Fórum Eventos reuniu em São Paulo gestores de eventos para discussões sobre o crescimento do setor

Fórum Eventos reuniu em São Paulo gestores de eventos para discussões sobre o crescimento do setor, influências econômicas e sua responsabilidade social Entidades, associações, empresas e profissionais da Indústria de Eventos participaram das discussões, que contaram com apresentação de cases, pesquisas, transmissão de conhecimento e networking

Com a participação de especialistas nacionais e internacionais na organização dos mais variados estilos e tamanhos de eventos, o Fórum Eventos 2014 ofereceu aos profissionais dessa Indústria lucrativa e promissora momentos de discussão, reflexão, conhecimento, união e novas alternativas de trabalho para que o mercado possa crescer ainda mais e com responsabilidade social.

Este foi o segundo ano consecutivo da realização do grande encontro da Indústria de Eventos. O Fórum foi idealizado pela Eventos Expo Editora, que há mais de 20 anos direciona o seu trabalho na produção de conteúdo especializado para planejadores de eventos. O diretor da Editora, Sergio Junqueira Arantes, comenta que dois mantras dominaram o Fórum, podendo ser sintetizados em duas palavras: confiança e não. "Devemos ter coragem de dizer NÃO aos desmandos, à corrupção, ao mal feito, ao desrespeito aos preceitos de segurança, à sustentabilidade e à falta de incentivo ao aprendizado contínuo" e, continua Junqueira: "devemos cultivar a confiança como valor máximo de nosso modo de ser".

O tema Tecnologia - Virtual, Interatividade e Redes Sociais deu início às discussões, divididas em dois dias (24 e 25 de março), no Espaço Rosa Rosarum, em São Paulo. Na sua palestra interativa, Daniel Egger, sócio-fundador da Foltigo, prof da ESPM e do Insper, falou da importância da reputação e confiança nas relações pessoais e alertou para a necessidade dos que trabalham no segmento de eventos se prepararem para o futuro neutro com tecnologia e relacionamento com as pessoas. Segundo pesquisa, somente 3% dos brasileiros confiam nas pessoas. Na Europa esse percentual chega a 70%. Segundo ele, a confiança será cada vez mais importante para a geração de negócios. E em relação às perspectivas para o mercado, comentou que como não podemos prever o futuro, é importante que saibamos influenciá-lo. "O amanhã será complexo e formado por pessoas e tecnologias. Será importante criar uma boa reputação para gerar valor no futuro", finalizou Daniel.

Charlotte Dreyer, diretora do International Center for New Media (ICNM) e do World Summit Youth Award, falou sobre a importância da tecnologia para se criar projetos para a sociedade e da premiação World Summit Youth Award (WSYA). "Acreditamos que a tecnologia pode fazer a diferença no futuro e nosso projeto se baseia nisso. O WSYA é uma premiação que seleciona projetos criados por jovens de até 30 anos e que são voltados para o benefício da sociedade, como luta contra a pobreza, melhora da saúde e questões ambientais", disse Charlotte.

O painel Sustentabilidade & Voluntariado abordou pontos referentes ao tema que são importantes à sociedade no todo, incluindo questões sociais e econômicas, e acesso à educação e saúde. Para Marco Van Der Ree, diretor de parcerias da United Nations Volunteers (ONU), o governo brasileiro precisa promover ações de apoio ao voluntariado, pois essa prática possibilita a inclusão social, o crescimento individual e profissional e provoca impacto na comunidade. "As pessoas têm o compromisso com a sua sociedade e sua comunidade. Elas só vão contribuir como voluntário em uma causa ou evento quando confiarem na instituição e essa relação precisa ser recíproca para que funcione bem", enfatizou Marco.

Para Pedro Rocha dos Santos, da Estoril Congress Center - GMIC - Green Meeting International Council, é importante que o governo brasileiro promova ações de apoio ao voluntariado. Heloisa Coelho, da Rio Voluntariado, explicou que no Brasil o voluntariado tem uma relação muito forte com a religião e revelou que o programa Voluntários Selecionadores será lançado no Congresso da ABRH, que acontece no Rio de Janeiro, com o objetivo de captar 70 mil voluntários para os Jogos Olímpicos no Brasil. Também alertou para um voluntariado empresarial mais organizado. "Essa história do voluntariado torna-se especial em função dos grandes eventos internacionais. O voluntariado individual é sempre meritório, enquanto o empresarial precisa ter algo mais, deve ser relevante e há de se pensar no impacto da ação. Como é chancelada pela empresa há necessidade de ser mais organizado e revelador", comentou Heloisa.

O Secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Rogerio Hamam, finalizou as discussões do painel dizendo que: "estamos em uma das principais crises da história, a de valores. Isso ocorre na formação da família, nos veículos de comunicação e em todas as esferas da sociedade. É preciso um resgate de valores para que tenhamos o desenvolvimento sustentável que esperamos", conclui.

Arnaldo Nardone, presidente da ICCA, foi um dos palestrantes do Painel Feiras e Congressos - O Futuro dos Eventos e fez um panorama histórico do mercado de eventos nos últimos 50 anos (1963 a 2012). "Houve nesses últimos 50 anos uma grande crescimento no mercado de eventos coorporativos, tanto regionais quanto internacionais. Este crescimento, porém, não foi uniforme. Enquanto a América Latina subiu de 4.2% para 10% do número total, a Europa caiu de 72.3% para 54%. O Brasil está em nono lugar no ranking mundial, sendo o primeiro lugar na América Latina, seguido por Argentina e Colômbia. A América Latina cresceu três vezes mais do que o resto do mundo, especialmente nos últimos dois anos (2010 a 2012)", explicou.

Shawna Suckow, presidente da ICCA, falou sobre como enfrentaremos os desafios do futuro dos eventos, enumerando algumas situações que podem influenciá-los, como tecnologia, gerações distintas convivendo em um mesmo ambiente de trabalho, tendências e mudanças culturais, credibilidade, comoditização e engajamento do público. A necessidade da criação de redes de disseminação do conhecimento como fator de diferenciação de um destino foienfatizado por Shawna em sua fala.

Participando pela segunda vez no Fórum, o presidente da IAEE, David Dubois, comentou sobre o trabalho da associação e falou sobre tendências do mercado de eventos: novas gerações, informação detalhada e aprofundada acessível a todos, Investimento em tecnologia na captura, registro e relatórios dos eventos, feed-back, eventos cada vez mais interativos, Internacionalismo e outros.

A importância da criatividade na construção, reconstrução e transformação da realidade da Indústria de Eventos também foi discutida no 2º Fórum Eventos. "Por obrigação temos que ser pessoas mais curiosas. Um evento mesmo que se repita anualmente precisa ser diferente, informativo, ‘transformativo' e formativo", disse Linda Pereira, CEO da CPL Events. Para Carlos Coelho, especialista em Criação e Gestão e presidente da Ivity Brand Corp, criar é uma história sem fim. "Somos humanos e interativos e para fazer uma marca é preciso ligar as pessoas ao Universo, fazer um projeto de impacto da natureza com as pessoas", comentou.

O painel Política de Eventos - Sinergia Cliente & Fornecedor discutiu a relação muitas vezes conturbada entre agências e clientes. Entre os pontos debatidos, destacou-se o atendimento duradouro e estratégico do cliente X atendimento job a job. "Quando trabalhei na DPZ, o cliente convidava a agência para um bate-papo informal de onde saiam ideias brilhantes por conta daquela relação até de amizade. E hoje, principalmente na área de eventos, há uma tendência dos clientes chamarem as agências sem um pensamento estratégico", ressaltou Ronaldo Bias Ferreira Jr., da Agência UM. "Pela minha experiência, a palavra da vez é envolvimento. Não acredito mais na relação de apenas um job. Se as empresas querem crescer, elas têm que criar uma gama de parcerias para se obter resultados sustentáveis", acrescentou Ronaldo.

Segundo Fabiana Schaeffer, da Netza Comunicação, o prejudicial para o mercado é quando a concorrência é definida apenas pelo preço, e não pela qualidade do trabalho como um todo. "Definir apenas pelo preço é predatório para o mercado", disse.

Marco Barcellos, da Cisco Brasil, e Andréa Beatrix, da Companhia do Marketing, complementaram a discussão. "Não dá para ter qualidade e preço baixo ao mesmo tempo, tem que haver um equilíbrio e essa função é do gestor da conta. Se você quer que seu fornecedor esteja engajado com o projeto, ele tem que participar de todo o processo e não só da execução", falou Marco."É muito difícil dizer não para um trabalho, mas temos que aprender a falar isso. Afinal é a imagem da sua empresa que está em jogo. Não significa má vontade e sim um cuidado para que o resultado não seja prejudicial para os dois lados", concluiu Andréa.

