidades de crescimento, liberdade de criação, desenvolvimento individual e aprendizado. “A reforma trabalhista veio para minimizar a insegurança jurídica. A tendência é de queda no volume de ações nos tribunais do trabalho por motivos banais e aumento da empregabilidade. Antes havia um medo de empregar e, no futuro, passar por um processo trabalhista que inviabilizasse o negócio”, explica.

O presidente do Sindeprestem finalizou lembrando que este é um ano importante de transformação: “O Brasil precisa de melhorias e todos devem se envolver mais nas discussões sobre reformas previdenciária, fiscal e política”. Uma pesquisa internacional afirma que 1% a menos nos encargos sociais aumentariam em 0,6% o número de postos de trabalho.

O evento é uma realização da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Kwigoo e Centro Nacional de Modernização Empresarial (Cenam). A partir de 10 de abril, o conteúdo das 11 palestras sobre o futuro do trabalho estará disponível no website da Kwigoo.

O Fórum voltará a ser realizado, com o mesmo formato e os mesmos palestrantes:

Data: 25 de abril de 2018
Horário: 8h30 às 17h
Local: Espaço Sociocultural Teatro CIEE - R. Tabapuã, 445 - Itaim Bibi – São Paulo/SP


Palestras apresentadas

O Estado do Futuro e os impactos nas atividades e profissões
Rosa Alegria, mestre em Estudos do Futuro pela Universidade de Houston (EUA), co-fundadora do NEF Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP e diretora do Projeto Millennium no Brasil.




Os impactos da nova Lei da Terceirização na gestão das organizações
Lívio Giosa, presidente do júri do Prêmio Caio Sustentabilidade, presidente do CENAM – Centro Nacional de Modernização Empresarial e presidente da ADVB – Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil. Autor dos livros: ´Terceirização: Uma Abordagem Estratégica´, ´O Brasil Profissional: a Hora e a Vez da Competência´ e ´Olhos da Vida´.


A Lei da Reforma Trabalhista e dos Empregos Temporários pode gerar aumento da empregabilidade?
Vander Morales – presidente do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra e de Trabalho Temporário no Estado de São Paulo (Sindeprestem). presidente da Federação Nacional dos Sindicatos das Empresas de RH, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt) e conselheiro nato da Cebrasse (Central Brasileira do Setor de Serviços).


Como o Trabalho à Distância se enquadra no modelo de empregabilidade disposta na nova Lei da Reforma Trabalhista
Cléo Carneiro – presidente da SOBRATT - Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades e ex-presidente da ABRH-SP. Consultor associado ao GCONTT – Grupo de Consultoria em Teletrabalho.



Os pontos de convergência da Lei da Terceirização e da Reforma Trabalhista sob a visão da Revolução 4.0
Wolnei T.Ferreira – diretor Jurídico da ABRH BRASIL e Diretor da SOBRATT - Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades. Conselheiro do Comitê de Relações do Trabalho da CNI e da FIESP.



A nova gestão de RH frente às novas regras advindas da Lei da Terceirização e da Lei da Reforma Trabalhista
Wagner Brunini – vice-presidente Financeiro da ABRH-Brasil – Associação Brasileira de Recursos Humanos. Professor do Curso MBA – Gestão Empresarial – FIA – Fundação Instituto de Administração.



Os impactos na economia à luz da vigência da Lei da Terceirização e da Lei da Reforma Trabalhista
Eduardo Zylberstajn – economista e pesquisador da FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.




O Futuro do Trabalho e os Impactos das Leis na Indústria
Luciana Nunes Freire – diretora executiva Jurídica da FIESP. Integra o Conselho de Relações do Trabalho da CNI. Professora do Insper e do IDP.





O estado da arte da Reforma Trabalhista após a vigência da nova Lei
Gleibe Pretti –advogado trabalhista, professor universitário e escritor de mais de 40 livros sobre Direitos do Trabalho.

Fonte: assessoria