“…Na grande cozinha
O fogão de lenha valente
Com panela de água quente
Que o tempo não deteve
Defumava o ambiente
Sua fumaça era o perfume
Mesmo quando causava ardume
Fazia chorar inconscientemente
Com banana assada na chapa
Colhida nas entranhas da mata
Ficou na saudade dormente…” (Marcos França)
No Brasil, existem dois tipos diferentes de fogão a lenha. Temos o mais utilizado no Sul do país, montado em metal e, o outro, construído em alvenaria, muito comum em Minas Gerais e no interior de São Paulo. Algumas pessoas instalam serpentinas de canos de cobre na base desses fogões, permitindo a obtenção de água quente sempre que a lenha estiver queimando, muito utilizada em época de racionamento.
O fogão a lenha me leva de volta a minha infância, e a sensação de alegria toma conta do meu peito. Me lembro bem de toda família reunida envolta do fogão jogando conversa fora e minha mãe fazendo comidas deliciosas, preparando aquele doce de figo e a famosa goiabada, esses não tem como esquecer! Ainda criança, eu tinha o meu próprio fogão a lenha, para as brincadeiras da época. Não tinha experiência melhor do que poder cozinhar como minha mãe. Eu preparava os alimentos e ainda colocava a família para comer e participar das brincadeiras. As lembranças são muitas e o fogão a lenha está sempre presente na maioria delas.
“Tucuruca” era o nome dado pelos índios timbiras e guaranis ao fogão à lenha usado nas tribos. Na época, o fogo era feito em um buraco construído diretamente no chão, protegido por pedras, no qual se assentavam as vasilhas de barro e cerâmica. Com o passar do tempo, os modelos foram mudando. Apesar de ser ultrapassado pelo fogão a gás, devido à praticidade, o sabor continuou conquistando mais pessoas e ganhando destaque, principalmente, nas habitações construídas para lazer, como chácaras e ranchos, sobretudo, devido ao sabor único do alimento preparado sobre a lenha.
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