Desafio para as empresas, medir o retorno sobre investimentos, objetivos e experiências traz grandes resultados e requer planejamento, disciplina e conhecimento do negócio. O Fórum Eventos recebeu os especialistas Antonio Manuel Brito, da New Events Global, Skip Cox, CEO Exhibit Surveys e Chairman da IAEE, Armando Campos Mello, da Academia Brasileira de Eventos e UBRAFE, para discutir a importância e melhores formas de trabalhar esses retornos dentro das atividades de empresas de eventos. Eles abriram o segundo dia de discussões do Fórum.

O americano Skip Cox expôs as melhores práticas de como maximizar o retorno do investimento em feiras. Um dos conselhos foi o de vender estratégias para os clientes e ter o número correto de funcionários para o evento obter o retorno esperado.

Antonio Brito, que é consultor internacional em gestão e marketing de feiras e eventos, falou sobre o valor dos eventos e porque e como medir o ROI. Para ele é preciso saber avaliar a satisfação do cliente e uma das importâncias do retorno sobre investimentos é o monitoramento de dados e como o resultado do evento impacta dentro da organização.

Impacto Econômico e Social das Feiras e Negócios em São Paulo foi tema da palestra de Armando Campos Mello. Ele lembrou que o setor de eventos vive um momento atípico e teve que se adaptar com a chegada da Copa do Mundo nesse ano. Além disso, falou que o impacto das feiras em São Paulo é de R$ 16,3 bilhões, sendo que desse montante 47,9% é gasto em hospedagem e 28,3% em alimentação. Dos 8,8 milhões de visitantes na cidade 3,8 milhões são turistas e 70% se hospeda em hotéis. "Se não houvesse os eventos toda uma receita gerada para a cidade não existiria. Temos muita dificuldade no Brasil, para conseguir licenças, alvarás e movimentar as cargas e também a logística de um evento. Os turistas de feiras e negócios deixam na cidade cerca de 4 bilhões de reais, sendo 47% voltado para a hospedagem. Quando se pensa no público visitante da megalópole, eles deixam perto de 1 bilhão na cidade", falou o presidente da UBRAFE.

Luciana Torchiaro, da International Transparency, abriu o painel Governança, Articulação, Accountability & Transparência falando que a sociedade não tolera corrupção. "O tema é muito relevante para o Brasil, que está trabalhando com empresas internacionais e precisa conhecer como é essa questão em outros países. É preciso denunciar e ter transparência nos gastos", enfatizou. Para Marcília Ursini, diretora de planejamento de experiência de marca na Edelman Significa, a confiança vai pautar os relacionamentos profissionais. No Estudo de Confiança, apresentado em sua palestra, mostrou-se que todas as mídias estão trabalhando para construir a confiança no mercado.

"Governança é trabalhar com muitos, integrando todos. Até 2020 vamos ter milhões de empregos verdes. Estamos preparando a geração de 2050 e sem governança será péssimo", disse Sheila Pimentel, presidente da Humanitare Foundation. Para ela, levar os melhores do setor nos eventos é governança e é preciso impactar também no entorno de onde eles acontecem. "A hospitalidade gera compartilhamento com cada parte do projeto e gera confiança. Envolve estrutura acolhedora, pessoas capacitadas e entendimento das diferentes culturas, atitudes positivas. Transparência e credibilidade também são essenciais", finalizou.

Tema bastante polêmico, dada a quantidade de comentários e manifestações, o Painel Megaeventos - Inquietudes e proposições contou com as opiniões de especialistas em marketing esportivo para destacar como poderemos aproveitar a Copa no Brasil, e se posteriormente à realização teremos um país diferente. Alfredo Carvalho, diretor da Sport Promotion, falou sobre a Copa nas ruas e alertou para os altos custos na construção dos estádios, chamando a reflexão para onde vai a indústria do esporte. "O que foi construído para a Copa na África do Sul está abandonado e aumentou o número de desempregados naquele País", lembrou.

José Estevão Cocco, diretor presidente da Academia Brasileira de Marketing Esportivo, enfatizou os erros recorrentes do Brasil na organização de grandes eventos. "Ao contrário do ditado popular, não é errando que se aprende. A Copa de 1952 foi realizada no Brasil com o estádio do Maracanã em obras. Em 2009 já estava previsto que faltariam muitas providências para a realização desse grande evento esportivo nesse ano. Qual será a Copa que teremos de herança de infraestrutura para as cidades sedes dos jogos?", questionou.

Mario Ruggiero, diretor de desenvolvimento e novos negócios da Nielsen Sports, apresentou pesquisa da empresa sobre o humor da população e compra de marcas com relação à Copa do Mundo de 2014 no Brasil. "Em 2012, 71% dos entrevistados apoiavam a Copa do Mundo, mas no último levantamento esse número despencou. A boa noticia é que os setores de consumo como bebidas, salgadinhos e biscoitos têm grande tendência de crescimento no período dos jogos", falou.

A regulação do mercado tem sido uma luta comum a entidades e empresas de eventos. O Fórum eventos retratou o assunto, destacando os programas de qualificação empresarial, certificações profissionais, construção de know how e gestão do conhecimento de eventos nas empresas, sob o comando das painelistas Mickey Schaefer, presidente da Schaefer Mickey & Associates e do The Institute Experience, e Linda Pereira, Ceo da CPL Events. Linda Pereira lembrou da importância de se especializar sempre no que faz para daqui alguns anos não se tornar um dinossauro. "Na nossa área o que sabemos hoje será velho amanhã. Então temos que plantar e semear sempre para colher depois. Todo mundo tem sucesso, mas isso não dura sempre. Falem mais com as pessoas, sejam simpáticas como se estivessem em casa. Não se preocupe com o que pensam de você, mas sim o que você pensa que é", recomendou.

Mickey Schaefer também deu conselhos: "Vocês precisam se sentir orgulhosos em receber os dois grandes eventos que acontecem em breve no Brasil, porque as pessoas de fora vão se lembrar do seu País. É preciso trabalhar juntos para que as experiências sejam positivas. Todos tem que estar mais envolvidos para melhorar as condições da cidade e o receptivo. É preciso ser amigável com as pessoas de fora".

Andrea Nakane, autora do livro Segurança em Eventos - Não dá para ficar sem!, abriu o último painel do Fórum Eventos 2014 lembrando que a segurança é um item ainda frágil e de grande vulnerabilidade nos eventos. "Aqui no Brasil esperamos acontecer o acidente para depois tomar providências. O ideal seria investir em prevenção". Ela acredita ainda que somente a contratação de vigilantes e/ou seguranças não significa segurança no evento e pode até ser o contrário.

Mike Falvey tem mais de 25 anos de experiência no setor de Segurança Publica e é o responsável por um dos estádios mais importantes dos Estados Unidos, o MetLife Stadium, onde em fevereiro último aconteceu o Super Bowl. "A segurança abrange toda a parte interna, externa, incluindo ações pelo ar e mar. Nada pode dar errado no Super Bowl, porque aquela multidão não pode correr riscos.", comentou Mike.

Igor Pipolo, autor do livro "Segurança de Eventos - Novas Perspectivas e Desafios para Produção e que cuida da direção do Skol Sensation no Brasil, Chile e Miami, fechou as discussões sobre segurança em eventos. "É preciso ter coerência e dar à segurança a mesma atenção que se dá ao palco, à bebida, ao estacionamento, enfim aos outros itens do evento. Todo o staff deve ser treinado, envolvido no evento para atender qualquer ocorrência, se for necessário. Temos a obrigação de proteger todos os envolvidos", concluiu.

Fórum Eventos

Idealizado pela Expo Eventos Editora, o Fórum Eventos reúne empresas diversas que atuam no segmento para discutir mudanças, tecnologias e oportunidades para a cadeia de eventos e a sua função social nos próximos anos. O maior encontro de empresas, entidades e profissionais de eventos é composto por painéis com conteúdos diversos, destinados a profissionais gestores de eventos e marketing de empresas que utilizam o marketing promocional e os eventos em sua estratégia de comunicação.

Eventos Expo Editora

Há mais de 20 anos no mercado, a Eventos Expo Editora é pioneira na produção editorial de guias e publicações direcionados a planejadores de eventos e publicações customizadas. Inserida em um mercado que representa 3,1 % do PIB nacional e movimenta mais de R$ 50 bilhões por ano, a editora conseguiu posicionar-se como uma das principais produtoras e difusoras de conteúdo do Setor.

Entre seus produtos, destacam-se a publicação de duas revistas bimestrais, um portal, duas newsletters, a maior premiação das indústrias de eventos e turismo brasileira, o Prêmio Caio, que está em sua 14ª edição, e o principal espaço de discussão do setor, o Fórum Eventos.

Fonte: Assessoria